alguém me paga uma terapia

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Os seguintes dias da semana correram tranquilos. Diferente da minha cabeça que estava um turbilhão de pensamentos.

Aquele dia no escritório de Jihoon se repetia constantemente em minha mente. Eu realmente ia deixá-lo me beijar? E depois, o que aconteceria? Desde quando eu sou tão mole assim? O que Jihoon tinha que me deixava todo desconcertado? Era a forma que ele me tratava? Como se eu fosse a única pessoa que valia a pena ele perder uns minutos de seu precioso tempo. Ou talvez fosse a forma que ele me olhava, com a mais pura admiração e desejo. Aquilo amaciava meu ego, uma pessoa tão poderosa quanto Jihoon escolheu a mim, entre tantas outras pessoas melhores de vida. Isso me fez pensar que talvez eu não goste de Jihoon, mas, sim, da situação. Eu estou tão confuso...

— Acorda, Soonyoung! — A voz de Seungkwan me tirou de meus devaneios — Linha dois. Atende aí.

Suspirei e fiz o que ele pediu, voltando a trabalhar. Durante todos os dias da semana, Jihoon não entrou em contato comigo nenhuma vez. Não me chamou em seu escritório após o expediente, nem nada do tipo. Tudo bem que eu queria uma maior discrição, mas agora ele está me ignorando completamente! Isso só me deixa ainda mais confuso. Paralelamente, Chan resolveu me acompanhar até a estação de metrô todo dia. Conversávamos bastante, e eu descobri que tínhamos várias coisas em comum. A presença de Chan se tornou um tanto tranquilizadora nesses meus momentos de aflição.

— Soonyoung, você está bem? — O dito cujo apareceu na minha frente.

— Estou sim, Chan. Só estou cansado. — Sorri, sem graça.

— Cansado de quê? — Mingyu murmurou, bebendo café — Faz nada...

— Não enche, cabeçudo.

Mais tarde, lá fui eu de novo até a lanchonete para comer um docinho enquanto matava o tempo. Sentei-me em uma das mesas e, inconscientemente, procurei por Jihoon na multidão. Parte de mim esperava, pela quinta vez na semana, que ele saísse pelo elevador e viesse encher o meu saco. No entanto, nada aconteceu. Olhei meu celular, nada, nenhuma mensagem. Suspirei, frustrado, e terminei de comer meu doce. Ele não disse que gostava de mim? Isso não me parece o comportamento de alguém apaixonado. De repente, senti uma mão em meu ombro e dei um pulo de susto.

— Minha santa perereca! — Coloquei uma mão no peito e me virei, dando de cara com Joshua — O que tu quer?

— Alguém está de mau humor hoje. — Ele riu, arrumando a prancheta em suas mãos.

— Meh. — Dei de ombros, suspirando mais uma vez — Fala aí.

— Vou sair mais tarde hoje, quer uma carona? — Joshua disse, finalmente.

— Aceito. — Levantei-me, pronto para voltar ao meu escritório — Vai dormir lá em casa também?

— Sim.

— Ugh.

— Eu tenho mais direitos que você, eu namoro o dono da casa.

— Isso é um absurdo. Eu conheço Seokmin há mais tempo!

Joshua apenas me lançou um beijinho e foi embora. Que vida injusta, vou ter que aguentar os dois pombinhos fornicando a noite toda. Preciso encontrar alguma desculpa para sair de casa, e preciso rápido. Voltei para o escritório e continuei lá até o fim do expediente. Avisei Chan que não iria com ele hoje e fui em direção ao elevador. Após entrar, me apoiei na parede e suspirei pela milésima vez no dia. Meu estômago revirava de ansiedade, eu não sabia o que se passava na mente de Jihoon, e aquilo me deixava aflito, perdido. Eu odiava me sentir assim, era sinal de fraqueza. Kwon Soonyoung não é fraco! E então, tirando-me de meus devaneios, o elevador começou a mexer do nada, me assustando, e eu percebi que tinha esquecido de apertar o botão do meu andar. Burro. Logo, as portas do elevador se abriram, e eu me vi, ao que parecia, no estacionamento da empresa. Até aí tudo bem, mas então, percebi duas pessoas ali, em frente à saída do elevador. Demorei um pouco para reconhecer Jihoon e Seungcheol.

✘ damn.Onde histórias criam vida. Descubra agora