Capítulo 7

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Ela corre para dentro com todo o fôlego de seus pulmões. Tenta se transformar de forma completamente falha e inútil, então se teletransporta para o mais longe que pode. A poucos metros do local original.
Ação que a deixa completamente exausta.

"Droga, Claire! Não!"

Ela vai o mais rápido que pode até o quarto de Rô e se tranca em seu armário.

Finalmente ela se sente a salvo, até que a porta do guarda roupas é aberto em um solavanco. Derrepente tudo some numa nuvem preta, e seu grito é abafado.

Abro os olhos e tudo o que vejo é meu quarto. Pisco algumas vezes, tentando entender.

- Onde eu tô? - sussurro baixinho, para mim mesma. Mas posso sentir Fran se mechendo ao meu lado.

"Audição de caçadora", penso. Finalmente percebo que tudo foi apenas um pesadelo. Respiro fundo impaciente, querendo saber quando vou conseguir ter uma noite de sono descente.

Fecho os olhos e estico o corpo para não me privar da brisa que entra pela janela. Tento dormir novamente, mas minha cabeça começa a rodar. "Será uma longa noite!", afirmo para mim mesma.

Me levanto e caminho até a janela. O vento gelado da floresta me invade, e sinto a necessidade de senti-lo por todo o meu corpo. Caminho até a porta e a atravesso, tentando fazer o mínimo de barulho possível, mesmo tendo certeza que já acordei Fran ao me levantar da cama.

Ando até a cozinha e aceno em cumprimento a Dilian ali sentada.

-Por que acordada tão tarde?

Apenas sorrio e aceno levemente a cabeça em negativo. Nunca fui muito próxima de Dilian. Ela veio pra cá em um momento ruim, quando eu já tinha me fechado completamente para o mundo.

Vou até a porta de entrada, e a atravesso. Uma ligada de ar me atinge, fazendo me sentir em casa. Tiro a camisa e a bermuda para senti-lo por todo o meu corpo. Adentro pela floresta até encontrar o riacho. Me sento em uma pedra a sua beira, e mergulho os pés na água.

Fico um tempo sentindo o frio me invadir, tomar conta do meu corpo. Até que ouço um leve balançar de folhas, feito por alguém que não queria ser percebido. Isso me arranca de meu transe e olho imediatamente até o lugar. E logo posso ver um grande bolo de edredons vindo em minha direção.

- Fran? - digo, mesmo já sabendo que é ela.

- Oi - ela me responde.

- O que faz aqui nesse frio?

- Vim te trazer isso - com as mãos trêmulas, ela me entrega um caneco de alumínio, cheio de chá morno - tentei deixar ele o mais frio que consegui.

A encaro sem saber o que dizer, e ela simplesmente dá de costas e sai andando. Direciono o olhar para o caneco em minhas mãos.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2023 ⏰

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