O encontro

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Hayley Tesfaye

A vida é uma caixinha de surpresas, admiro a grande maioria delas, como muitas coisas que chegam a sua vida são completamente imprevísiveis e que nunca poderia passar pela sua mente.

A minha cafeteria favorita encontra-se praticamente vazia, uma surpresa que fez minha manhã enquanto espero Killian, um dos meus melhores amigos daqui de Nova York, outra surpresa incrível que a vida me proporcionou me fazendo ter um irmão aqui do outro lado do continente.

Conheci ele na faculdade, uma história muito engraçada que só aconteceria com nós dois, eu era nova no campus e estava perdida e ele achava que eu era uma vendedora de maconha que tinha trocado mensagens. Confesso que de ínicio me assustei com o jeito de Killian, mas passado esses dois meses depois nem me importo mais.

-Oi, gata!- me desperto com o beijo na bochecha que Killian me dá.

-Bom dia, matando outra aula só pra me ver?- brinco olhando pro balcão a espera do meu café e do cappuccino que pedi para Killian.
-Claro, quem não mataria uma aula pra ouvir esse seu sotaque divino?

-Não importa o tempo que passe você sempre vai achar incrível meu inglês britânico.
-Exatamente!- ele responde distraído pegando o celular.
-Eu pedi o nosso café há meia hora e até agora nada, vou ir lá.

-Merda!- ele dá um soco na mesa.
-Killian?
-Não acredito!

-No que você não acredita?

-Meu irmão está vindo pros Estados Unidos, o inferno vai reinar lá em casa.

-Não fala assim, ele é seu irmão. Ele estava onde?

-Acho que Itália, gerenciando alguma multinacional da Médici.
O garçom finalmente vem com nossos pedidos e nos deixando rapidamente.
Tomo alegremente o gole quente do meu café.

-O filho da mãe chega hoje à noite.Aconteceu alguma coisa, com certeza.

-Ou ele está com saudade de vocês.
-Aquele chato? Nunca, Hayley, ele mal liga pro meu pai, tem alguma coisa rolando.

Eu corri para minhas duas últimas aulas do dia antes de ter que ir para a Médici, onde trabalho como secretária do diretor financeiro, Aaron, ele é gentil e infelizmente é gato, e acabamos transando algumas vezes, porém não é nada sério para nenhum de nós dois; acredito.

Meu trabalho se resume em marcar reuniões para Aaron e organizar algumas para ele verificar melhor.
Meu celular vibra me tirando do transe da tela do computador, uma nova mensagem de Killian.
"Jantar aqui em casa hoje para receber o idiota do meu irmão."
"Isso é um convite?"
"Venha de preto, gata"

Vim ao que estou chamando de jantar de negócios, já que até Aaron está aqui, assim que terminei o meu turno na Médici, só dei uma ajeitada na minha maquiagem e vesti um vestido preto. Até agora não vi Killian ou seu pai, Maden que me adora e que sou muito grata porque consegui o emprego na Médici por sua causa.

Fico vagando de um lado para o outro apenas bebericando um vinho e esperando o idiota do Killian pelo menos me responder sobre onde está.

Vi agora há pouco a recepcionista da Médici que é muito gentil, mas já a perdi de vista e estou considerando ir embora. Seco minha garrafa e dou mais uma olhada pra mansão enorme dos Médici e me viro para ir embora e trombo em um homem.

Ele é alto e incrivelmente musculoso, seus olhos me lembram muito os de alguém e me sondam profundamente, sinto um arrepio com seu olhar e corto o contato visual por um momento para recuperar minha postura e parar de babar no homem que nem conheço direito.

-Me desculpe.
-É bom se desculpar.-ele esboça um sorriso sarcastico, lindo, mas sarcastico de um jeito irritante.
-Como é que é?- nesse momento torci para que não tivesse terminado o vinho para jogar no seu lindo cabelo.
-Você tem que ter mais atenção a sua volta.
-Só eu? Quem poderia ter desviado de mim é você seu mal educado.

Ele me mede de cima a baixo, antes de iniciar outra barbaridade em forma de frase.

-Acho que você não me conhece não é?
-Não, por que me interessaria te conhecer?
-Você tem razão.

Meço ele da mesma forma que fez comigo e vejo que está com um terno social e muito bem arrumado, mas sia falta de educação estragou toda sua beleza que só não é anulada por sua aura atraente.

-Já está pertubando os convidados, Matthew?- Killian chega e dá um leve soco no ombro do brutamonte e beija minha bochecha.

Matthew. Esse nome me lembra alguma coisa, me forço nas minhas memórias e finalmente me recordo que esse gostoso irritante é nada mais nada menos que o irmão de Killian.

-Sua amiga tem que olhar por onde anda.-ele fala me medindo novamente.
-Mas você cismou comigo hein, a culpa foi toda sua.

-Para de incomodar ela.-ele faz uma pausa chamando o garçom que passa próximo a nós e pega três taças de champanhe.- Meu pai está a sua espera, pode ir lá.- ele bate outra vez no ombro do irmão que solta a taça na mão de Killian.

-Por que você não me avisou que ele era um babaca?
-Eu falei, você que não quis acreditar em mim, gata.

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