Boss's girlfriend ;; Billie Eilish.

01. O'Connell.

you ;

━━━ Porra! – Grito raivosa, eu estava completamente fudida, e não era de maneira boa.

Eu estava pronta para levar a papelada para a sala da minha chefe, Billie O'Connell, mas como sorte do destino, acabou que uma xícara inteira de café caiu sobre os papéis e eu sabia bem de quem era aquela xícara.

━━━ Joaquim, seu filho de uma puta, eu vou te matar. – Lanço um olhar mortal para o homem, o mesmo me lançou um olhar cínico, voltando a digitar em seu computador.

Joaquim, o cara é maluco, ele tinha ódio de mim, eu não sabia o porquê, eu simplesmente não sabia e eu adoraria entender. Ele adorava me ver se ferrando, e adivinhem? Tudo por culpa desse careca barrigudo.

Abro minha boca para descarregar um caminhão de xingamentos em cima daquele careca, mas o som do interfone me interrompeu, eu sabia bem o que estava por vir, suspiro fundo, Joaquim me olhou com um sorriso irritante, eu queria matá-lo. 

"Minha sala", foi a única coisa que eu escutei após atender aquele interfone, a voz de Billie saiu apressada, eu tinha que me preparar, sabia que viria milhões de gritos direcionados a minha pessoa. 

━━━ Acho melhor se apressar, a chefe odeia atrasos. – Joaquim resmungou baixo, filho da mãe.

━━━ Porque você não vai por um implante de cabelo nessa sua careca? – O mais velho passou a mão pela cabeça, com cara de ofendido, pois eu estava pouco me importando. 

Me esquivo da mesa, indo em direção ao elevador, clico em alguns botões e entro após o mesmo abrir, eu agradeceria se esse elevador parasse e eu ficasse presa, seria menos pior do que encarar a O'Connell brava, confesso, ela ficava sexy, mas não deixava de dar um puta medo. 

A porta abriu, ótimo, chegou a hora, bom, não estou nervosa, estou calma, o que pode acontecer de demais? Talvez eu só seja arremessada do nono andar.

Ergo minha cabeça, vendo uma Alysson feliz da vida vindo em minha direção, aquele sorriso dela deixava meu dia feliz, nós nos conhecemos no meu primeiro dia nessa empresa, falando assim parece que faz anos, mas faz apenas alguns meses mesmo.

━━━ Que animação é essa? – Perguntei à garota, estava totalmente animada, fora do comum.

━━━ Finneas, ele me deu duas semanas de descanso, céus, ele é incrível. – Alysson batia palminhas animada.

━━━ Que sorte pegar um chefe desse, se eu pedir isso a minha chefe, certamente ela iria me dar dez tiros, nove seriam na minha boca.

Alysson gargalhou alto, tão alto que eu tenho certeza que toda a empresa ouviu, eu não estava errada, a porta da sala de Billie havia sido aberta na maior ignorância, a O'Connell saiu da sala e me encarou, apenas acenou com a cabeça, indicando que era pra eu ir, Alysson me encarou preocupada e eu sorri fraco, por dentro queria morrer.

[...]

━━━ Olha que maravilhoso, você além de atrasar com a papelada, fica de papinho no corredor, eu te pedi duas coisas, Beaumont, você não foi capaz de fazer nenhuma das duas, muito me admira você ter consigo entrar nessa empresa.

Au, essa doeu. 

━━━ Sra.O'connell, eu…

━━━ Eu não terminei, S/n, não me interrompa. – Pigarreou extremamente furiosa.
━━━ Você sabe o quão importante são essas papeladas? Qual vai ser sua desculpa da vez agora? Um pássaro entrou pela janela, pegou os papéis e saiu voando? – Não consigo prender a risada e levo minhas mãos até minha boca, rindo baixo, Billie me encarava séria, paro de rir aos poucos, ajeitando minha postura.

━━━ Me desculpe, não vai mais se repetir. – Falo suspirando fundo.

━━━ Não, realmente não vai, Beaumont, a próxima vez que você atrasar sequer um segundo, está demitida!

Sinto meu sangue ferver, a O'Connell sempre me tratava daquele jeito, sem ao menos me perguntar de maneira educada o meu lado da história.

━━━ Com todo respeito, Sra.O'Connell, mas a senhora está sendo muito injusta. – Falo da boca pra fora e Billie cruza os braços, se encostando na cadeira.
━━━ Sei que eu não deveria ter ficado no corredor batendo papo, mas você também não se esforça pra saber o que aconteceu e o porquê da papelada não ter chegado.

Suspiro aliviada ao soltar tudo que estava preso.

━━━ Acabou o show? – Billie diz e eu franzo o cenho, grossa do caralho.
━━━ O que acontece ou deixou de acontecer pouco me importa, Beaumont, você tem que garantir que a papelada chegar aqui na minha mesa, entendeu? Trate de ser mais responsável da próxima vez ou a sua carga de trabalho aumentará, quero ver como você vai se virar.

Concordei com a cabeça, ficando em silêncio, Billie ainda me encarava e aquilo estava me matando, eu estava tão envergonhada, queria realmente me jogar daquele prédio. A morena fez sinal para eu sair da sala e eu fiz questão de suspirar aliviada, caminho até a porta e pude sentir seu olho queimar sobre meu corpo, abri a porta e me deparei com o homem ruivo, Finneas O'Connell, além de ser bonito, era simpático, diferente de Billie, não que ela seja feia, muito pelo contrário, mas simpatia não era muito seu forte.

━━━ Seu trabalho aqui é ficar encarando meu irmão, Beaumont? – Revirei meus olhos ao escutar Billie, sorri tímida pra Finneas e sai quase que correndo daquela sala de tortura.

A cada dia que passava Billie ficava insuportável, chata, tirânica, mesquinha, sarcástica, gostosa… peraí, o que?

Droga de pensamento. 

━━━ Boo! – Duas mãos vieram de encontro com meu ombro, me chacoalhando, eu odiava isso. Alysson. 

━━━ Eu só não te dou uns tapas porque estou no meu local de trabalho.

━━━ Quanta formalidade, S/n, como foi lá? Chefe pegou muito pesado? – Eu e Alysson caminhamos em direção ao elevador, enquanto eu me preparava para contar tudo da forma mais dramática.

━━━ Ah, não, de boa, ela só me ameaçou de demissão ou aumentar minha carga horária de trabalho. 

━━━ Cruzes! Que mulher cruel. – Alysson diz com os olhos arregalados, tive que concordar. 
━━━ Aproveita que estamos na nossa hora de almoço e vamos juntas, que tal? 

Concordei em ir, afinal, normalmente eu almoçava na minha mesa mesmo, resolvendo uma papelada, ao lado de Joaquim, que toda vez que eu ia comer, ele fazia questão de cortar suas unhas do pé, eu já havia achado um pedaço de unha dentro da minha sopa, eu o xinguei até não poder mais.

Nesse tipo de caso, a violência é a pergunta e a resposta é "sim".