Prólogo

46 6 9
                                        

O Homem de Fato estava prestes a explodir de tanta frustração. Perdera demasiado dinheiro na guerra com Salumia e agora não tinha maneira de pagar o salário nem a METADE da população de Ardel

"O que posso eu fazer para ganhar mais de 500 000 § numa semana?" era a pergunta que lhe invadia a cabeça de segundo a segundo. Se ele não conseguisse pagar aos habitantes de Ardel provavelmente eles iriam fazer uma revolta tão grande, onde pessoas iriam morrer, ficar feridas e ele poderia ser preso. Ou pior, MORTO!

Podia fazer como todos os outros países - pedir um empréstimo a um país que estava em paz com ele - mas o problema é que Ardel estava na lista negra de TODOS os países!

Às 20:00 desse mesmo dia, o Homem de Fato foi ter com os seus salvadores... Os cientistas. Apenas aquele pequeno grupo de homens inteligentes o conseguia ajudar a recuperar 500 000 § numa semana. Um cientista valia tanto como cinco habitantes comuns. Provavelmente, com aqueles seus cérebros sobrenaturais, conseguiriam criar algum plano para recuperar o dinheiro em menos de uma semana.

- Olá Senhor Presidente, o que o traz por cá ao nosso Laboratório? - saudou Sal, um dos cientistas que lá trabalhava.
- Boa Noite! Infelizmente vim com péssimas notícias...
- Gastou demasiado dinheiro na guerra com Salumia e agora não tem dinheiro para pagar os salários aos habitantes de Ardel... - completou Mikey, outro dos cientistas que estava a escutar a conversa - Eu avisei-o Sr. Presidente!
- Pois, é verdade que me avisou, mas agora é tarde de mais. Só vocês, meus cientistas, é que me podem salvar da crise que estou a ter!
- Ajudar? Como assim ajudar? - perguntou Sal desconfiado. O Presidente nunca quis saber deles, de onde surgiu aquele interesse?
- Não podem criar uma máquina-de-fazer-dinheiro? Ou criar algum mineral para exportar e lucrar...
- Senhor Presidente, é tão fácil dizer mas tão difícil de fazer... Mas nós podemos negociar... - Sal acompanhou o Sr. Presidente até a um sofá e sentou-se com ele, para conversar.
- Alguma coisa será útil... Eu preciso de sair desta crise!
- Eu e os meus colegas andamos a trabalhar num projeto que iria lucrar IMENSO. Consiste em criar um espécie de humanos diferentes... Meio robôs, meio humanos. Eles poderão fazer coisas que nem os humanos, nem as máquinas conseguem fazer. Já criamos seis, e um deles já conseguiu encontrar 2 kilos de ouro numa hora, nas minas Durablo.
- 2 KILOS DE OURO? - Todo o peso dos seus ombros caiu, toda a crise e desespero desaparecera. Estava ele tão preocupado em arranjar 500 000 § quando tinha 2 kilos de ouro escondidos num laboratório - Isso dá perfeitamente para pagar aos habitantes...
- Mas o dinheiro é nosso! - exclamou Mikey
- Mas nós podemos negociar! - implorou o Homem de Fato. Aquela oportunidade não lhe podia escapar das mãos assim tão depressa.
- Sim... - Sal começou a acariciar a sua pouca barba loura, afinal era um cientista com a apenas 21 anos - A minha proposta é... Damos-lhe os 2 kilos de ouro por metade de Ardel

O Homem de Fato não respondeu por algum tempo.
Aquele cientista estava-lhe a oferecer 2 kilos de ouro por METADE do seu território. METADE!

- Er... Não poderá ser 2 kilos de ouro por um terço de Ardel? - pediu o Homem de Fato
- Não! Ouviu o meu colega. Leva o ouro se nós levar-mos metade de Ardel - gritou Mikey
O Homem de Fato olhou pelas janelas do Laboratório onde se via o Monte Azul, um dos mais bonitos de Ardel. Não queria ficar sem ele... Mas se recusasse poderia ser preso e talvez morto...
- Preciso de pensar - acabou por dizer - Telefono-vos amanhã com a resposta.
E saiu do Laboratório.

Às 3:30 da manhã o Presidente dava voltas na cama. Não conseguira dormir pois a proposta dos cientistas dava-lhe voltas à cabeça.
Já estava a imaginar, se recusasse, todos os jornais de todo o planeta com a sua cara a dizer "TROCA DINHEIRO POR GUERRA" e depois milhões e milhões de pessoas com machados e archotes, espingardas, facas e bazucas à sua porta prontos para recuperar o salário que não receberam.
Mas se aceitasse, conseguia imaginar todos os outros Presidentes de outros países a chamar-lhe "cobarde" por ter dado metade do país a um grupo de cientistas... Seria gozado, mas sempre era melhor que ser morto.
Sem hesitar, o Presidente pegou no telefone e aceitou a proposta.

- Muito obrigada Presidente! Ficamos agradecidos por ter aceite. - disse Sal do outro lado do telefone - A partir de agora, tudo o que ficar para sul do Monte Azul será nosso, incluindo o Monte.
- E o meu ouro?
- Amanhã de manha iremos dar-lho.

E foi assim que se formou Ardel do Norte e Ardel do Sul. Em Ardel do Norte estavam as habitações de toda a população humana, comandada pelo Presidente e em Ardel do Sul vivam as experiencias meio-humanas com os seus criadores.

Tal como o Presidente temera, os outros países gozaram muito com ele mas depois de, mais ou menos três anos, já toda a gente se tinha esquecido do sucedido e história passou apenas a ser uma lenda.

-------------------

Olá leitores!
Obrigada por terem lido até aqui. Não se esqueçam de votar e comentar o que acharam deste epílogo.
O próximo capítulo sairá brevemente!
Obrigada :D

AnaSantosHG

Dois - BREVEMENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora