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Jungkook

— Senhor Jeon —suspirou o funcionário do correio.

— Pela enésima vez, não podemos rastrear cartas, apenas pacotes. Quer que eu rastreie seu último pacote para a França?

— Que ridículo! Tem que haver uma maneira de rastrear uma maldita carta… — Ele virou os olhos e acenou para que eu desse um passo para o lado.

— Próximo da fila, por favor!

Irritado, guardei o velho recibo no bolso e saí do correio. Semanas haviam se passado desde que eu enviara minha última carta a Ji, e eu a havia colocado em um envelope azul gritante com as palavras “URGENTE: Por favor, abra, Ji” para ter certeza de que ele não teria escolha a não ser lê-la. Ainda assim, ele não havia enviado uma palavra sequer sobre a carta, e as únicas correspondências de Ji que eu recebia eram cartões genéricos em datas comemorativas.

Com o Valentine’s Day previsto para dali a um mês e meio, eu me perguntava se ele já havia feito planos de me mandar outro cartão daqueles.
Como de costume, quando cheguei em casa, olhei a caixa de correio, mas
sem esperar encontrar nada vindo dele.

Dessa vez, porém, para minha
surpresa, havia um envelope. Datado de duas semanas atrás, com a caligrafia
curvada de Ji.
Levei-o para dentro de casa e abri imediatamente:

Querido Jungkook,
Desculpe por eu ter demorando tanto para lhe escrever uma carta pessoal “de verdade”. As coisas andam supercorridas – o que é bom e ruim ao mesmo tempo.
A relação com a minha colega de quarto melhorou muito (somos grandes amigos agora) e ainda tenho as maiores notas da sala. Sem dúvida estou vivendo meu sonho – e definitivamente muuuito feliz por ter vindo estudar aqui. Mal posso esperar para preparar um café da manhã gourmet para você (É MELHOR DO QUE OS PRATOS DO GAYLE’S! E, se não for, diga que é! LOL).
Não fiquei surpreso ao saber que você ainda é o primeiro do grupo. Terei de levá-lo para comemorar quando eu chegar em casa…
E por falar nisso, eu planejava fazer uma surpresa, mas esta carta deve chegar antes… Vou passar duas semanas inteiras em casa!!
A gente se vê em breve.
Sinceramente, Jimin.

Que porra é essa?
Sacudi a carta, virei-a de costas, reli algumas vezes me perguntando se eu
havia perdido alguma coisa. Não havia nenhuma menção de nada que eu
havia escrito em minhas últimas cartas. Eu me perguntava se ele havia lido o
que eu enviara e estava simplesmente fugindo do assunto até chegar em casa
ou se não tinha lido nada sobre como eu me sentia em relação ao verão que
passamos juntos e ao que eu sentia por ele.

Peguei o telefone para ligar para Josh e contar que eu provavelmente passaria duas semanas inteiras com Jimin quando ele chegasse à cidade, mas vi uma ligação não atendida da mãe dele.

Suspirando, telefonei para a mãe de Ji.

— Oi, Jungkook! — Ela atendeu ao primeiro toque.

— Oi, senhora Park.

— Senhora Park? — Ela deu risada.

— Sério? Você não me chama assim
desde que escreveu aquela carta dizendo que sentia muito por magoar meu filho. Você sabe que nossa relação é maior do que isso.

Abri um sorriso.

— Está bem… Oi, segunda mãe.

— Muito melhor. Eu liguei para pedir um favor enorme, enorme mesmo.

— O que quiser.

— Ji vai chegar daqui a três horas, de acordo com as informações que ele
me enviou.

Sinceramente, JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora