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Por vezes me ocorre alguns tipos de reflexões e me pego sempre remoendo as mesmas questões, e nenhuma delas obteve alguma resposta que seja concreta

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Por vezes me ocorre alguns tipos de reflexões e me pego sempre remoendo as mesmas questões, e nenhuma delas obteve alguma resposta que seja concreta.
Queria tanto saber o porquê das pessoas andarem com tanta pressa, se na maioria das vezes é para chegar a um lugar que por fim só desgastam elas mesmas. (?)
Ou o porquê de sempre estarem em busca de algo melhor e não enxergar o que elas já possuem.(?)
Ou por que trabalham tão arduamente para manter um "futuro bom" se mal conseguem distinguir o que é realmente bom para elas? E por que se deteriorar tanto por tão pouco, desvalorizando até a sua própria saúde para ter e viver "condições" julgadas melhores?
Talvez ninguém tenha dito que a saúde é o que sustenta e leva o ser a fazer as tão grandiosas coisas, que no cotidiano parecem mínimas e raramente são valorizadas.
Se ao menos eu tivesse essa mesma consciência que tenho agora, talvez tivesse valorizado mais cada momento da minha vida de uma forma melhor, ou poderia ter feito a maior parte dela boa.
E são essas pessoas que agora lá fora. As que todos os dias andam por aí com ou sem rumo, às vezes com a mente cheia de pensamentos e planos para o futuro, às vezes vazia e só vivendo os momentos do agora, ou talvez só tentando sobreviver à selva da sociedade. São as mesmas que dão a visão que tenho todos os dias, e são elas que me fazem refletir. E refletir é só o que me resta por agora.
O arrependimento pode até não matar, mas deixa sequelas, e elas te fere constantemente, não deixando parte nenhuma do seu ser ou canto algum da sua mente em paz. E é nesse caos que eu vivo, diariamente, cercado entre quatro paredes, em meio a tanto branco, sentado próximo a única visão que tenho do mundo externo, a janela, sozinho e sem esperança. E no fim de tudo o que me sobrou foi apenas os meus pensamentos e um câncer terminal, esse mesmo que me fez perder tudo e todos, e o que me trouxe para esse lugar.

-Com licença Sr. Lee! - anunciou a habitual enfermeira das manhãs tirando-me dos devaneios, ela trazia consigo a bandeja com o café matinal, que por sinal era horroroso, mas aquilo fazia parte da minha dieta prescrita pelo nutricionista, era comer e sobreviver ou dá mais uma vantagem a morte, mesmo que minha opção fosse a Nº2, ainda sim eu era obrigado a comer aquilo. - O Dr. sugeriu que o senhor saísse um pouco do quarto e tomasse um banho de sol com os outros lá fora. O dia está lindo hoje!

-Para quem? - voltei a olhar as pessoas de lá de fora, todas elas vivendo suas vidas medíocres, passando de um lado para o outro sem ao menos olharem para esse prédio. E por que olhariam? É só mais um muitos.

-Sr. Lee não seja assim, o sol lhe fará bem. Sem contar que o senhor se sentirá melhor depois de uma caminhada, mesmo que curta - ela pôs a bandeja sobre a mesa e a colocou na minha frente. - Coma um pouco. Isso deve ajudar a melhorar o seu humor. - seu otimismo me sufoca as vezes. - Já estou indo, qualquer coisa é só apertar a campainha que virei imediatamente. - deu as costas para finalmente sair do quarto, mas quando iria abrir a porta, virou-se novamente. - Quando o senhor acabar a refeição, por favor, me chame. Irei lhe acompanhar na sua caminhada até a área de recreação. Tenha uma boa refeição Sr. Lee, até logo! - se despediu com um sorriso cegante.

𝐕𝐞𝐫𝐢𝐭𝐚, 𝚖𝚒𝚗𝚌𝚑𝚊𝚗 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora