Prólogo

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"Solidão não é estar sozinho, solidão é não ter com quem estar" - Maria da Glória


(Gênova, Itália - Setembro, 2001)

- vamos minha pequena - eu a chamei.

- vamos papa - ela me pediu colo e eu a peguei.

- vamos amor? Já estamos atrasados. - Pietra me avisou.

- é, vamos pai - Matteo me disse.

Prendi ela na cadeirinha do carro, entrei nele e dei partida para mais uma consulta no pediatra dela.
Chloe é um anjo, assim como seu irmão.

- mãe eu vou ganhar um sorvete na volta? - perguntou Matteo

- vai meu amor.

- ambos vão ganhar um sorvete na volta, né Chloe? - falei para ela

- sélio papa? - dava para perceber a empolgação na voz doce dela.

- não - disse Pietra.

- polque mama? - Chloe estava triste, a voz dela estava triste.

Pietra sempre quis um filho, e ela teve, quando descobriu que estava grávida da Chloe a minha bebezinha (minha preciosidade), ela odiou, me odiou, e principalmente odiou a Chloe.
O meu problema foi amar a Pietra ao ponto de não querer deixá-la, a Chloe não merece esse desprezo por parte da mãe.
Reconheço que poderia deixar Pietra e me mudar com Anelise para onde eu quiser, e de preferência para bem longe de sua mãe, porém ela gosta da mãe.
Desde então Pietra deixa claro para a Chloe que a odeia, me parte o coração ver Anelise assim.

- porque você não merece! - respondeu ríspida para a filha.

Chloe começou a chorar.

- mãe, ela está me deixando com dor de cabeça.

- PARA DE CHORAR PIRRALHA! - gritou a mãe - o bebê, está tudo bem, ela já para - ela disse para Matteo

Chloe parou de chorar, mas ainda ficou soluçando.

A diferença de tratamento é discrepante, embora me de muita vontade de tratar Matteo igual Pietra trata a Ane, porém eu não consigo fazer isso com ele, embora tenha minha pequena preferência por Loe, ele ainda é meu filho e merece meu amor.

Chegamos no prédio do médico de Ane com o horário apertado.

- venha Loe - falei a tirando da cadeirinha e pagando no colo.

- papa, eu vou ganar solvete? - ela me perguntou chorosa.

- vai meu amor, vai.

- eba, ti nhamo papa - ela me abraçou.

Essa é minha frase favorita, principalmente se ela estiver feliz.

- te amo minha pequena.

Entramos no prédio e ficamos esperando o médico chamar, o que não demorou muito já que chegamos atrasados.

Chloe tem 2 anos, e Matteo tem 6 anos.

- olá mocinha - falou o médico para a Chloe.

- oi.

O médico atendeu a Chloe e disse que está tudo normal com ela, Pietra foi com o Matteo e eu com a Chloe.

- parabéns filha - falei quando saiamos da sala do médico.

- bligado papa - ela pegou a minha mão.

Como a consulta do Matteo demorou mais, fui com Loe na sorveteria.

Aquele dia no trabalhoOnde histórias criam vida. Descubra agora