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— É sério isso? Aceita que você perdeu. — A loira riu, jogando a bolinha pequena no menino a sua frente.

— Jamais loirinha, um brasileiro nunca desiste!

Anna riu do menino e se preparou para jogar mais uma partida. Estavam jogando ping-pong, na hype house e já passava das 1:30 da manhã, mas não se importavam já que era uma madrugada de sábado.

A mansão estava como sempre nos finais de semana, super animada e barulhenta. A mesa de ping-pong estava no terraço da casa, Bryce e Jacob haviam a colocado ali para poder gravar um vídeo e não tinham tirado até aquele momento.

Estava claro graças e iluminação das lanternas dos celulares e a luz da lua. A música que tocava de dentro da casa estava alta o que fazia os dois jovens cantarem de vez em quando.

Anna gritou comemorando mais uma vitória e riu da cara que o loiro tinha feito. Brian a olhava indgnado mas se rendeu ao escutar a risada da menina e riu junto com ela.

— Ta bom! Eu aceito esse derrota. — Ele disse em um tom alto, olhando para o céu.

— Ou eu sou muito boa, ou você que é muito ruim. — Ela comentou rindo.

Ele a encarou e suspirou leve.

— Sou péssimo como pode ver. — Ele sorriu.

Anna não disse nada, apenas suspirou e caminhou até a grama sintética que tinha no chão e se deitou, olhando para a imensidão escura e cheia de estrelas. Brian observou cada movimento da menina, achando cada um deles atraente. Ele se aproximou e se deitou ao lado dela.

Os dois estavam quietos, apenas escutando a música, que já estava um pouco mais baixa.

— Quando eu era pequeno, meu irmão e eu saímos de casa a noite escondidos e íamos para a praia, pra poder ver as tartaruguinhas ir para o mar. — O loiro disse sorrindo pequeno.

— Adam e eu fizemos isso algumas vezes, mas quando minha mãe descobriu que saímos escondidos durante a noite, nos deu um castigo de uns três meses.

Ela sorriu, se lembrando da sua infância, a melhor que ela já teve.

— Quando eu aprendi a surfar, eu me lembro que eu e alguns amigos íamos pegar onda a noite. Eu tinha medo, mas gostava da adrenalina.

— Deus me livre entrar no mar a noite. — Brian riu.

— Hoje em dia eu não tenho mais medo, mas prefiro entrar durante o dia. — Disse o loiro, com os olhos sobre as estrelas que iluminavam o imenso céu.

O silêncio se fez presente mas uma vez, mas não estava desconfortável.

— Posso te fazer uma pergunta?

Anna murmurou afirmando e se preparando para responder qualquer que fosse a pergunta que iria receber.

— Não quero parecer intruso na sua vida nem nada, muito menos desrespeitoso, se não quiser responder, não tem problema nenhum... — Ele disse rápido antes de respirar fundo e virar a cabeça para o lado, olhando para o perfil da menina. — Você ainda tem sentimentos pelo Vinnie?

Anna molhou os lábios, sentindo o olhar de Brian sobre seu rosto, mas continuou a olhar para o céu. Seus dedos batucavam sobre sua barriga e seu coração disparava levemente dentro da caixa torácica.

— O único sentimento que eu tenho pelo Vinnie, é o de pena. — Falou séria.

● ● ●

Os olhos azuis estavam vidrados na cena que acontecia de ante deles. Ela não sabia se matava agora ou depois o pai de seu filho.

Eram 4:36 da madrugada. Ela estava parada em frente a Vinnie que estava sentado no chão de seu próprio apartamento com algumas garrafas de cerveja ao seu redor. Benjamim estava no colo da mãe, escondendo o rosto molhado na curva de seu pescoço.

Ela não tinha conseguido abrir a boca para dizer nada desde tinha colocado os pés na casa do menino. Benjamim tinha pegado celular do pai e aos prantos ligou para a mãe ir busca-lo, dizendo que estava com medo porque seu pai estava gritando coisas absurdas.

— Eu quero ir embora... — O menininho sussurrou, passando os bracinhos em volta do pescoço da mãe.

Anna passou a mão sobre a cabeça do mais novo e suspirou pesado, dando as costas para o joven sentado no chão.

— Não, não vá embora... — Ele sussurrou, fazendo a loira parar. — Por favor...

Ela respirou fundo, olhando para a porta e sentindo o alívio ao ver o Brasileiro que tinha a acompanhado. Brian olhava a cena sem saber o que falar, estava apenas parado.

Anna se aproximou de Brian e com cuidado entregou Benjamim em seus fortes braços que logo se aconchegou no corpo do mais velho, Anna balançou a cabeça para o lado, dizendo que ele poderia a esperar no carro.

Brian a encarou, inseguro de deixar a menina ali sozinha, mas se convenseu de que ela sabia o que estava fazendo. Anna respirou fundo vendo o menino sair, ela olhou novamente para o seu ex no chão e se abaixou para ficar na altura dele.

— Eu tenho pena de você. — Ela disse baixo.

Vinnie ergueu sua cabeça e seus olhos foram diretos para os olhos verdes da menina. Anna podia ver que os olhos que costumavam ser dóceis estavam escuros e sem vida.

— Como você se deixou chegar nesse ponto? — Ela o perguntou calma, ainda olhando nos olhos do mesmo.

— E você se importa?

— Eu me importo com o Benjamim, ele acho que ele não precisava ver você nessa situação. — Ela disse por fim, se levantou e se virou pronta para poder sair dali.

— Você gosta dele né? — Vinnie disse rápido e se levantando com dificuldade, com os olhos escuros na menina. — Do Brian.

Anna riu desacreditada olhando para o lado, passou a língua sobre os lábios e olhou novamente para o menino.

— Ele é meu amigo Vincent, mas eu não devia estar de dando satisfações.

Vinnie ficou em silêncio, seus olhos se encheram de lágrimas quando ele viu a menina sair pela porta de sua casa. Ele se sentou no chão novamente colocando as mãos no rosto e sentindo suas lágrimas as molharem. Mas agora não adiantava chorar no leite derramado.

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⏰ Última atualização: Oct 20, 2022 ⏰

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𝙋𝙖𝙞 𝙙𝙤 𝙢𝙚𝙪 𝙛𝙞𝙡𝙝𝙤 2 - 𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora