A Orange Town LTDA era, segundo a página da NeWorldpédia, uma das 10 maiores empresas de citricultura do mercado mundial. A OT é responsável por cerca de um terço do mercado mundial de suco de laranja e também atua no cultivo e distribuição de laranjas e seus subprodutos.
A história da empresa começou há 40 anos quando a ex-fuzileira naval Bellmere aposentada por tempo de serviço adquiriu uma pequena fazenda e começou o cultivo de alguns pés de laranja. O que começou sendo uma colheita para a feira da cidade, passou a ser integralizada para mercados do distrito e logo a ex-marinheira viu que podia expandir seu negócio como pessoa jurídica.
Agora, a empresa era destaque das tecnologias para os comôdites e manejo agrícola de laranjas. O tempo foi árduo porém gentil com Bellmere, que pôde criar duas filhas com o dinheiro das laranjas e vê-las tomando gosto e rosto pela menina dos olhos da família.
Nojiko era a primogênita e desde cedo se interessou pelo chão da coisa. Lembrava que uma de suas brincadeiras favoritas era ajudar a mãe na plantação de laranjas, sempre atenciosa com os besouros e lagartas que poderiam ser uma praga. Tal interesse se desenvolveu até a vida adulta, assim, Nojiko era a renomada engenheira agrônoma e especialista em manejo de citrus por várias universidades internacionais, que comandava todo o processo de preparo do solo, plantio, manutenção e colheita das tão preciosas laranjas. Seu trabalho era tão incrível, que tinha desenvolvido uma espécie modificada geneticamente para se desenvolver mais rápido.
Se a glória do plantio era voltada à irmã mais velha, o avanço tecnológico e das finanças eram totalmente fruto dos esforços da caçula. Se tinha uma coisa que fazia os olhos de Nami brilharem era o dinheiro. Formada em economia, a ultimogênita era quem comandava e monitorava com afinco todos os centavos que estavam envolvidos naquela empresa. Nami se interessava pelo mundo, e fez da geografia econômica seu ponto principal de estudo e devoção.
E assim era a Orange Town era tocada, presidida pela matriarca e dirigida pelas duas filhas empenhadas a navegarem juntas no que o dia foi apenas um sonho.
*
As persianas da sala luxuosa eram abertas pontualmente às 6:40 de todas as manhãs. Os raios de sol que adentravam no espaço, refletiam nos pingentes cristais do grande lustre que ornamentava o meio do recinto. As paredes em tons claros e com detalhes marmorizados, davam o ar moderno ao amplo local, que ostentava um tapete fofo e móveis tão bem conservados.
O moreno cumprimentou uma das empregadas da casa com um sorriso amplo e amigável, apesar da governanta ser contida, mantinham a simpatia de serem todos do mesmo grupo: os assalariados.
Chegou em frente à uma porta ampla, feita de uma madeira nobre e bem polida. Bateu duas vezes e ao ouvir a voz permissiva soar do outro lado, girou a maçaneta lustrosa e adentrou no recinto.
Nami arrumava minuciosamente o rabo de cavalo no topo da sua cabeça, atenta ao reflexo para que nenhum fio ficasse de fora ou pudesse ser alvo fácil para o vento, fazendo o seu penteado ruivo se desmanchar em um ninho de frizz. Observou a figura atrás de si, segurando um tablet nas mãos e observando seus movimentos finais.
- Bom dia, Luffy.
- Bom dia, Nami. - o secretário respondeu, aproximando-se da ruiva, que abaixava as mãos e conferia o próprio reflexo. - Aqui está sua agenda.
Ele estendeu a tela para a mulher e sumiu no meio do closet feminino. Os dedos ornados por anéis deslizaram na tela analisando os blocos coloridos que ditavam e organizavam seu horário daquela quinta-feira. Soltou um muxoxo.
- Não acredito que terei que olhar para aquele loiro esquisito. - ela revirou os olhos, postando-se novamente em frente ao espelho. - Logo hoje que não posso ter rugas.
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Contrato Tropical
RomanceApesar de ser a princesa do reinado executivo, viver de luxos, festas e brilhantes, Nami adorava trabalhar. Todo o glamour vinha nas planilhas, contratos e reuniões longas que tinha com fornecedores e possíveis sócios. E, lógico que ela não fazia i...