Um amor transcendental

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- Meu amor, nós não tomamos café. - Leônidas estava na cama com Heloísa aninhada em seus braços desde que finalizaram a conversa ao chegarem do fiasco que foi a visita ao café Colonial.


- Não tem problema, podemos comer alguma coisa depois. - Ela respondeu acariciando o marido que estava deitado em seu colo.


- Vou ligar na recepção e pedir algo pra gente. Ou você prefere sair e comer em algum lugar? - Leônidas se desvencilhou dos braços dela e a encarou acariciando-lhe o rosto.


- Já passa das dez. Vamos comer aqui mesmo. Nós descansamos e relaxamos um pouco. Que tal? - Ela respondeu.


- E depois eu prometo compensar tudo. Nós vamos à praia e no final da tarde te levarei para comer algo em um restaurante à beira-mar. - Leônidas a beijou com suavidade e se levantou para fazer a ligação à recepção.


O café da manhã foi farto e Heloísa comeu à vontade. Leônidas não comeu muito, mas ela não insistiu, porque sabia que ele não estava muito bem, mas apesar de tudo o que havia acontecido mais cedo, os carinhos com ela não haviam diminuído. A costureira chegou a sentiu um pouco de medo quando viu a reação dele ao falar da traição do pai e de Anastácia, mas Leônidas logo a tranquilizou e, sim, ela acreditava no amor dele. O rapaz não lutaria por ela da forma que lutou se ainda sentisse algo pela ex. O que ela queria agora era transmitir a ele a mesma segurança que ele lhe transmitia, o ajudar a se abrir e perdoar os dois. Claro que isso não era nada fácil para ele, mas talvez fosse algo que precisasse ser deixado para atrás para conseguir ser feliz de verdade.


A caminhada pela praia foi aconchegante e necessária. Era muito importante para Heloísa tomar um pouco de sol que lhe trazia vitaminas para o desenvolvimento do bebê. Os dois caminharam descalços e Leônidas a fez parar por um instante e ela o ficou observando. O rapaz se abaixou na areia molhada e escreveu "Eu te amo Heloísa" a deixando com água nos olhos. Quando ele se levantou, Heloísa se atirou em seu pescoço e o beijou com paixão sendo correspondida pelo homem que amava.


- O mar levou o meu eu te amo! - Ela exclamou quando uma pequena onda bateu em suas pernas e consequentemente a homenagem que ele havia feito.


- A onda pode até apagar o que eu escrevi, mas o que eu sinto, ah, isso não tem nada que apague, minha rosa. Meu amor por você é eterno e verdadeiro, não passageiro como palavras jogadas ao vento. - Declarou o rapaz.


- Você me faz chorar meu amor. - Ainda abraçados, Heloísa era só amor por seu marido. - Eu também te amo, muito! E acredito que não exista nada nesse mundo que diminua o que eu sinto por você.


Mais alguns minutos de caminhada e eles chegaram ao restaurante que Leônidas havia lhe falado.


- Tem algumas coisas aqui que você não pode comer, minha rosa. - Leônidas disse todo cuidadoso enquanto examinava o cardápio do restaurante que escolheram.


- Então vou deixar você escolher o que eu posso comer, doutor Leônidas. - Disse em tom de brincadeira.


- Não sou doutor. - Ele disse ainda examinando o menu.


- Mas poderia vir a ser. Nunca pensou em terminar os estudos? - Ela perguntou segurando as mãos dele por cima da mesa.


- Já pensei muitas vezes, Heloísa, mas sei lá, acabo desistindo e deixando passar. - Ele respondeu desanimado.


- Talvez seja a hora de voltar a pensar nisso. Hum? - Continuou ela. - Posso te ajudar de alguma forma.


- Vou pensar, meu amor, vou pensar.


A refeição foi tranquila e Heloísa percebeu que o marido conseguiu relaxar um pouco e deixar de lado o que acontecera mais cedo. Ela estava fazendo de tudo para mostrar a ele que estava ali e que não o deixaria, não iria embora e não o decepcionaria, e tudo o que havia acontecido em sua vida ficaria no passado e se dependesse dela, ele só receberia amor dali para frente.


- Vou tomar um banho. Por que não me acompanha? - Já escurecia quando os recém-casados voltaram para o hotel. Heloísa estava cansada e culpava a gravidez por fazer seus movimentos ficarem mais lentos e sua vontade de descansar ser maior que a vontade de sair.


- Com um contive desses não tenho como recusar. - Leônidas a puxou para ele e a beijou mais uma vez. Não se cansava daquela mulher. Ela era tudo o que ele tinha e a queria como nunca quis nada nem ninguém nesse mundo.


Optaram pelo banho de chuveiro mesmo, amanhã estreariam a banheira.


- Minha rosa... - Ele sussurra o nome dela e a puxa para o banheiro. - Vem aqui. - Os traços de roupas são deixados pelo caminho até chegarem ao local de destino.


Leônidas a puxa para dentro do box e a beija suavemente. Como era bom sentir os lábios macios e quentes de sua amada, as mãos dela em seu pescoço o puxando pra mais perto. Tocar seu corpo então, sentir as curvas e a pele macia sob seus dedos enquanto a água morna caía sobre eles.


Leônidas a encostou suavemente na parede e a apreciou. Os cabelos molhados pingando água em seu rosto. O corpo nu mostrando a mesma excitação que ele sentia. A beijou no pescoço, como ele amava aquela parte do corpo dela. A beijava ouvindo os suspiros que ela emitia. Desceu um pouco e sentiu os seios entumecidos em sua boca, que ele sugou com suavidade fazendo com que ela mexesse o quadril na tentativa de ir de encontro a ele. Ele ousou ainda mais ficando de joelhos e passando a língua na barriga dela, traçando círculos suaves. Ele sabia que ela devia estar louca por contato. Louca por ele. Ele a tomou com a boca a fazendo gemer um pouco mais alto. Os movimentos se tornaram rápidos fazendo com que ela não se contivesse e se entregasse. Leônidas ficava satisfeito em lhe dar prazer, em saber que também exercia um certo poder sobre ela. Ele sabia, ele a conhecia, e tinha certeza de que ela estava quase lá. O quadril dela pressionando sua boca. Sim, ela estava quase chegando, ele tinha certeza, Leônidas queria fazer isso por ela. Ela não se conteve e o nome dele saiu da boca dela na forma de grito choroso.


Leônidas se levantou e a beijou. Um beijo voraz. O rapaz a puxou para cima e a colocou em sua cintura a preenchendo completamente. Ele se sentia maravilhado. O desejo tomando conta dos dois enquanto ele a remetia intensamente. Segurava suas costas diminuindo o impacto contra a parede de azulejos. Os dois eram um só. O vapor d'água caindo do chuveiro, seus corpos molhados escorregadios, trêmulos, o gemido rouco, a respiração descompassada. Os beijos molhados, línguas unidas. Tantos anos de sentimento e desejo reprimido. Sim, ele esperava por esse momento a mais de dez anos, e agora com ela em seus braços, sabia que tudo havia valido a pena. O passado não mais importava, apenas os dois entregues, totalmente entregues. O ápice os atingiu como um despenhadeiro. Eles se jogaram e não importava onde iriam cair. A queda foi livre, maravilhosa. A adrenalina os envolveu e tudo foi perfeito. Nada mais existia no mundo.


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⏰ Última atualização: Jul 28, 2022 ⏰

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