Capítulo 1 - O faxineiro e o garoto fofo.

55 6 3
                                    

Peter tem 18 anos (quase 19) e Wade 24 anos.

A fic será bem curtinha, apenas 4 caps.

Essa fic tem alguns gatilhos como suicídio, automutilação e transfobia, se você muito sensível a esses tópicos então sugiro que não leia.

Sim, aqui nessa história, Peter é um homem trans, eu não ligo se você tem algo contra, saia daqui.

E aos que ficarem espero que gostem <3

******


Era 6:30 da manhã de uma segunda feira, a neve caia impiedosa e dentro daquele quarto no subúrbio do Queen's um despertador de um som um tanto quanto agudo tocava incessantemente. Um travesseiro é jogado em direção a ele como se isso fosse desligá-lo, mas o único resultado que tem é um despertador e um travesseiro jogados no chão.

Wade se levantou coçando os olhos, ele se sentia mais cansado do que quando havia se deitado, ele vai até a maldita coisa barulhenta no chão e a pega desligando devidamente.

Ele olha pra fora vendo as ruas cheias de neve e o desânimo toma conta de todo o seu corpo, a última coisa que ele queria era pisar para fora de casa em um tempo como aquele, mas ele sabia que seu aluguel não se pagaria sozinho e que seu supervisor estava esperando apenas um mero deslize para mandá-lo para o olho da rua.

A vida de adulto era uma porra.

Então Wade saiu de casa, enfrentando a neve grossa que cobria as ruas e deixavam o transporte público ainda mais torturante, ele parou em uma lanchonete para comprar um café e caminhou pelas ruas frias até a Clínica San Germain, uma clínica psiquiátrica. Weasel sempre tirava sarro de Wade por ele ter arrumado emprego logo em uma clínica psiquiátrica, o que de fato era algo bem curioso, levando em conta as vozes que volta e meia ele escutava.

Bem, se um dia Wade surtasse ele não teria tanto trabalho para conseguir se internar.

Ele mostra seu crachá de faxineiro na portaria e não tarda muito para estar vestido adequadamente com o seu uniforme, uma calça e uma camiseta ambos de cor amarelada opaca, um tom bem feio na opinião de Wade. Ele odiava aquele emprego, a maioria dos médicos olhavam para ele como se ele fosse um inseto, e ficar limpando vômitos era uma merda, mas havia sido o melhor que ele conseguiria com os seus antecedentes criminais.

Ele limpava o corredor, passando vagarosamente o esfregão pra lá e pra cá tentando deixar bem claro o seu desânimo, até ele ver Triss, uma das psicólogas do lugar surgindo no corredor, e logo atrás dela vinha um garoto de cabelos castanhos, cacheados e bagunçados, ele era meio franzino e usava um moletom rosa da Hello Kitty.

Wade quase sorriu de tamanha fofura, mas obviamente se conteve.

– Wade, pode abrir o quarto número sete por favor? – a mulher diz.

Triss era a pessoa com quem Wade mais conversava naquele lugar.

Ele acena com a cabeça e empurrando seu carrinho ele avança pelo corredor sendo seguido por Triss e pelo garoto fofo, parando em frente a uma porta enfia a mão nos bolsos e tira de lá um maço de chaves o qual usa para abrir a porta do quarto.

Aquela era uma clínica bem simples, sem grandes artifícios decorativos, em cada quarto havia uma cama, um guarda roupa e uma mesinha de cabeceira com um abajur em cima, na parede uma grande janela com vista para o jardim que no momento estava tampada por cortinas cor de creme, e após as janelas, grossas grades que impediam que qualquer suicida tentasse dar um mergulho em direção ao chão. Ok, o quarto era um pouquinho deprimente, mas em compensação os colchões eram bons (Wade sabia disso porque às vezes na hora do seu almoço ele tirava um cochilo em algum quarto vago).

Estou caindo (Spideypool)Onde histórias criam vida. Descubra agora