𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑐𝑖𝑛𝑐𝑜

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Anne

– Mais iluminador! - disse a garota que não saía do pé das suas aprendizes que me maquiavam freneticamente.

Meu coração palpitava a cada segundo ao ver aquele ambiente lotado por maquiadoras e cabeleireiras que faziam todo esforço do mundo para deixar, tanto eu quanto os outros integrantes da agência, camuflado o suficiente para passar despercebido por qualquer lugar que eles adentrassem.

Horas se passaram e, de repente, eu me via de frente para um espelho, encarando o meu reflexo com aquele vestido preto longo cintilante colado e a máscara em minhas mãos que combinava com a vestimenta. Meus cabelos não haviam mudado tanto quanto todo o resto, eles ainda esbanjavam a sua tintura preta e brilhosa e estavam de lado. Porém, em tudo, o que mais chamava atenção, era o batom vermelho que estava presente em meus lábios.

Eu estava irreconhecível. As cortinas que me prendiam na pequena cabine que estava o espelho se moveram e eu virei para frente, me deparando com Ramon e Kelly ansiosos para saber como eu estava e ao me verem, ficaram boquiabertos, supresos com toda a transformação.

Ramon sai do seu local de transe e vem até mim emocionado, me dando um abraço apertado sussurrando em meu ouvido um Vai dar tudo certo, aquelas palavras me fizeram ter confiança em sua fala de minutos atrás, Ramon realmente não era um líder que mandava seus integrantes para uma missão que ele sabia que não iriam aguentar. Eu confio em sua palavra, eu vou voltar para essa agência com Josh morto, nem que para isso eu tenha que atravessar montanhas.

– Você será Senhorita Jade Krause Parker, da geração da famosa Bonnie Parker, mafiosa da década de 30 - disse Agnes vindo ate mim com o seu Tablet em suas mãos– E você - disse referindo-se a Kelly– Será Olivia Evans, assistente de Jade– Kelly assentiu com o seu terno preto e sua máscara em um tom cinza um pouco mais escuro.– Não se esqueçam dos aparelhos em suas roupas. Boa sorte meninas e que a guerra comece! - disse Agnes com um sorriso em seu rosto.

Guerra?

Movi meu olhar rapidamente para Kelly que também me olhava sem entender o porquê de Agnes ter mencionado a palavra guerra no meio de sua fala.

[...]

A limousine preta movia-se em direção ao local enquanto meu coração palpitava cada vez mais rápido, minhas mãos estavam suando mais e mais e as palavras de Agnes não saiam da minha cabeça.

Isso nao é para ser uma guerra, é somente para ser uma missão normal onde eu irei voltar para casa triunfante. Calma Anne, talvez Agnes disse isso brincando, não haverá guerra alguma, disse para mim mesma sentindo as batidas do meu coração baterem mais fortes que nunca.

Sinto a mão de Kelly de encontro a minha fazendo carícias na intensão de me acalmar, porém não estava adiantando, mas eu teria que fingir que estava mais tranquila, não queria manter Kelly nervosa por minha causa, eu precisa me acalmar de alguma maneira. Ele nao é pareo para mim, confia nas palavras de Ramon Anne, vai dar tudo certo.

De repente a porta da Limousine preta se abre revelando um grande tapete vermelho chamativo, com fotógrafos ao redor do mesmo e pessoas curiosas com os seus olhares brilhantes atentos para quem estaria se dirigindo sobre aquele tecido jogado perfeitamente alinhado naquele chão. Kelly, com seu terno despojado porém elegante, pega em uma das minhas mãos e me direciona até a grande entrada do ambiente bem iluminado e lotado de pessoas que gritavam e se exaltavam a cada pessoa que passava sobre aquele tapete.

My Devil | ⁰²Onde histórias criam vida. Descubra agora