Capítulo 2.

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Alguns dias haviam se passado e Steve até se esquecera da confusão de sentimentos que Eddie havia lhe causado. Até Robin lhe fazer lembrar com seus próprios questionamentos com relação à Vicky, pois de repente Steve se identificava com aquelas inseguranças. Ele devia contar para ela sobre, mas por que era tão difícil? Ele havia enfrentado vários monstros, isso não devia ser mais difícil.

Em uma terça a noite ele decidiu sair sozinho para beber. Chamar Robin estava fora de cogitação, pois estava com medo de acabar contado algo se bebesse demais.

Entrou no Hideout e algo o fez congelar. Ali no palco estava Eddie e sua banda se apresentando. Por o local não estar muito lotado, Eddie notou sua chegada e rapidamente lhe lançou um sorriso. Ótimo, ele não poderia mais sair, ou o magoaria.

Sentou-se em uma mesa próxima ao palco, pois já que estava ali para enfrentar seus sentimentos que fosse avaliando o causador deles. Eddie realmente cantava muito bem, embora aquele não fosse nem um pouco seu estilo musical era bonito ouvir sua habilidade na guitarra. Ele usava um jeans claro rasgado com bandana e corrente nos bolsos, a camisa era preta lisa e por cima um colete jeans com vários bottons.

Steve tentou pensar em alguma garota depois de Nancy, qualquer uma, só para tentar afastar aqueles sentimentos, mas às vezes ele não conseguia ao menos lembrar o nome delas, nenhuma garota o marcou tanto quanto Nancy. Todo esse formigamento no corpo, essas palpitações, ele só sentia por ela, mas de repente estava sentindo pelo amigo. Nem ele acreditava em tamanho absurdo. Nunca sentiu atração por homens, mas como explicar o desejo de beijar a boca de um? Uma boca muito linda, por sinal.

O show terminou por volta das onze horas. Eddie não pensou duas vezes em largar sua guitarra e ir até Steve cuja aparência já não estava das melhores ao lado de três garrafas vazias.

– Ei, amigão! – Eddie sentou-se ao seu lado e lhe deu vários tampinhas em suas costas. – Está tudo bem? O que te traz num bar em plena terça?

– Você. – A resposta escapou da boca de Steve que rapidamente se odiou por isso. Havia estragado tudo.

– Tá bom que eu vou acreditar nessa. – Eddie não havia entendido o significado da resposta, para ele Steve disse que estava ali para assistir ao seu show. – Alguma coisa tem aí. Deixa eu adivinhar, é a Nancy?

– Que? Não! – Steve soprou um riso fraco, bastante grato por Eddie ter entendido errado sua resposta.

– Então é a Robin? Vocês são unha e carne e de repente não são mais. Alguma coisa tem aí.

– Eddie, eu tô bem. Não tem nada de errado. O que é tão estranho eu ter vindo te assistir?

– Além de tudo? – Eddie estreitou os olhos e apontou para as garrafas. – Está bebendo como quem quer esquecer ou se livrar de algo. A propósito não vai mais beber não. – Eddie se levantou e puxou Steve pelo braço, mal dando tempo de deixá-lo por o dinheiro na mesa. Eddie jogou a chave da sua van para um dos seus colegas e pediu para que eles guardassem tudo, pois ele tinha algo para resolver.

– O que você está fazendo? – Steve perguntou quando saíram para fora do estabelecimento.

– Agora eu entendi, você veio realmente me ver, mas não pra assistir meu show e sim porque está precisando de um amigo para conversar.

Steve respirou fundo e se deitou no capô de seu carro estacionado. O céu estava bastante nublado e ele até já sentia o cheiro de chuva. Ele odiava dirigir na chuva, mas torceu para que ela o acalmasse na noite fria. Novamente estava em devaneios quando voltou ao mundo ao sentir as mãos de Eddie em suas pernas. Assustado ele se levantou, e percebeu que ele estava apenas tirando a chave do carro de seu bolso.

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