one: você pode me passar seu número

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Sn Wolfhard

  Entro pelos enormes portões da escola e passo pelos corredores que parecem infinitos

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Entro pelos enormes portões da escola e passo pelos corredores que parecem infinitos. Passo por todas aquelas pessoas, recebo olhares tortos, é possível ver as pessoas cochichando sobre mim, mas não consigo ouvir com a música que ouço enquanto ando. Passo pelo grupinho dos populares, todos são uns babacas, mas um específico me chama a atenção, Aidan. Tenho que admitir, ele é um gato, mas o que tem de bonito tem de babaca. Vejo o mesmo olhar para mim, aqueles olhos esverdeados passam por mim e eu apenas o ignoro.

- Sn? Senhorita Wolfhard - a professora me chama, e só agora me toco, não havia mais ninguém na sala.

- me desculpe professora, estava pensando - falo enquanto arrumo minhas coisas depressa. - você tem pensado muito, sn. Tem alguma coisa que queira me dizer? Você sabe que pode se abrir comigo. - Megan fala.

A professora Megan é a única que eu realmente tenho uma certa intimidade, todos os outros professores me odeiam, mas por incrível que pareça, ela não.

- nada, professora, eu estou bem. - falo. - tudo bem, eu confio em você. Qualquer coisa eu estou aqui, querida. - ela fala. - obrigada. - falo.

Ela não devia confiar tanto no que eu digo. Eu minto, é óbvio que eu não estou bem. Passei a noite chorando e lembrando oque tinha acontecido na noite passada. Lembrando de cada toque, as mãos enormes do homem que eu chamava de pai me apalpando. Lembro do quanto eu chorei aquela noite, lembro da dor que eu senti, lembro do sangue escorrendo nos meus pulsos pois eu me culpava por isso.

Passo pelo pátio e sento em uma mesa. De longe posso ver os olhos dele, aqueles olhos esverdeados que me persegue em meus pensamentos. Não entendo o por que ele me olha tanto, ele nunca me olhou, nunca sequer falou comigo, mas hoje, hoje ele me olhou até demais, e isso definitivamente não é normal.

O sinal toca mais uma vez. Quando entro na sala dou de cara com o garoto de olhos verdes, puta merda, ele está me perseguindo? Que merda.

De cara ele olha pra mim, e não êxito em olhar ele também. Como sempre, ele está com sua jaqueta preta, uma calça jeans e um all star. Seus amiguinhos irritantes do seu lado. Me sento na última cadeira e coloco meus fones. Como é a última aula eu não tô muito afim de copiar. Nos meus fones passa "arabella" do Arctic Monkeys. Bato meus pés no chão de acordo com a batida da música. Nos meus pés, um all star preto quase cinza por estar muito usado, uma calça jeans larga cobre minhas pernas, e um moletom preto. Meus olhos, um delineado. Nunca gostei de usar muita maquiagem.

O sinal toca e eu pego minha mochila e saio. Vou andando pelas ruas desertas, eu não queria ir pra casa agora, ter que ver meu pai de novo. Eu sabia que finn não estava em casa, então vou para o lugar de sempre, o lago que poucos sabem que existe na floresta da pequena cidade. Meu fone passava "i wanna be yours" do Arctic Monkeys, é a minha banda favorita. Quando chego, tiro meu all star e a meia e coloco meus pés na água. Escuto um barulho, mesmo com o volume máximo do fone eu consegui escutar. Olho para trás rapidamente e vejo o garoto de olhos verdes, que porra ele tava fazendo aqui?

- ora ora, se não é a snzinha - ele fala. - o que tá fazendo aqui, Gallagher? - pergunto. - eu que te pergunto, o que tá fazendo aqui, esquisita. - ele fala e eu reviro os olhos com o apelido idiota. - isso não é da sua conta, é Gallagher? - ele apenas levanta a mão em redimento.

- para a esquisita você até que é bonita. - ele fala. - qual é a sua, hein? Eu te vi me olhando hoje, o que você quer comigo? - falo indo direto ao ponto. - nada, mas... você pode me passar seu número. - ele fala e eu entendo o que ele está fazendo.

- quanto te pagaram? - pergunto. - o que? - ele me olha confuso, mas é um sonso mesmo. - você não gosta de garotas como eu, você gosta de garotas fáceis, que estão sempre ao seus pés esperando pra serem fodidas, e você sabe que eu não sou assim. Então, caí fora seu merda, eu não vou cair no seu papinho. - falo e ele me olha, ele olha no fundo dos meus olhos e dá um sorrisinho, mas não um sorriso sarcástico ou debochado, um sorrisinho que eu não consegui indentificar o significado.

- vá embora Gallagher.


𝑮𝑹𝑬𝑬𝑵 𝑬𝒀𝑬𝑺 - 𝐴.𝑅.𝐺Onde histórias criam vida. Descubra agora