Capítulo 03 - Cansado

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Pov. Cebola.

Acordei de manhã com Margarida ainda dormindo deitada ao meu lado. Respirei fundo e me levantei para ir ao banheiro.

Sinceramente, eu não sei o que estou fazendo da minha vida, não suporto essa garota que está na minha cama, mas também não posso terminar o relacionamento; meu pai está no hospital e as chances dele sobreviver são muito pequenas; tenho que comandar uma empresa cheia de inúteis e pra piorar... Parece que todo dia é um dia cinzento pra mim.

Entrei no chuveiro para tomar um bom banho, afinal eu tenho que chegar cedo na empresa para umas reuniões que vou ter hoje.

- Já está acordado amor... - Margarida apareceu na porta do banheiro coberta pelo lençol da cama.

- É óbvio não? Eu tenho que chegar cedo na empresa, troque de roupa que no caminho te deixo em casa.

- Posso tomar um banho com você? - Ela falou deixando os lençoís caírem no chão.

- Eu já acabei o meu - Desliguei o chuveiro e puxei a toalha que estava estendida no boxe e me enrolei - Se você quiser pode tomar, eu vou trocar de roupa. - Saí do banheiro.

[A Caminho da Empresa]

- Não sei porque você é tão frio Cebola, você poderia pelo menos tentar ser gentil - Falou Margarida enquanto se maquiava dentro do carro.

- Eu sou como sou e você sabe disso, não vamos gerar uma discursão desnecessária. - Tentei controlar minha raiva apertando minhas mãos na direção do carro.

- Você sabe que eu adoro quando age assim tão durão, mas tem horas que você passa da conta, você deveria repensar um pouco sobre suas atitudes. - Disse ela colocando a mão na minha perna e massageando-a.

Olhei fixamente para a estrada na intenção de ignorar toda e qualquer palavra que Margarida proferisse a mim dentro daquele carro durante todo o trajeto.

[Chegamos a casa de Margarida]

- Tchau amor - Ela me beijou no rosto - Vamos sair de novo... Vou ficar aguardando sua ligação - Saiu do carro.

Respirei fundo ao ouvir a porta batendo e lágrimas começaram a sair dos meus olhos.

Eu sei que é muito complicado de entender o motivo pelo qual eu trato Margarida com tanta frieza, mas há certas coisas que é melhor deixar queto do que ficar tentando remoer. Mas estou tão cansado de tudo que tenho vivido ultimamente que minha vontade é simplesmente sumir da face da terra.

Dirigi até o escritório para atender os negociantes que estavam marcados para hoje, mas garanto que minha intenção era voltar ao meu apartamento e me trancar lá durante todo o dia.

Chegando à empresa passei direto na secretaria sem dar um simples Oi a ninguém, não estava com humor para isso e eu ainda tinha uma hora para ficar trancado sozinho na minha sala e não iria perder tempo saudando um bando de inuteis.

Entrei em minha sala e joguei minha pasta no sofá onde também me joguei deitando-me e esfregando meu rosto a chorar.

[Telefone fixo da sala toca]

Ignorei o telefone até ele parar de tocar, mas infelizmente Carmem (minha secretária) estava muito insistente e não houve opção a não ser atender.

- O que é? - Atendi estressado.

- Senhor Cebola... Um dos negociantes ligou cancelando a reunião com o senhor.

- Sim e? Tinha que me avisar justamente agora?

- Desculpe, pensei...

- Você pensa demais! - desliguei o telefone.

O ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora