Marriage Votes (KiriBaku)

Capítulo Único

Era dia de casamento.

Tudo estava pronto, não havia nenhuma nuvem no céu, mas, se houvesse, isso não seria exatamente um empecilho, já que a cerimônia estava sendo realizada em um enorme salão coberto e iluminado artificialmente por dezenas de luzes tipo LED. Qualquer um que olhasse, diria que aquele era um dos salões mais bonitos de Tóquio (e realmente era). Um salão chique e sofisticado, digno de um casamento da família Bakugou.

Espaço e buffet reservados para mais de 500 convidados, contando desde amigos próximos até parentes distantes dos noivos, que não deviam vê-los há cerca de 15 anos, no mínimo.

A cerimônia já havia iniciado. Todos os convidados haviam selecionado um assento para chamar de seu, e agora estavam com os olhares voltados aos noivos da noite: Katsuki Bakugou e Eijiro Kirishima.

Sobre o altar elevado (para que pudessem ser visto de qualquer ângulo do salão), apenas os dois. Ah e, claro, não podemos esquecer de mencionar o homem selecionado para a realização da cerimônia de matrimônio: Denki Kaminari. Uma escolha um tanto quanto esquisita aos olhos dos convidados (e de Katsuki também), mas o rapaz já tinha certa experiência em gerenciar uniões estáveis. E, além do mais (talvez o principal motivo do rapaz estar lá ao invés de um cerimonialista profissional), Eijiro fez questão.

Bom, voltando aos noivos, Katsuki estava vestindo preto da cabeça aos pés, desde o paletó até as meias escondidas dentro de seus sapatos. Seu terno fora feito sob medida, e valorizava seu corpo de forma esplêndida. A única exceção aos tons de preto era sua gravata, que fora tingida em um tom vívido de vermelho, em homenagem à Red Riot, o homem com quem iria estar casado em questão de minutos. Kirishima, em contraste, trajava um terno branco, e teve todo o cuidado possível para não deixá-lo manchar até o dia do casamento. Já era uma vitória suas vestes ainda estarem brancas; só precisava sobreviver a uma festa inteira sem deixar cair comida em si mesmo. Novamente, feito sob medida, mas que ampliava seus ombros graças ao estofado. A cor da gravata? Não poderia ser outra senão laranja. Casais com gravatas combinando poderia ser considerado brega e antiquado por alguns, mas os noivos não se opuseram à ideia durante os planejamentos para o grande dia.

Já haviam feito a entrada, aceitado um ao outro como esposos pelo resto de suas vidas, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza e blá-blá-blá. Mas todos esses momentos se tornam superficiais diante de um dos momentos mais esperados do casamento: a troca de votos. Os convidados estavam curiosos sobre o que os noivos diriam. Mais especificamente, sobre o que Bakugou diria. Alguns apostavam na possibilidade de nem haver uma troca de votos, enquanto outros suspeitavam que o melhor que o loiro conseguiria fazer seria dizer duas ou três frases entre os dentes. Durante os minutos que antecederam a cerimônia, Kirishima perguntou se ele estava bem quanto aos votos. "Eu vou te impressionar.", foi a resposta que recebeu. Diante disso, lá estavam os dois.

Eijiro seria o primeiro. Colocou as mãos no bolso da calça e sacou um pedaço de papel. Abriu com cuidado e tomou um microfone em mãos (afinal, era a única forma de 500 pessoas ouvirem aquele discurso). Olhou para seu noivo, de relance, e recebeu um sorriso confortante por parte do loiro. Kirishima sorriu, um pouco por vergonha, outro pouco por ansiedade, e voltou os olhos ao papel.

- Eu conheci você por acaso, - o ruivo começou. - e, desde o início, eu percebi que você era diferente de todos os outros. Me disseram que não era uma boa ideia tentar me aproximar do Deus da Grande Explosão e Assassinato, mas alguma coisa em você insistia em me atrair melhor do que um imã. Eu não consegui ficar longe de você e, por causa disso, eu conheci o homem por quem eu me apaixonei. Um herói incrível, um dos caras mais másculos que eu conheço... o amor da minha vida. - ele fez uma pequena pausa e passou a olhar o loiro nos olhos. - Eu prometo te amar mesmo depois que a morte nos separar. O que eu espero que demore muitos anos 'pra acontecer porque... É difícil imaginar uma vida sem você, sabe? - ele acrescentou o final de última hora.