Prólogo

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Pak! Pak!

O som de briga chamou minha atenção enquanto eu fumava no beco nos fundos do bar onde eu estava trabalhando. Coloquei o saco de lixo na lixeira e meus olhos encontraram um grupo de 5 ou 6 homens batendo em alguém que estava deitado no chão, impotente. Com socos e chutes eles batiam incansavelmente.

Segurei firmemente minha mochila e me virei, ainda fumando o cigarro e soltando a fumaça como se não tivesse visto nada. Estava acostumado a ver cenas desse tipo nessa parte escura do beco, onde apenas empregados e entregadores andavam.

"Você é um durão de merda."

O som vinha de um dos bastardos. Eu não me importei e foquei em vigiar a entrada do bar. Quando meu trabalho de meio período de garçom acabou eu planejei ir direto para casa.

Nessas horas, clientes e espectadores diminuíam. Alguns esperavam por táxis, ou ficavam atrás de uma garota para levar para casa. Já outros estavam apenas tendo uma briga, como aqueles no beco atrás de mim.

Não sou uma pessoa ruim, mas também não queria interferir nos negócios de ninguém. Não queria estar metido em problema dos outros. Você pode me xingar o quanto quiser por não ajudar, mas eu não tô nem aí. Pelo que soube, aquele cara que estava sendo espancado poderia ter feito algo muito ruim para levar a isso.

"Me deixe ir."

Virei pra olhar o pobre garoto que se enfiava nessa merda, ele se levantou e tentou lutar. Joguei a minha bituca de cigarro no chão e me espreguicei, me preparando para ir para casa sossegadamente. Mas quando comecei a andar, alguém segurou em minha camisa.

"Me ajude." Implorou a pessoa com uma voz rouca.

Minha atenção foi chamada para a logo da universidade em seu uniforme. Logo virei para olhar o rosto daquele que estava me segurando. Fiquei meio atordoado quando tive uma boa visão de sua face machucada, com a boca e o nariz sangrando. Apesar de estar acabado e repleto de sangue, ele parecia divinamente perfeito. Sua pele era delicada e lisa. E pelas luzes fracas do beco, ele parecia mais jovem do que imaginei.

"Ei, venha aqui."

Um dos idiotas veio até nós e puxou o colarinho do garoto. Olhei para o cara que tinha pedido por ajuda e vi seu desespero. Alguém empurrou meu peito, e então eu o empurrei de volta.

"Pega leve cara." Falei com uma voz rouca. E olhando para o bigode cobrindo o rosto do valentão, pude perceber que ele era bem mais velho do que eu.

Porque eles estavam batendo em uma criança? Pela aparência do garoto, nós tínhamos a mesma idade, e a julgar por suas roupas, ele devia ser um garoto riquinho. Então, repentinamente tive um pensamento brilhante. Agarrei-o longe do homem e o coloquei atrás de mim. Olhei para o grupo de bastardos na minha frente e vi que todos pareciam perigosos.

"Se você não quer se machucar, não se meta nos nossos negócios e me devolve o garoto."

Eu hesitei um segundo antes de responder.

"E se eu não fizer?"

"Eu disse para você deixá-lo." Ele grita.

Fiz silêncio por um momento, imaginando que isso não era da minha conta, e lembrando que meu irmão estava esperando por mim em casa.

Meu subconsciente hesitou e o rosto machucado do garoto atrás de mim veio à minha mente. Eu era realmente egoísta na maior parte do tempo, e não salvava donzelas em apuros para prevenir confrontos assim. Não ganharia nada o ajudando de qualquer maneira.

"Se você me ajudar... eu irei pagar uma grande quantia."

O garoto sussurrou no meu ouvido. Ele realmente pensava que eu poderia fazer isso por grana? Como ele é descarado pensando que pode me comprar com dinheiro.

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