Recentemente eu estou viciada em escrever coisas com uma vibe soft e triste. E depois de ouvir a música Juliet, do Cawetown, e pensar na letra, vi que se encaixa bem com o Bakugou (em primeira pessoa).
P.S: eu lutei pra encontrar um cover bom masculino e com violão pra combinar com a história, mas não deu. Usa a imaginação ai, e é isso.
finalmente fim de semana.
sábado de manhã. o dormitório está praticamente vazio, já que a turma costuma sair e passar o final de semana nas próprias casas e ver a família. mas hoje, você estava tão afim de descansar, que até ver sua família seria um desafio, então decidiu ficar e aproveitar o ambiente vazio.
depois de tomar muita coragem, você se levantou e foi rastejando até a cozinha na esperança de encontrar algum nutriente.
- bakugou? - ele estava lá, todo relaxado, usando só uma calça rosa da Hello Kitty e uma meia preta, segurando um prato com panquecas.
- o que você tá fazendo aqui?
- não te interessa - ele pegou um copo de suco, e foi pro quarto dele. ele sequer perguntou o que você estava fazendo lá, a verdade ele nem olhou pra você.e foi assim a semana toda. ele é complicado de fato, mas tem sido especialmente difícil essa semana. você já havia pego a manha pra lidar com ele, e ele é bem mais agradável do que parece, mas essa semana, ele nem conversou direito com você, não fez nenhuma piada ou brincadeira, não te convidou pra ficar de bobeira, não fez nada pra você comer, não te mandou mensagem durante o estágio perguntando se estava bem. nada, nada mesmo. passava cada minuto das horas vagas preso no quarto, nem com o Kirishima conversava.
isso começou quando, semana passada, em trio, você, ele e Deku encontraram um vilão monstruoso durante o estágio. em certo momento, você perdeu o controle da situação e ficou em perigo, ele correu pra te salvar, e acabou ferido. vocês dois só se safaram, porque Deku estava lá, caso contrário estariam ferrados.
ele teve aquela explosão e falas típicas, como “não preciso de ajuda!” e coisas do tipo, mas aparentava estar normal. foi no outro dia, quando você o agradeceu, que ele te olhou e ao invés de dizer algo como “tsc, tanto faz”, ele não disse nada. só alguns segundos, uma encarada de olhos vazios. você sentiu como se ele te odiasse por alguns instantes, e depois uma semana estranha se passou.
você bateu na porta dele, e esperou. nenhuma resposta, ele só destrancou a porta e você entrou.
ele estava sentado na cama, com as panquecas ao lado intocadas, mas o copo vazio. no chão, um violão preto e alguns papéis, parecia que ele já havia escrito e apagado várias vezes. esse tipo de bagunça, é rara pra ele.
- o que quer pirralha?
- já falei, quero saber o que faz aqui. brigou com sua mãe, ou algo do tipo?- não, só não to afim de sair daqui hoje - ele colocou o prato com panquecas no chão e deitou, mexendo no celular. ele parecia não se importar com você ali, então você tomou liberdade e se acomodou ali o chão no meio da bagunça. geralmente, você se jogaria na cama e ele tentaria te empurrar até cansar e te dar um espaço, mas hoje não.
- pode comer as panquecas, se quiser - finalmente algo mais habitual.você foi comendo, e observando os papéis. estavam até frágeis, de tanto que foram apagados.
- parece dedicado. está escrevendo sobre o que? - ele virou de costas pra você e permaneceu calado.
aproveitando que ele não estava vendo, deu lado pra curiosidade, e desvirou os papéis. todos tinham muitas rasuras, anotações, esboços de cifras, escritos com uma caligrafia atípica; e estavam com o título de “juliet”, com o desenho de algumas florzinhas mal feitas.
- é uma música? juliet? - ele grunhiu.
você respirou fundo, mas não conseguiu segurar. tentou manter uma comunicação, se aproximar, deixar que ele se abrisse, mas ele insiste em agir como uma criança.
e ignorá-lo podia acarretar em tragédia, do jeito que ele é pertubado.- já chega disso Katsuki! o que está acontecendo? por que está agindo assim?
ele se sentou na cama e suspirou. você se preparou para maior discussão da sua vida com toda a sua coragem, mas ao invés disso, só congelou com o que ouviu.
- posso te mostrar uma música que eu fiz? - você só conseguiu assentir com a cabeça. ele pegou o violão, se ajeitou na cama, e te olhou no chão, meio constrangido e tenso.
- se não gostar não diga nada idiota.
(ouve ai, e presta atenção pra entender ein)
foi… doloroso. era isso que ele queria me dizer? você não conseguia falar nada enquanto processava a música.
- eu sabia, ta uma merda - voz profunda, ele se levantou e foi até a porta e a abriu, de costas.
- pode sair agora, eu só-
- não! eu não disse nada, porque isso me deixou sem palavras - ele continuou de costas. você se levantou, e foi até ele, fechou a porta, e o olhou de frente. olhos vermelhos e fundos, cheios de lágrimas, engolindo seco, pronto pra chorar. você puxou o rosto dele, o colocando no seu ombro.- sinto muito. foi culpa minha, eu não fui o suficiente. por que me agradeceu? porque não me deixa logo? - foram resmungos entre lágrimas.
- agradeci porque você é o suficiente. você não tem o direito de se afastar assim, quem decide o que é melhor pra mim sou eu, e eu escolho ficar aqui com você.ele chorou no seu ombro, te segurando forte, como se você fosse fugir; mas não ia, você ficaria ali mesmo que ele te expulsasse, só iria se fosse pro bem dele.
e assim foi o resto do sábado, abraços e sonecas confortáveis, e mais panquecas.
*BÔNUS*
vocês estavam deitados na cama, olhando um para o outro.
- bakugou...
- hum?
- eu sou sua juliet? - você falou sussurrando num tom de provocação, para irritá-lo.sempre é engraçado ver como a vermelhidão dele vem aos poucos e fica bem evidente. ele enfim se tocou que você tinha de fato, escutado a música, e pior, compreendido.
- tsc, não me enche idiota - ele deitou de barriga pra baixo. você aproveitou a chance, e deitou nas costas dele.
dormiram assim por um tempinho, até ele te empurrar pro lado, reclamando do seu peso.
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🄱🄰🄺🅄🄶🄾🅄 🄷🄴🄰🄳🄲🄰🄽🄾🄽🅂
Fanfictionoi, escrevendo por diversão. apenas bakugou (por enquanto). apesar de concluída, a lista de headcanons vai continuar aumentando, então da umas conferidinhas as vezes. tem alguns imagines as vezes também! aberta a sugestões <3