CAPÍTULO 2

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JULHO DE 2013

Era verão e a comunidade da região estava em festa, a prefeitura organizou duas festas uma em cada lado da cidade.
A cidade é dividida por um rio, a locomoção das pessoas é facilitada por uma ponte para veículos e pedestres. De onde Grace estava podia ver o rio seguindo com a correnteza moderada e belas árvores à margem do rio.

Quando analisa o lugar, nota que as famílias estão unidas e - de maioria - inteiras. Famílias felizes, amigos e colegas, todos confraternizando.
Naquele momento, a garota de apenas catorze anos desejou ter uma família completa como aquelas ali presentes.
Seu peito se apertou de saudade, saudade de seus pais e de quando entendia algo.

Grace sentiu os olhos arderem e lacrimejarem, os apertou, limpou o que escorreu e se proibiu de derramar mais lágrimas. Não podia. Não por si, mas por seu avô, o único que havia ficado.

Naquele momento, ela desejou ter uma amiga para lhe fazer companhia. Entretanto, ela se lembra de como as meninas julgavam seu cabelo e cor de pele. Então, da mesma forma que esse desejo súbito veio ele se foi.

— Ei querida. — Chamou seu avô, Jake.

Ele tinha costume de falar "Criança" como "Ei, criança", "Boa noite criança". Só que Grace parou de gostar de ser chamada dessa forma e o pediu para arranjar outro. Querida então veio, a mesma forma como ele chamava sua falecida avó. Ela nunca reclamou, até porque achava o apelido meio exclusivo vindo dele. Além dela só chamou uma única pessoa daquela forma e ele a amava muito.

Grace olhou para seu avô, sua pele branca enrugada, suas expressões cansadas. Ele estava bonito, roupas sociais, cheirava muito bem e seu cabelo estava penteado. Sorriu para ele.
O amava com tudo que tinha. Ela não tinha ninguém além dele, mas isso era muito.

— Sim, vovô.

— Você comeu algo? — Jake pergunta Grace e olha para os papéis de cupcake em cima da mesa amassados.

— Hm, cupcakes. — Jake riu um pouco.

— Tudo bem querida.

Ele catou os papéis jogou na lixeira próxima e voltou para Grace.

— Quero te apresentar umas pessoas. Vamos? — Ele estende a mão para ela, quando segura ele a guia por meio da multidão.

A guiando, seu avô a levou para o outro lado da festa onde havia menos pessoas.
Ela percebeu que seu avô caminhava firmemente em direção do que parecia ser uma família, mas essa ela não conhecia. Eles estavam de costas para Grace e seu avô que ainda se aproximavam.

— Will! — Jake disse chamando a atenção do homem que se vira.

Ao se virar, a mulher ao seu lado, provavelmente sua esposa, o copiou. Ela pôs as mãos no ombro do garoto que estava próximo de si o girou e fez com que ficasse a sua frente. A cara fechada do garoto denunciava que ele não queria estar ali.

— Querida, esses são o senhor e senhora Parker e o filho deles. — Seu avô os apresentou indicando cada um com a palma aberta.

— Nada de formalidades, pode me chamar de Will, minha esposa se chama Kally e meu filho, Trevor. — Disse Will olhando na direção da esposa e do filho. — Até porquê somos vizinhos agora e vamos nos veremos sempre.

-— Vizinhos? — Grace deixa escapar e olha para o avô esperando uma resposta.

— Sim, eles chegaram à cidade nesta manhã. Trevor tem quase a sua idade.

Grace podia sentir o olhar do garoto nela, a analisava.

Ela não fez nada além de assentir quando de avô disse algo sobre levar o garoto para conhecer jovens de sua idade.

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⏰ Última atualização: Sep 12, 2022 ⏰

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Grace's Memories - Luiza Matos (Malu_Books)Onde histórias criam vida. Descubra agora