23% - ranking de coisas preferidas

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Depois que eles limparam a cozinha e organizaram a sala, nada mais agradável que um banho e uma taça de vinho para finalizar a noite.

Com somente a luz da sala de estar ligada, changbin deixou a garrafa de vinho em cima da mesa de centro, ele havia comprado mais cedo junto com os ingredientes do bolo que os garotos fizeram. Chan observou o ruivo despejar o líquido vermelho sangue dentro de duas taças, entregando uma a ele e ficando com a outra, os dois se acomodaram no chão, tomando cuidado para não manchar o carpete com a bebida. Conectado na televisão, Sanctuary do Joji tocava em um volume consideravelmente baixo, como uma música de fundo para o clima agradável que pairava entre eles. 

Os dois rapazes conversavam entre sussurros, mesmo que não fosse necessário, eles riram baixinho e trocavam carícias enquanto a garrafa de vinho ia se esvaziando a cada novo brinde. Por um segundo, christopher esqueceu todos os problemas que tivera que lidar mais cedo, o divórcio, as últimas palavras de morgana, o pedido de desculpa, o sentimento de culpa. Tudo parecia passageiro e antigo. Sem importância no momento. Ele observou changbin tagarelar como de costume por horas, ele falava sem parar entre vários assuntos, aos poucos seus lábios ficavam vermelhos por conta do vinho, o deixando ainda mais belo.

Chan queria que ele ficasse quietinho logo para conseguir beijá-lo.

Quando One do Ed Sheeran começou a tocar, o ruivinho levantou de repente, deixando a taça de vinho pela metade em cima da mesa de centro. Ele afastou a possível poeira da roupa com algumas batidinhas, aparentando estar mais feliz que o normal, no entanto chan não sabia dizer se era coisa da bebida ou era seu habitual.

— me concede essa dança, senhor christopher bang? — changbin estendeu a mão o australiano ainda sentado no chão o encarando como um bobo apaixonado. E talvez ele realmente fosse um bobo apaixonado.

— eu não sei dançar. — e não sabia mesmo, sua coordenação motora podia ser comparada a de uma porta.

— deixa de bobagem, todo mundo sabe dançar da sua própria forma. Vem, dança comigo, por favorzinho. — com um suspiro desistente, ele deixou a taça de lado e ficou de pé com ajuda do ruivo, o vendo dar mais um dos seus sorrisos cintilantes.

Changbin o orientou onde deveria colocar as mãos, as duas descendo até a cintura do mais novo. O ruivo rodeou os ombros de chan e cortou todo o espaço entre eles, seus troncos se encostaram sutilmente, às respiração se mesclando enquanto seus pés balançavam para lá e pra cá. De vez em quando chan pisava no pé de changbin, e ele pedia incansáveis desculpas ao menor, mesmo com o homem dizendo que estava tudo bem. Queria conseguir mexer os pés sem ter que ficar prestando atenção onde deveria pisar, mas changbin o distraía com facilidade, e ter noção do quão próximo seus corpos estavam deixava o australiano em alerta.

Changbin quem instruiu aquela dança, cantarolando baixinho a letra da música no seu pé do ouvido. Em algum momento o australiano deixou ser levado, fechando os olhos e aproveitando a sensação de proteção que o ruivinho exalava. Era calmo, afável e nem um pouco constrangedor, se sentir seguro na presença dele tinha se tornado uma das coisas favoritas de christopher, ele podia ser frágil com changbin, podia ser sensível e vulnerável. Não precisava ser sempre o adulto da relação, o que deveria manter a cabeça no lugar e sempre estar atento às coisas para proteger a pessoa com quem estava se relacionando. Pela primeira vez, chan se permitiu ser cuidado.

— você tem um cheirinho bom. — changbin disse subitamente, as mãos se emaranhando no cabelo cor de cacau. Chan suspirou, dando mais espaço para que o ruivo o beijasse no pescoço, sendo impossível conter o arfar surpreso ao descobrir que era tão sensível naquela área.

Ele subiu os selares até a mandíbula do australiano, onde desfez o suave apertão nos fios, as mãos pairando ao redor do pescoço do mais velho. Chan o encarou de pertinho, os narizes se encostando e as bocas entreabertas. Com um pedido mudo para que aquele beijo ocorresse, changbin umedeceu os próprios lábios e acabou com a distância entre eles, demolindo aquela barreira cheia de medo e inseguranças que antes fora construída enquanto ainda era casado, destruindo ela e deixando somente o sentimento de êxtase pelo momento. A boca de changbin tinha gosto de vinho branco, era macia e quente na medida certa, ele não possuía pressa alguma e o beijava com zelo, mesmo com barulho úmido que o ósculo trouxera. Chan deslizou pela sensação cálida que tomou conta do seu estômago, um nervosismo passageiro que se instalou no seu interior. Ele gemeu baixinho quando changbin pressionou uma mão ao redor do seu pescoço, sua guarda se desfazendo ligeiramente. Em contrapartida, ele apertou a cintura do menor, a trazendo para perto do seu quadril.

Sentiu que beijar changbin podia entrar para seu ranking de coisas preferidas, e aquele sorrisinho ladino que ele deu ao desfazer o ósculo remexeu algo adormecido dentro do seu peito. Ele se sentiu quente e necessitado, mas não apressaria as coisas. Gostava do ritmo que tudo estava tendo.

— você é lindo. — o ruivo o elogiou de repente, como um costume de sempre falar o que viesse na cabeça. Chan corou levemente, sorrindo contra sua boca.

— obrigado por me esperar. — proferiu abraçando o menor.

— obrigado por não ter desistido de mim no meio do caminho. — murmurou contra seu pescoço, beijando o ombro do mais velho. — você foi uma das melhores coisas que me aconteceu. — declarou, apertando os braços ao redor do bang.

— depois do lix, você é a melhor coisa que me aconteceu. — acariciou as costas do seo, o embalando em seus braços.

Mais uma música tocou, e chan desta vez quem comandou a dança, do seu próprio jeito desajeitado. Changbin ria dos seus tropeços, mesmo quando era ele quem pisava no pé do bang por um descuido. Eles beberam noite a dentro, e quando a manhã deu seus primeiros suspiros, o australiano carregou um changbin adormecido até a cama, o depositando sobre o colchão com cuidado.

Tomou outro banho para espantar a possível tontura que o vinha trouxera e voltou para o quarto, vendo o ruivo encolhido abraçando seu travesseiro, o rostinho contra a fronha branca que continha o cheiro do moreno. Chan pegou contra o travesseiro dentro do guarda roupa, dando como crime querer perturbar o sono do rapaz que dormia tão bem e confortável. Ele se encolheu perto de changbin, o abraçando por trás, e o ruivo instantaneamente se aninhou contra ele.

— boa noite, meu binnie. — o beijou sobre os fios, fechando os olhos em seguida.

Moral Of The StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora