Capitulo 12

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Eu- Pai?- eu falei num tom inaudível ao ser humano. Sinto uma mão no meu ombro e viro-me num movimento rápido, já com lágrimas nos olhos. O rosto do meu irmão aparece na minha visão turva e eu abraço-o imediatamente, deixando toda a tristeza que eu contive ontem sair.

Sinto uma mão na minha perna e olho para o lado, onde está uma menina pequena de cabelo castanho escuro a observar-me atentamente. A Bethany...

Eu- Oh meu amor eu peço desculpa por teres de passar por isto- choro enquanto a pego ao colo de modo a que estivéssemos os três abraçados.

Beth- Não faz mal, ela está melhor lá em cima, o mano disse que ela já não estava feliz aqui é que estava a tomar coisas perigosas.- a pequena e inocente criança diz no meu ombro. A minha rima sempre foi boa a procurar um lado positivo em tudo, lembro-me de quando ela tinha seis anos e tentou apanhar um esquilo, mas acabou por cair e partir a mão, e não a vi queixar-se uma vez, ela dizia que era fixe ter uma luva de boxe branca onde as pessoas podiam assinar e desenhar. Foi das únicas coisas em que ela não saía à minha mãe, que apenas via o mal que podia acontecer e os piores cenários possíveis.

Observo a os olhos do meu irmão a desviarem-se até ao sofá da sala e as mão que estavam antes à minha volta, formarem punhos.

Eles discutiram à seria, à seis anos, a última vez que o meu pai apanhou uma bebedeira e ia-me partindo o braço porque eu não lhe dava mais bebida. O Mark acabou por lhe dar um murro para o meu pai me largar, e felizmente funcionou. Ele transforma-se num animal quando bebe, o que é raro acontecer. Bem ou pelo menos era...

Eu- Mark, tem calma ele está mal por causa da mãe, dá-lhe um desconto.

Mark- Ai dele se te volta a tocar a ti, ou à Beth quando está naquele estado, eu não me vou controlar Ann.

Eu- Eu sei mano, calma por favor.- esfreguei levemente o seu braço com o que não segurava a Bethany.- Não sejas severo.- ele apenas assentiu e soltou um forte suspiro.

Pousei a minha irmã no chão e peguei na sua mão, enquanto o meu irmão ia na missão de acordar o meu pai.

O meu progenitor abre os olhos, e umas olheiras enormes formam-se por baixo. Os músculos do meu irmão ficam tensos e a minha irmã aperta ainda mais a minha mão.

Pai- O que aconteceu?- ele perguntou confuso com cara de dor e uma mão na cabeça.

Eu- Voltaste a beber...- eu sussurrei já com lágrimas a escorrerem-me do rosto. O meu telefone treme no meu bolso de trás, mas eu ignoro. Não é o momento certo para estar às mensagens com alguém.

Pai- Eu não queria...

Mark- Não querias? Por amor de Deus se não quisesses não o tinhas feito. Para de tentar ser o bonzinho da história.- o meu irmão grita mesmo em frente à cara do meu pai, e eu largo a mão da minha pequena irmã e corro até ele. Agarro levemente no seu braço e puxo-o para trás de forma a que haja alguma distância entre eles.

Pai- Mark vê se te acalmas, a tua mãe morreu ontem e eu não consegui aguentar ok? Ela fez parte de mais de metade da minha vida e eu já não consigo ver a minha vida sem ela. Foi difícil descobrir que ela se drogava e eu ainda não tinha descoberto, fui tão burro, eu devia ter notado. Eu sou o culpado eu, eu devia tê-la posto logo numa clínica, eu ia esperar até ao fim de semana para falar com ela sobre isso, talvez a tivesse salvo se a pusesse lá- ele chora a dizer, tal como já todas as pessoas nesta sala, se bem que o meu irmão apenas deixa cair uma lágrima.

Mark- Ok não te vou chatear agora mas quando isto passar vais-me ouvir, quer queiras ou não.- faz um ultimato puxando-me a mim e à Beth para fora de casa.

*

Passaram 4 dias desda morte da minha mãe, e 3 desda discussão em casa dos meus pais. Hoje é o funeral dela. Seu estou melhor? Não, continuo mal, mesmo mal e não me parece que vá ficar melhor assim tão cedo.

Estou à porta do cemitério à espera do Niall e da mãe dele, ele veio de propósito para cá quando eu lhe disse que ia ser hoje. Arranjo o meu vestido preto e passo os dedos pelo meu cabelo, também preto e solto.

Vejo um Range Rover a parar no estacionamento e um rapaz loiro a sair dele. Ele está lindo... O fato, a gravata e os sapatos assentam-lhe na perfeição, e os óculos só o tornam ainda mais atraente. O Niall sorri e a minha única reação decente é sorrir também. Jesus que homem!

Ele aproximou-se, já acompanhado pela Maura e rodeou o meu corpo com os seus braços coberto pelo seu suave fato, enquanto a sua mão me fez uma leve festa no cabelo.

Niall- Estás minimamente bem?- ele sussurrou ao meu ouvido e eu enrosquei-me mais no seu abraço.

Eu- Não, mas é normal.- encolhi os ombros e separei-me dele. A Maura olhava para nós com um pequeno sorriso, mas logo me abraçou também.

Depois de falarmos um pouco, entrámos os três para o cemitério. Vai ser difícil fazer isto. A minha tia organizou o enterro, ela sabia que nenhum de nós o conseguia fazer, foi simpático da sua parte.

O meu irmão, o meu pai e a minha irmã na fila da frente. Vou para lá certo? Sim, claro que sim.

A mão do Niall empurra levemente as minhas costas como se me encoraja-se, e eu sorri como agradecimento.

Vou para o lado direito do meu irmão é agarro na mão dele. Normalmente ele iria reclamar a dizer que estava a ser pirosa, mas hoje ambos precisamos desta força.

O funeral decorre normalmente, e no final o caixão é enterrado. Os meus olhos já não conseguem chorar, é como se a água do meu corpo tivesse esgotado e os meus olhos estivessem exaustos, o que é natural porque praticamente não dormi nestes dias por causa dos pesadelos.

No final do funeral abraço a minha família presente e vou ter com o Nialle com a Maura que esperam por mim na entrada. Ele força um sorriso mas eu nem isso consigo fazer, estou devastada. A sua mão pega na minha e eu entrelaço os nossos dedos. Agradeço-lhe mentalmente por ter feito isto, era mesmo do que eu precisava. Caminhamos para o exterior, mas uns homens com fardas de polícia param os meus passos.

Xxx- Annie Carvalho, filha de Janine Carvalho?

Eu- Sim, porquê?

Xxx- Queríamos apenas fazer umas perguntas acerca da sua mãe. Sabia que ela consumia?- o mesmo homem pergunta enquanto o outro tiram um bloco de notas e começa a escrever.

Eu- Não, eu só soube quando me disseram à forma como a minha mãe morreu.- eu sussurrei apertando ainda mais a mão do Niall.

XXX- É importante que nos diga a verdade menina, acreditamos que a sua mãe fazia parte de um gangue que praticava contrabando de droga mundialmente.- eu ouvi bem? Um gangue?

Eu- Desculpe lá mas deve haver um engano, a minha mãe não, e repito NÃO fazia parte de nenhum gangue. Ela era boa pessoa.- disse já irritada e suspirei. Estou no meio da rua, tenho a minha família perto e a mãe do Niall mesmo ao lado, não me posso descontrolar.

Xxx- Desculpe, mas se ela fosse mesmo boa pessoa não morria de overdose.- o homem diz, com uma cara super arrogante e o meu queixo cai. Ele acabou de dizer o que eu achou e ele acabou de dizer?

Maura- Desculpe mas está a passar os limites.- a senhora loira disse calma e eu suspirei levando a mão à minha testa para retirar o suor.

Niall- Ela já vos disse que não sabe nada, agora saiam daqui, a Annie acabou de perder a mãe, tenham o mínimo de respeito.-ele virou as costas puxando a minha mão. Só ouvi a mãe dele a reclamar uma última vez com os policias antes de as lágrimas invadirem a minha face.

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Mais um capitulo meninas, espero que tenham gostado.

Estou cheia de pena da pobre Ann, mas ele ficam tão queridos.

E não falta muito para o primeiro beijo, UPS JÁ DISSE DEMAIS!

BJS PARA TODAS E OBRIGADA POR LEREM <3

The Blond Boy (Niall Horan Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora