(Cap. 36) Capítulo 36

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Danilo's POV

QUINTO MÊS

A manhã seguinte ao nosso casamento começou perfeita, mesmo que nada fora do normal tivesse acontecido.
O simples fato de tê-la ali ao meu lado, dormindo, linda como um anjo, já era o suficiente para me deixar bem.

Sua maquiagem, embora mais fraca, se mantinha perfeita. Seus cabelos estavam soltos, e tentei me lembrar em que momento da noite anterior eu havia desfeito sua trança.
O perfume de amêndoas parecia fraco se comparado ao perfume natural que sua pele emanava.

Ela estava tranquila, respirando devagar, e o movimento de subida e descida que o peito dela fazia era um pouco hipnótico.
Mesmo inconsciente, Maraisa parecia feliz, e aquilo fez com que eu sentisse uma paz de espírito tão grande que, de repente, me dei conta de que poderia passar o resto da vida ali, daquele jeito, assistindo-a não fazer nada.

Mas em algum momento ela acordaria.
E quando isso acontecesse, eu queria estar preparado.
Era engraçado como me sentia disposto a parecer o melhor marido do mundo para ela, e igualmente engraçado era o fato de que eu achava que realmente podia ser.
Eu havia prometido a ela - e a mim mesmo - que cuidaria dela para sempre, e sempre a faria feliz. Era uma das pouquíssimas promessas que eu havia feito a alguém algum dia, e seria talvez a única que eu realmente cumpriria.

Contra a vontade, levantei-me da cama e caminhei até o banheiro para um banho morno, tomando cuidado para não acordá-la.
Ela ainda dormia na mesma posição quando voltei ao quarto.
Escolhi uma calça de moletom qualquer para vestir e recolhi do chão as nossas peças de roupa, esquecidas na noite anterior, saindo logo em seguida.

Desci e preparei o melhor café da manhã que consegui, com sucos de maçã e morango, torradas, dois tipos de geléias, patê, chocolate e biscoitos de água e sal.
Não sabia de onde havia surgido aquilo tudo, mas só pude pensar que tinha um dedo de Maiara.

Sentei na cozinha e comi distraidamente, tentando lembrar de todos os detalhes da nossa festa de casamento, mas só conseguindo lembrar sempre da mesma coisa:
Ela.

E de como ela estava maravilhosa.
E de como eu me senti ao vê-la caminhando para mim, me aceitando, aceitando ser minha.
E de como tudo parecia girar em torno dela de uma forma natural.
E de como eu a amava.

Senti uma saudade boba de repente, como se estivéssemos longe há tempo suficiente.
Coloquei em uma bandeja tudo que consegui e subi com ela para o quarto, sem pensar se Maraisa já havia acordado àquela hora.

Para minha felicidade, ela estava se espreguiçando em volta do edredom como um gato manso - e a melhor parte:
completamente nua.
Por um bom tempo tudo que consegui fazer foi admirá-la da porta, com a bandeja ainda na mão.
Fiquei feliz quando ela não fez menção em se cobrir ao me ver ali.

- Bom dia. - Ela sussurrou contra o travesseiro, meio de bruços, me olhando com aqueles olhos castanhos escuro perfeitos.

- Ótimo dia. - Respondi, deixando a bandeja no colchão ao seu lado e beijando suavemente suas costas - Com fome, sra. Gentili?

Ela escondeu o rosto e soltou um riso baixo, mas suficientemente alto para que eu ouvisse e me apaixonasse ainda mais.

- Estou. A sua filha está mexendo com o meu apetite.

Eu não sabia por que tudo que ela dizia fazia com que eu me derretesse, mas ouvi-la se referir à sua barriga daquela forma definitivamente me deixou mais bobo do que nunca.
Quando Maraisa virou de barriga para cima, fui tomado por uma vontade imoral de agarrá-la e enchê-la de beijos, mas tudo que fiz foi beijar sua barriga.

Unlikely Love DanisaOnde histórias criam vida. Descubra agora