Meu coração é de pedra ( mas ainda treme)

Parte 1 - Capítulo - 1: Tranças e idéias brilhantes.

Jiang Cheng frequentemente sonhava com o dia que se tornaria  Líder de Seita, cuidando de seu povo, ensinando  seus discípulos, elevando Yunmeng Jiang cada vez mais alto na opinião pública, tão alto quanto poderia.

Seria o orgulho de sua linha familiar, rodeado de seguidores leais e familiares, e todos aqueles que haviam depreciado a sua seita, teriam que olhar para cima.

Glória, honra, lealdade. Família. Um sonho simples, dourado e verdadeiro.

O sonho de um tonto, na verdade todo ele.

Converte-se em Líder de Seita não foi glorioso, mas uma simples necessidade.

Não tinha elevado Yunmeng Jiang alto, mas tentava evitar desesperadamente que não desmoronasse e se transformasse em pó.

Em meio ao caos da guerra, Jiang Cheng foi obrigado tanto a se reconstruir como havia sido obrigado a lutar e de alguma maneira conseguiu forjar seu próprio futuro apesar de tudo e ficou conhecido como violento, coração de pedra, teimoso e sozinho.

O que restava deste sonho dourado havia morrido em seus braços e caído até que não sobrou nada mais que cinzas.

Os sonhos de Jiang Cheng eram muito mais simples agora, mudando facilmente a rotina geral que havia caído em sua vida.

Deixar que a paz continue por mais um ano, logo por mais um ano.

Deixar que a papelada seja menor que o dia anterior. Que seu povo sobreviva a mais uma inundação, uma colheita a mais.

Deixar que o trabalho se relaxe o suficiente para um descanso.

Deixar que a culpa e a dor sejam mais fáceis de suportar amanhã, amanhã e depois de amanhã.

Deixar que Jin Ling cresça bem apesar de ter um tio tão miserável.

E fazer com que os anciões de Yunmeng Jiang aprendam a manter seus narizes fora de seus assuntos.

Jiang Cheng molha seu pincel mais vingativo do que o necessário, apertando a mandíbula diante deste último pensamento.

Não é que não pudesse entender suas preocupações, já que ele era o último Jiang e se esperava um matrimônio arranjando fortuito de cada Líder Seita que não fosse um Lan.

Mas os anos anteriores não tinham aberto seu coração para tal possibilidade, na verdade era justamente o contrário, todo e cada um dos afetos que Jiang Cheng possuía pertenciam unicamente a seu sobrinho e isso era tudo.

Os anciões podiam cuspir sangue sobre eles mesmos e morrer que não se importava, estava seguro que já sabiam, mas isso não parava suas insistências e queixas.

Ou interferir em seu nome " pelo bem da Seita" e todas essas besteiras.

O fato de que queiram que se case com alguém do sobrenome Lan era , em melhor dos casos, ridículo.

Para ele, estava claro que esperavam que uma boa dama desse lugar acalmasse sua fúria, ao mesmo tempo que estabeleceria uma conexão firme com um de seus aliados mais antigos.

Era uma jogada inteligente, politicamente falando, mas pessoalmente Jiang Cheng preferia comer fogo.

Acalma-lo? O deixar mais fácil de controlar? Como se Jiang Cheng devesse satisfação a eles.

Se havia algo que Jiang Cheng podia desfrutar ao ser obrigado a trabalhar com a papelada, era o seu domínio da arte de dizer às pessoas que fossem a merda da maneira mais educada possível, contudo, o problema é que dessa vez não parecia estar funcionando.