Adam suspirou cansado, se encostando no sofa da casa da irmã. Ele tinha acabado de chegar do treinamento e por mais que tivesse gostado, tinha achado cansativo.
Ele abriu os olhos, encarando o teto branco. Fechou os olhos novamente apreciando o silêncio na casa. Benjamim na creche, Anna na faculdade. Silêncio total. O único som que ele escutava era a sua barriga roncando por algum alimento já que ele não havia tomado café da manhã e já estava na hora do almoço.
Ele se levantou contra sua vontade e foi até a cozinha, tropeçando por brinquedos no caminho. A primeira coisa que viu quando abriu a geladeira foi um prato de coxinhas empanadas que ele pegou junto da jarra de suco.
Ele colocou o prato no micro-ondas e colocou o suco em um copo, guardando a jarra em seguida. O micro-ondas apitou, mostrando que suas coxinhas estavam prontas e ele rapidamente as pegou, já colocando uma na boca e apreciando o sabor.
Seu celular apitou em cima do balcão e ele suspirou irritado já que ele tinha acabado de sentar na cadeira. Mais uma vez ele se levantou contra sua vontade e pegou o celular abrindo a mensagem que foi enviada por Bryce, o chamando para uma social a qual ele gentilmente ignorou.
Terminou de comer, lavou as coisas que sujou e arrumou um pouco da casa para sua irmã, passou o resto do dia no sofá, assistindo filmes e cochilando de vez em quando.
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Narradora on
Hacker encarava a garrafa de cerveja na sua mão, julgando a si mesmo por ter chegado naquele ponto. O menino tinha um olhar sério sobre seu rosto, os olhos fundos e sem brilho.
Ele levou o bico da garrafa até seus lábios dando um longo gole, não sentia nem o gosto do líquido mais. Ele respirou fundo, sentindo sua cabeça latejar. Ele odiava se sentir assim, e odiava a si mesmo por ter se colocado nessa situação. Deu o último gole da cerveja e colocou no chão, junto das outras seis que ele já tinha bebido.
Passou mão sobre os fios recém cortados e suspirou cansado. Desde que seu relacionamento com Anna acabou ele parou de postar vídeos e raramente aparecia nas redes sociais já que quando o vídeo dele a traindo foi vazado ele passou a receber hater nas publicações e ele por mais que ele achava que merecia, ele não queria.
Seu olhar parou na foto de seu filho e seus olhos se encheram de lágrimas pela décima vez naquele dia. Ele pôs a mão na boca, sentindo sua cabeça doer, ele sabia que a dor que ele sentia era consequências de seus atos. Ele não conseguia parar de pensar que acabou a sua própria família, tentava ao máximo que conseguia não ficar pensando nesse assunto, mas não conseguia.
Ele secou os rosto e respirou fundo, sentindo seu coração batendo rápido dentro da caixa torácica. Ele se levantou rápido se sentindo tonto e as sete cervejas que ele tinha tomado tinha culpa disso.
Ele deu um passo ainda vendo tudo rodar, mas não deu muita importância, queria apenas chegar no seu quarto e deitar na sua cama. E ele conseguiu chegar na porta do quarto, mas tropeçou em um caminhão de brinquedo e foi direto pro chão. Suspirou irritado colocando a mão sobre a testa que bateu no batente da porta.
Ele se encostou na parede, se sua cabeça já estava rodando, imagina com a pancada que tinha levado. E ali sentado no chão gelado, ele chorou. Mais uma vez ele chorou, se culpando por tudo que tinha acontecido e se culpando por conta do ser humano que ele estava se tornando. Sua mão foi parar em seu peito, sentindo o mesmo doer e disparar com as lembranças do dia que viu a mulher que amava chorar.
Chorou no dia que contou ao filho que teria que se mudar e chorou se culpando por todas as vezes que o menor implorava para o pai voltar para casa.
