Parte 1

1.8K 157 175
                                    

-Eu não sei se isso está certo, milady. -Thoma absolutamente desconfortável tenta ajustar as mangas da roupa que lhe fora ordenado vestir para aquela ocasião especial.

-Claro que está certo, Thoma. Está questionando minha ordem? Acha que não é bom o bastante?

Ayaka cruzou os braços e amarrou a cara. Thoma se encolheu sobre si mesmo desviando o olhar da pequena garota e suspirando.

-Como desejar, milady.

-Certo. Se estamos combinados então pode começar as tarefas de hoje. É um dia especial, meu irmão está em casa. Leve o café pra ele.

Thoma obedientemente seguiu para seu trabalho, por mais que estivesse desconfortável naquela roupa e os olhares dos outros empregados da casa reforçavam ainda mais esse desconforto. Ele pegou na cozinha a bandeja com o café da manhã do chefe da família. Quando a cozinheira direcionou o olhar para ele ao ouvir o barulho dos itens na bandeja sendo movidos pelo movimento ele apenas lhe disse: -"Não pergunte."

Ela obedientemente desviou o olhar sentindo o rosto se esquentar pelo fluxo repentino de sangue nas bochechas.

O empregado seguiu novamente pelos corredores até alcançar o quarto de Ayato, perguntando-se exatamente como deveria prosseguir. Ele sentia o olhar de Ayaka à distância e conseguia imaginar as risadinhas dela perfeitamente.

Abaixou-se optando por seguir a tradição de Inazuma, colocou a bandeja ao lado e anunciou-se aguardando a resposta positiva do chefe da casa antes de deslizar a porta pelo batente.

Viu Ayato sentado atrás de sua mesa baixa assinando alguns documentos. O rapaz de cabelos azulados não lhe dirigiu o olhar imediatamente, mas quando o fez, seu queixo caiu.

Thoma gaguejou sem saber onde enfiar a cara, então ergueu a bandeja à sua frente, os braços trêmulos pela vergonha.

-T-trouxe seu café da m-manhã, m-mestre. -A voz tremulou mais que seus braços. Ele só dirigiu o olhar novamente ao mestre quando ouviu que ele empurrou os documentos e tudo mais que estava sobre a mesa para o lado.

Ayato o chamou com o dedo, a expressão de surpresa em seu rosto sendo substituída pela clássica cara de um homem que estava pronto para aprontar alguma coisa que certamente deixaria Thoma morrendo de vergonha no fim.

Thoma se levantou morrendo de vergonha enquanto Ayato o olhava por inteiro e deixava nascer em seu rosto travesso um sorriso de canto. Desde os pés e pernas cobertos pelas finas meias pretas que subiam até a metade de suas coxas e contornavam os músculos bem definidos do Mondstatiano, passando pela curta e cheia de babados sainha preta armada por uma pequena anágua de tule, coberta parcialmente por um pequeno avental branco. A saia era parte do vestidinho de "empregada de Mondstadt" que Ayaka tinha encomendado para ele, mas que Thoma tinha certeza que absolutamente nenhuma empregada de respeito em Mondstadt usaria. Aquela definitivamente era uma fantasia mais do que um uniforme, mas a jovem mestre achava que aquele dia "especial" merecia um traje adequado.

"Especial" uma ova! -Thoma estava envergonhado.

Ayato o chamou mais uma vez e ele caminhou até a mesa, inclinando-se para colocar a bandeja sobre a mesa. Os olhos do mestre caíram imediatamente sobre o tórax quase completamente exposto pelo decote do vestido do loiro.

-Que bela forma de começar o dia. -Ayato comentou com seu típico sorriso sacana. -Mas tem algo faltando. Por favor venha aqui do meu lado, Thoma.

O loiro engoliu seco e deu a volta na pequena mesa, mas antes que pudesse se abaixar o mestre o impediu.

-Veja de cima. Não acha que está faltando um pouco de leite no meu chá?

-A-ah... -Thoma sentiu as bochechas ficarem ainda mais vermelhas. Estava tão nervoso por conta da roupa que cometeu um erro como aquele! Nunca errava as preferências de seus mestres. -D-desculpa, eu vou pegar mais na cozinha. Mas antes que se movesse sentiu as mãos de Ayato segurarem-se firmemente em sua coxa.

-Onde está indo? Temos o que eu preciso bem aqui. -O sorriso malicioso se estendeu no rosto do mestre enquanto suas mãos subiam perigosamente pelas pernas definidas do empregado. -Eu queria saber também se você, por acaso está usando calcinha.

Maid DayOnde histórias criam vida. Descubra agora