Insignificância - Marinês

Você e mais ninguém - 3

Depois desses dias, Márcia e Inês começaram a ficar mais próximas, se encontravam pelo menos uma vez por semana.
Inês gostava da companhia da mais nova, isso ajudava a certificar de que a mulher minimamente bem.
Helena não gostava muito de visitar a bruxa, elas não se davam muito bem, mas Helena era quase que obrigada a ir.
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Márcia estava limpando o apartamento e ouvindo música de noite, não estava arrumada, obviamente, precisava usar uma roupa confortável para limpar tudo.

A mulher continuou limpando até mais tarde, ja eram por volta das 18:00 quando parou, a mulher não havia nada para fazer naquela noite então decidiu sair por ai. Colocou uma calça jeans, uma blusa justa, cinto e um casaco por cima, estava fazendo frio.

Ela decidiu que iria numa sorveteria, foi a pé pois nao era tão longe de seu prédio.
Helena decidiu ficar em casa mesmo, uma das únicas vezes que deixava a menina sozinha era quando ia trabalhar.

Chegando na sorveteria encontrou Ana, elas se viam quase todo dia no trabalho mas mesmo assim era uma surpresa quando se encontravam.

- Márcia? - Disse Ana se virando para a morena.

- Ana! Que surpresa, quase nunca sai de casa, hein. - Disse abraçando a mulher.

- Ai, boba! Veio fazer o que aqui? - Disse Ana olhando a mulher de cima para baixo apreciando suas roupas.

- Vim andar de burro. - Disse claramente sendo irônica. - Ana, estamos em uma sorveteria!

- Para de ser assim, Mulher! - Disse rindo das últimas frases da mulher.
Elas pediram o sorvete e se sentaram numa mesinha e ficaram conversando.
A presença de Inês quase passou despercebida se não fosse pelo seu olhar penetrante.
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O bar estava fechado, como sempre, Inês quase nunca tinha nada a fazer então
decidiu sair.
Inês decidiu andar, precisava tomar um ar, a mulher simplesmente saiu sem rumo.
Parece destino, as duas mulheres que começaram a se conhecer a pouco não terem nada a fazer e saírem para quase o mesmo lugar.
A bruxa apenas cumprimentou Márcia com um sorriso.
Ana percebeu a presença de Inês, mas como logo de começo não teve uma boa impressão da bruxa, fingiu que nem sonhava que a mulher estava ali.
Márcia, por si, decidiu levantar e ir cumprimentar a bruxa melhor.

- Inês? O que faz aqui? - Disse a mulher olhando a bruxa.

- Eu que te pergunto. - Respondeu Inês com um sorriso no rosto.

- Ah... eu quis sair um pouco de casa. - Respondeu Márcia olhando para trás onde Ana estava. - Quer sentar com a gente?

- Márcia, eu realment... - Antes que pudesse terminar Márcia a interrompeu.

- Por favor, Inês!! - Disse Márcia quase que implorando.

Inês aceitou pela mulher, sabia que era uma mulher difícil de se negar algo, ela iria

insistir a noite toda.
Ana olhou Inês com uma cara nada legal e a cumprimentou apenas por educação.

- Oi, Inês. - Disse Ana com a pior cara do mundo.
Inês não respondeu, apenas a olhou com deboche fazendo a mulher ficar envergonhada.

Com certeza não deu certo juntar as duas na mesma mesa, elas não param quietas um segundo, e Márcia não podia falar nada pois foi influência dela. Chegou um momento que a cada 3 palavras, 4 eram indiretas uma para outra.

Depois de muitas "briginhas", Ana decide ir embora, sobrando apenas Márcia e Inês na mesa.

Márcia não estava feliz por isso, realmente gostariam que suas duas "amigas" dessem certo... Na verdade, não sabia se era próxima o bastante de Inês para chama- lá de amiga.

- O que foi? - Depois de muito silêncio, algumas palavras finalmente foram soltas no ar por Inês.

- Nada... - Respondeu Márcia a olhando com um sorriso fraco.

Elas voltaram a conversar normalmente.
Conversa vai, conversa vem e o clima começa a ficar diferente.

Inês e Márcia se olhavam diferente, era quase indescritível o que estava acontecendo ali.

Havia uma pequena chama ali prestes a ser acesa. Márcia toma atitude, timidamente coloca a mão na coxa de Inês, mas sua reação não era o que ela esperava.

- O que você ta fazendo? - A bruxa foi para trás bruscamente, quase caindo da cadeira. - Márcia, desculpa mas não, eu não...

- Eu ja entendi. - Márcia simplesmente pega seu celular e sai, deixando Inês para trás.

Inês reagiu na hora do choque, não que ela não quisesse mas, não era cedo demais?

Márcia fez o que não deveria no calor do momento, ela também não sabia o que sentir no momento, mas a reação da bruxa realmente a assustou.
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Depois disso, as coisas mudaram, Márcia simplesmente não ia mais visitar Inês, se passaram uma, duas, três semanas e Márcia nem tocava no assunto de Inês.

Helena agradecia por não ter que ir no bar quase todo dia, mas também percebeu que sua irmã não ficava bem com aquilo, com certeza havia acontecido alguma coisa.

Nesse meio tempo, mais corpos foram encontrados, e, Depois de muito pegar no pé de ivo, finalmente conseguiram o caso, Ana e Márcia estavam se dedicando o máximo nisso.
Márcia tentou quase tudo sozinha, queria manter seu "espírito de herói", mas, sabia que isso não era feito por animais, muito menos humanos, a única pessoa que realmente poderia ajudar era Inês.
Márcia estava com receio de falar com a bruxa e Inês era orgulhosa demais para pedir desculpas para Márcia, mesmo que ninguém estivesse errado naquela situação.