(Cap. 3) Capítulo 3

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Maraisa POV

Mais uma noite na Casa de Juliana. Mais uma noite para me sentir uma vadia. Mas aquilo era idiota de se dizer. Eu era uma vadia. Uma vadia que agora se aprontava para seu próximo cliente. O tal Danilo Gentili.

- Bem, pelo menos ele é bonito. - Comecei para mim mesma, mas sabia que aquilo não funcionaria - Ok, ok, não muda quase nada. Mas vamos lá, finja que será ao menos um pouco prazeroso.

Não, o fato daquele cliente ser bonito não mudava nada. Eu continuaria oferecendo meu corpo a ele em troca de dinheiro. Não seria menos suja por isso. Já havia estado com clientes belíssimos antes, e nenhum deles me deu o mínimo prazer.

- Merda. - Eu continuava falando sozinha. - Por que ele tinha que me ver?

Todas as noites, quando eu descia, procurava andar sempre nos cantos mais escuros, pedindo a Deus que ninguém me notasse ali. Me vestia de uma forma nada sensual e olhava sempre para baixo. Estar com um homem, embora fosse meu trabalho e eu já devesse ter me acostumado com isso há muito tempo, sempre era um castigo. Eu precisava me sustentar, mas minha maldita consciência insistia em fazer com que eu me sentisse muitíssimo mal.

Mas lamentações não mudariam nada. Danilo havia, de alguma forma, me visto. Mesmo rodeado de três lindas meninas, ele se interessou por mim. Mais tarde fui saber que ele era um antigo cliente, então estava tudo explicado: Provavelmente ele já havia se divertido com todas elas, e agora queria carne fresca.

O que diferenciava Danilo dos outros clientes? Quase nada, a não ser por um pequeno detalhe: Ele me olhou. Claro, muitos homens haviam me olhado, mas não como ele. Ele me olhou como quem quisesse me entender. Como se tentasse ler meus olhos, encontrar algo dentro deles. E aquilo poderia não fazer o menor sentido, mas o fato era que eu havia ficado um pouco desconfortável com o jeito como ele me olhou.

Enquanto me aprontava para recebê-lo em meu quarto, pensava em como seria esse novo castigo. Deitei na cama com um robe de seda cor pêssego e fiquei à sua espera. Não demorou muito e a porta se abriu. O cliente havia entrado no meu quarto, já tirando a jaqueta e colocando-a sobre uma cadeira após trancar a porta.

- Poderia pagar antes? - Perguntei de repente. Ele pareceu surpreso.

- Pagar antes? E se eu não ficar satisfeito?

- Você vai ficar satisfeito.

Ele riu, ainda me encarando.

- Bom... Se por uma ironia do destino eu não ficar satisfeito, posso ter meu dinheiro de volta então?

- Ok. Mas isso não vai acontecer.

Ele riu outra vez, tirando do bolso algumas notas e colocando em cima da escrivaninha ao lado da cama.

- Você é muito segura de si.


Não respondi.

- Muito bem. Como não nos conhecemos, temos que esclarecer alguns pontos aqui. Você tem alguma objeção quanto ao sexo?

Encarei-o um pouco confusa.

- Como disse?

- Algo que não goste de fazer? - Ele continuou.

Ninguém nunca havia me perguntado aquilo. Normalmente os homens tentavam fazer qualquer coisa comigo, e só então, quando eu negava, eles entendiam que eu não faria.

- Eu não faço anal. - Falei um pouco baixo.

Ele arregalou os olhos.

- Uma puta que não faz anal? Estava me referindo a coisas como sadomasoquismo, bondage... Pra mim, qualquer puta fazia anal. Corei violentamente. Embora eu fosse mesmo uma puta, não gostava de ser chamada daquela forma.

- Eu não faço...

- Você é muito exigente. - Ele concluiu, não parecendo aborrecido - Espero que saiba me recompensar por isso.

- Vou recompensá-lo.

Ficamos em silêncio por algum tempo. Ele olhou ao redor, analisando a luminosidade e perguntando:

- Não acha que está muito escuro aqui?

- O abajour está ligado. - Apontei para o objeto ao meu lado direito, que emitia uma luz fraca e amarelada.

- Mesmo assim, é muito escuro. Quero ver o seu corpo.

- Não vai querer ver o meu corpo.

Ele pareceu começar a perder a paciência. Talvez eu devesse parar de discutir com um cliente.

- Sim, Maraisa, eu quero ver o seu corpo.

Dizendo isso, ele alcançou o interruptor ao lado da porta e acendeu a luz.

- Tudo bem. - Concluí tristemente.

Danilo então se posicionou na frente da cama, e eu sabia que essa era a hora de começar a fazer algo. Fiquei de joelhos e fui engatinhando até ele. Quando o alcancei, comecei a abrir seu zíper e já podia sentir sua ereção. Abaixei suas calças, deixando a boxer preta intacta.

- Tire o roupão. Já disse que quero ver o seu corpo.

Merda. O quarto estava muito claro, e aquilo não seria nada agradável. Hesitei por um momento, mas no fim cedi. Desfiz o nó que prendia o robe ao meu corpo e deixei o tecido fino cair em cima da cama. Eu estava vestindo uma lingerie da mesma cor pêssego que meu robe, um sutiã e uma calcinha pequenos, mas confortáveis. Eram até discretos, se comparados com langeries com furos em lugares específicos e partes transparentes. Não o encarei e continuei fazendo meu trabalho. Levantei em meus joelhos para poder tirar-lhe a camisa, e então depositei beijos suaves em seu peito musculoso.

- Só te dão homens violentos?

Merda. Ele tinha que falar? Meus hematomas já faziam parte de mim. Eu não lembrava de qualquer época em que estivesse sem arranhões, mordidas ou manchas roxo-esverdeadas por toda a extensão do meu corpo.

- Me dão homens.

Embora eu só olhasse para seu peito, sabia que ele me encarava, analisando cada machucado no meu corpo.

- Minha pele é muito clara. Qualquer pressão faz isso em mim. A marca de cada homem com que me deito fica aqui.

Ele pegou meus pulsos, onde manchas roxas e vermelhas desenhavam minha pele.

- Por isso usa roupas que escondam seu corpo?

- Também. - Respondi meio seca.

Ele me fitou por mais um tempo. Como o silêncio tornava-se cada vez mais desagradável, quis terminar o assunto. Lentamente, levei minhas mãos à sua cueca e a abaixei. Vi seu pênis já completamente ereto, e pude notar que ele estava mesmo precisando de uma "aliviada".

Foi nesse momento que notei que teria um certo desconforto com aquele cliente. Grande parte dos homens com quem havia estado até ali eram de estatura normal. Algumas vezes ficava com homens mais altos, e isso sempre indicava que seus membros eram maiores do que os que eu estava acostumada a sentir. Por esse motivo, e pelo fato de ser pequena, era comum sentir dor e desconforto na penetração. Os homens sempre queriam enfiar tudo dentro, sem se preocupar com as leis físicas relacionadas ao fato de que objetos grandes simplesmente não cabem em lugares pequenos.

Danilo era mais alto que a média. Proporcional a ele, seu pênis era maior do que os que eu estava acostumada. Mas eu já havia passado por isso algumas vezes, não era algo completamente desconhecido. Envolvi seu pau com uma mão, já fazendo os movimentos certos, e continuei acariciando com a outra mão e beijando sua barriga.

- Chupe.

Ok, apressadinho. Abaixei minha cabeça e tomei seu pênis na boca, tomando cuidado com meus dentes. Ele era um pouco mais grosso do que o normal também, por isso tive que me concentrar.Enquanto chupava devagar a cabeça, continuava fazendo o movimento de vai e vem com a mão no resto do corpo de seu pênis. Ele agarrava meus cabelos, murmurando coisas sem sentido. Seu membro era muito grande também para minha boca, e quando ele tentou pôr todo dentro, fui pega de surpresa. Ainda assim, fiz com que minha garganta relaxasse, e agradeci em silêncio por não engasgar.

Ele agora estocava com força, colocando toda a extensão do seu membro dentro da minha boca. Fazia movimentos rápidos e bruscos. Para manter o equilíbrio, envolvi meus braços nele e o segurei por trás. Enquanto seus gemidos começavam a ficar mais altos, ele agarrava com mais força meus cabelos e empurrava com força minha cabeça contra seu corpo, de forma que pudesse controlar minha boca ali. Não demoraria muito, e ele gozaria. Dito e feito. O líquido quente começou a escorrer pela minha garganta. Me concentrei novamente em deixá-la relaxada para receber todo o gozo. Depois de algum tempo ele puxou meus cabelos para trás e se retirou de mim.

- Sua boca é maravilhosa.

- Obrigada.

Sem dizer mais nada, ele abaixou até sua calça caída no chão e, de dentro do bolso, tirou um preservativo. Jogou a embalagem em cima da cama e, sem cerimônias, tirou meu sutiã e me deitou na cama, cobrindo-me com seu corpo.

Rapidamente levou sua boca a um dos meus seios, sugando-o com delicadeza, o que estranhei. Os homens com quem me deitava normalmente não eram sutis, e sempre faziam com que, ao final da relação, eu tivesse uma nova marca para a coleção.

- Estou machucando? - Ele perguntou.

- Não.

- Então posso chupar com vontade?

Era estranho. Aquela pergunta indicava que ele não era delicado normalmente, mas estava se forçando a ser para não me machucar. Aquilo definitivamente fugia dos padrões dos clientes que eu atendia.

- Sim. Eu já me acostumei, não sinto mais dor.

Sem mais o mínimo cuidado, ele chupou com força meu seio esquerdo enquanto uma de suas mãos apertava e beliscava o direito. Sua outra mão deslizou para dentro da minha calcinha e seus dedos começaram a me tocar - no início, devagar, mas depois, muito rápido.

Senti dois dedos deslizando para dentro de mim. Com o objetivo de estimulá-lo, prendi os meus dedos nos seus cabelos e soltei alguns gemidos baixos e aleatórios.Mesmo com todo o erotismo da situação, eu não sentia prazer. Nunca senti prazer em nenhuma relação que tenha tido na vida, porque era errado, era sujo. Era humilhante. Eu sabia que só fazia aquilo por causa do dinheiro, e não porque meu corpo queria. Mas vez ou outra lembrava que tinha um papel a desempenhar, tinha que estimular e dar prazer aos meus clientes. Era difícil lembrar, já que em todas as trepadas que eu dava, fazia questão de desligar meu cérebro e agir automaticamente. Eu não sentia nada, não pensava em nada. Apenas fazia o que sabia que tinha que fazer.

Com o objetivo de adiantar aquilo, peguei o preservativo jogado à minha direita na cama e abri. Ele notou meu movimento, e embora eu achasse que fosse reclamar, ele ficou de joelhos à minha frente, entre minhas pernas, esperando para que eu o "vestisse". Sentei na cama e o fiz, grata por saber que aquilo estava indo rápido.

Unlikely Love DanisaOnde histórias criam vida. Descubra agora