BNHA| Katsuki Bakugou

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TWT
SFW
Avisos: nenhum
Gênero do capítulo: Angústia/fofo
Pronomes do leitor: Ela/dela
Personagem apresentado: Katsuki Bakugou
1° pessoa

GATILHOS:
automutilação
tentativa de suicídio
menções a depressão e ansiedade

•••

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  Eu estava tão cansada que sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Bakugou, meu Neko, continuava com birra para que pudesse ficar na sala jogando no console que eu havia lhe dado há alguns poucos meses.
   Eu bocejei e acenti, desistindo de tentar discutir e caminhei até meu quarto, fechando a porta e retirando minhas roupas, trocando-as por uma camisola confortável. Deitei na cama e olhei para o teto, lembrando dos meus últimos anos.
   Meus olhos se encheram de lágrimas quando as memórias passaram na minha cabeça, todos os sentimentos, as pessoas que perdi e que ganhei. A sensação de que não deveria estar aqui era aterrorizante. Eu só queria sumir, acabar com tudo isso.
   Não era boa em realmente nada. Não sabia fazer nada, não tinha talento e trabalhava em um lugar patético para poder me sustentar e sustentar a Katsuki. Eu me enganava falando para mim mesma que estava aqui por Bakugou, mas eu sabia que não era. Ele não precisa de mim, ele sabe se cuidar. Nem ao menos queria ser adotado.
Lembro-me como hoje do dia que fui ao centro de adoções com o coração quentinho e a ansiedade ha mil. No momento que o vi eu simplesmente me apaixonei, o pelo loiro, o corpo esguio dos maus-tratos pelos quais ele havia sofrido logo em seus primeiros meses de vida. Deus, ele era minha cara metade. Ou foi pelo menos assim que eu imaginei.
   Mesmo assim ele continuava sendo minha única luz, a única pessoa que ainda conversava comigo as vezes, mesmo que aos gritos. Tudo estava uma merda, mas ve-lo sorrindo—poucas vezes— ainda era bom e podia melhorar meu dia. Nossa relação não era uma das melhores, nekos são considerados amáveis e bons companheiros, acho que o meu não se encaixava nesse esteriótipo.
   Quando o adotei, a primeira semana foi terrível, ele ainda era um filhote, mas conseguia fazer birra como qualquer um. Ainda assim eu cuidei e o amei, até hoje. Há dois anos estamos juntos, bakugou já tem um corpo adulto e mentalidade de um adolescente irritado.
   Ele não precisa de mim, eu sei que não. Não adianta me enganar com isso. Todos esses anos enganando a mim mesma era torturante. Não conseguia fazer mais isso.
   Perdi meus pais, meu amigos, meu emprego era uma bosta, eu era uma bosta. Não notei quando as lágrimas desceram pelo meu rosto e me levantei fungando, indo até a caxinha de música e ligando-a, pondo em uma das músicas lentas que eu mais gostava. Limpei um pouco meu rosto com as costas das minhas mãos e funguei novamente, indo até o banheiro.
   Ninguém precisa de mim. Por que estou aqui? Ainda estou aqui, mas por qual propósito? Nem a própria pessoa que deveria talvez precisar de mim não o faz. Me sinto culpada por por inconscientemente esse peso mas costas de Katsuki, mas ele nem ao menos sabe. Não faria a mínima diferença. Há uma semana ele me ignorava, e nossa primeira "conversa" foi a briga pela porra de um console.
   As músicas comecaram a tocar e eu abri a gaveta em baixo da pia do banheiro, tirando a lâmina dali. Tinha ela pois Bakugou odiava pelos faciais, estranho para um meio gato. Jurei que não faria mais aquilo, há quase 10 anos eu não fazia. Mas precisava, ela me chamava. A necessidade de calar um pouco o turbilhão de sentimentos dentro do meu peito era maior do que a voz em minha cabeça que gritava para eu não me machucar mais uma vez. E então, enquanto a música ecoava pelas paredes do quarto a lamina encostou na minha pele ja marcada por cicatrizes fracas, e cortou.
   A ardência fazia com que eu me concentrasse apenas na dor exterior por alguns minutos, eu sentia paz, senti e aproveitei o silêncio em minha própria mente. O sangue pingava na pia a colorindo com a cor escarlate. Eu gostava dessa cor, amava na verdade. Sempre gostei, era forte. Forte como eu não era. Era a cor dos olhos de Katsuki.
   Afundei mais a lâmina em meu pulso e respirei fundo. Eu não chorava mais, não sentia nada além da dor na minha pele. Escutei a porta do meu quarto se abrir e a voz irritada de bakugou soando pelos meus ouvidos, quase cobrindo a outra música que começava a tocar, mas a escuridão que tomou minha vista e me tombou para o chão não permitiu que eu escutasse mais nada.
   Minha mão tapeou a cama confortável que eu estava deitada, conhecia aquele ambiente. Ainda era meu quarto, mas estava silencioso e um pouco escuro. Não queria me atrever a abrir os olhos, desejava profundamente que nunca tivesse acordado.
   Abri os olhos finalmente me incomodando com isso. Estava cansada, mas mesmo assim tentei me sentar. Eu ainda estava viva, infelizmente.
    Vi Bakugou ao meu lado, ele estava dormindo, algo que eu estranhei. Ele nunca dormiu ao meu lado, sempre me esnobou por causa disso, principalmente quando em meus dias mais solitários eu pedia para que ele dividisse a cama comigo. Analisei ele ainda mais e vi seu nariz vermelho, marcas de lágrimas pelas bochechas e as orelhas estavam caídas.
   Lembrei rapidamente do que havia feito e olhei para meu pulso que agora estava enfaixado. As aulas de primeiros socorros que paguei para ele serviram para alguma coisa, afinal. Senti meu coração ficar quente com isso, ele havia cuidado de mim pelo menos uma vez na vida. Agora eu poderia morrer em paz, talvez não seja tão ruim a minha ida.
   Me permiti levar a mão esquerda para o cabelo loiro ao meu lado, sentindo a macieis em meus dedos e aproveitando ao máximo, tirando rápido quando vi o Neko abrir os olhos vermelhos. Mas não só a pupila estava vermelha como o resto também, parecia ter chorado bastante.
   —Você acordou, finalmente—ele falou e eu arregalei os olhos quando vi ele me abraçar. Os braços fortes circulando minha cintura enquanto ele ofegava um pouco, escondendo o rosto em meu pescoço.
   —Quanto tempo fiquei desacordada? —eu perguntei e ele me apertou mais ainda, fungando.
   O abracei de volta e suspirei, lembrando dos motivos do porque havia feito aquilo. Mesmo que Katsuki estivesse assim, não mudava nada. Eu não tinha razões para continuar aqui, sabia que esse momento de calma entre nós dois era momentâneo.
   Mas eu queria aproveitar, nem que fosse um pouquinho, queria sentir que alguém se importava comigo e que me queria por perto, mesmo que algo dentro de mim dissesse que não era verdadeiro. Suspirei e afaguei os fios loiros, sentindo o cheiro doce do shampoo que ele usava.
   —Uma ou duas horas, eu não sei direito. —ele sussurrou, algo estranho para ele. Fechei meus olhos e o apertei ainda mais contra mim, só querendo ficar ali mais alguns segundos.
   —Obrigada, você já pode ir se quiser querido. —eu falei baixo. A voz exitante e fraca. Queria chorar mais, eu queria que a voz dentro da minha cabeça se calasse.
   —Eu não quero. Por que você fez isso? Tem noção do quão preocupado eu fiquei? — ele me largou e segurou meu rosto entre suas mãos.
   —São tantos motivos que eu passaria horas falando. Não quero te encher com isso, Katsuki. — eu suspirei e tirei delicadamente as mãos dele do meu rosto. Não podia me iludir mais. —Desculpe por atrapalhar o seu jogo.
   Fiz menção em me levantar da cama. Eu precisava de um banho, tinha sangue na camisola branca que eu estava usando. A mão de bakugou segurou meu braço que não estava enfaixado e me puxou para perto de novo, me deixando confusa.
   —Eu não ligo para a porra de jogo agora. Porra, você tem noção da dor que você me causou quando eu vi aquilo? —disse. Pude até ouvir sua voz trêmula na última frase.
   —Por que isso? Eu não quero que você venha com isso agora e depois me trate do jeito que você trata. —
   Ele se afastou de mim, olhando em meus olhos. Eu não conseguia nem ao menos formular uma expressão. Eu sentia tudo dentro de mim mas não botava para fora, não preciso que meus problemas o atrapalhem.
   —Eu sei que... Eu sei que eu sou um merda com você, mas eu só estava tentando não me apegar—ele exclamou e fechou os punhos. —Não deu muito certo.
   —Você não precisa de mim, amor, eu sei que não. Você é independente, já é grande o suficiente e sabe se cuidar, você se daria bem sem mim, na verdade sempre se deu. — levei minha mão até a bochecha molhada de bakugou e limpei uma lágrima com meu dedo. —Eu só não quero incomodar mais, não como eu sempre fiz.
   —Você não me incomoda! Me desculpa, desculpa mesmo. Era só fingimento, eu juro! — ele fechou os olhos com força e levou sua mão até a minha que ainda estava em seu rosto, tirando de la e levando até sua boca, deixando um beijo e permanecendo lá.
   Eu sorri. Queria acreditar, eu sentia que precisava. Mas eu queria tantas coisas que não podia. Eu só nao queria aquilo como podia. Eu podia acreditar, mas precisava confirmar, eu necessitava.
   —Amor, não se culpe. Eu só estou cansada. Entendo você, ok? —eu disse e tirei a mão de onde estava.
   —Eu amo você, de verdade. Se tem alguma verdade que eu tenho certeza na vida é isso — o loiro exclamou e meu me calei. Não esperava por aquilo.
   Meu coração batia rápido e nem nem sentia mais a ardência em meu braço, era era a confirmação que eu precisava. Os olhos vermelhos de Katsuki me olhavam com expectativa, as orelhas de pelos brancos levantadas e atentas a tudo.
   —O que? Não quero ser um estorvo para você.
   —Eu preciso de você, eu sempre precisei— a expressão de dor nele fez com que eu me sentisse culpada, envergonhado e com as bochechas coradas, era quase adorável.— Eu não te odeio como disse hoje, eu juro. Só não queria que você me abandonasse e eu sofresse como aconteceu antes. Eu preciso de você, de verdade.
   Sorri de novo, sentindo alívio. Tinha algo para que viver, finalmente, depois de anos eu tinha uma única confirmação que podia mudar tudo. Levantei, agora sendo observada por bakugou. Ignorei a leve vertigem que tive e fui até meu guarda-roupa, trocando rápido a camisola por a blusa larga e voltando até a cama.
Abracei bakugou de novo, me sentindo bem ao ser abraçada também. Deitei com ele no meu peito e suspirei, acalmando meu coração.
   —Eu também amo você, sempre amei. —exclamou, fazendo cafuné no mesmo— Não vou te abandonar, nunca.

𝕳𝖆𝖓𝖆𝖐𝖔 𝖐𝖚𝖓
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𝕴𝖒𝖆𝖌𝖎𝖓𝖊𝖘 𝕬𝖓𝖎𝖒𝖊𝖘Onde histórias criam vida. Descubra agora