Arruinada

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Abine Akello Jackson
Manhattan, Nova York
11 de junho de 1995, 09:52

Ele está na cidade, se ele partir pra cima, aceite. Sei que você é fã dele e sempre quis, aproveite bem a noite com ele. Quero que seja algo fixo porque assim vou ter provas o suficiente. Se eu o confrontar sem provas, ele com aquela cara de sínico vai dizer que eu não tenho prova alguma de nada e vai me chamar de louca! — sussurro a Marjorie que suspira do outro lado da linha

Tudo isso para conseguir provas que tá levando chifre? — Marjorie pergunta com um exagero em sua voz — Eu te amo Aby, de verdade — longa e dramática pausa — Mas, eu não nasci para ser segunda opção e pouco menos para sair com homem casado! Tá achando que sou puta é? Acertou mas, sair com casado não!

Finja que ele não é! Vamos Maggie, por mim — balbucio — É importante que eu tenha provas, você não odeia quando o cara fala que você tá louca mesmo você tendo razão? — choramingo — E eu preciso ter certeza de que ele me traí!

Só pergunta para ele ou segue ele caraio!

Maggie, e se for só por uma noite, só uma! — sussurro para ela que suspira do outro lado da linha. Insisto por mais alguns minutos até que...

Tá, eu faço — fala baixinho — Aby, olha bem para o que você está me pedindo Aby, olha bem. Depois não vem encher meu saco!

12 de junho de 1995, 08:19

 Michael acaba de sair do apartamento de Marjorie. Ele estava com um sorriso maior do que nunca. Sinto meu sangue ferver só de os imaginar juntos. Foi uma péssima ideia. Eu não devia ter pedido. Eu já sabia de certa forma que ele me traia, agora que tenho certeza meu coração está em pedaços

 Em passos firmes e decididos ando em direção a porta dela. Enquanto ando em direção a porta, lentamente vou tirando a pistola da minha bolsa. Um pé à frente do outro. Passos silenciosos. A raiva me corroendo por dentro. Paro em frente a porta

— NÃO PELO AMOR DE DEUS! — Marjorie grita de dentro do apartamento.

Michael Jackson
Mansão Pritchett, Oregon
10 de junho de 1996, 16:34

 Fecho a porta do porão de Petra, que na verdade lhe serve como um escritório. Abine está hipnotizada olhando fixamente para uma pilha de papéis em uma enorme mesa no centro da sala que é enorme e está longe de se parecer com um porão. Me aproximo da mesa que Abine está encarando tanto

— Ai meu Deus — ela diz em um exagerado choramingo. Me viro de uma vez para a encarar. Aby cobre o rosto com as duas mãos e começa a chorar. Me distancio da mesa que está repleta de documentos e corro para ela que ficou perto da porta. Abraço a minha pequena e tento a acalmar. Apesar de muitas coisas, minha Aby é tão sensível.

Petra Pritchett
16:41

 Respiro profundamente e abro a porta. Franklin pisca um par de vezes e parece estar um pouco balançado em me ver. É, eu estou diferente fisicamente falando. Comer não está sendo fácil e ainda dói a sensação de não ser prioridade de ninguém. Eu não ligava pra isso até conhecer Franklin. Quando eu o conheci pensei que eu finalmente seria a prioridade de alguém, que burra!

— Que surpresa você por aqui! — olho para ele e logo após para a mulher aos seus pés. É a minha assistente — Pode soltar? — ele solta Ester que choraminga. Ela está viva. Pensei que estava morta. Droga Petra, o que está acontecendo com os seus sentidos?

— Petra onde esta a maleta? — ele pergunta entre dentes — Quero o que você roubou de mim! — berra sacudindo a arma em sua mão

— Os documentos sobre mim? — pergunto entre sussurros enquanto desço meu olhar — Acreditou que eu não iria abrir a maleta? — sussurro. Olho para ele que está com os olhos arregalados em surpresa

 Nessa maleta tem toda a minha vida. Quem matei, quando matei e até o porque. Se cair em mãos erradas, a minha família está em risco e eu serei morta sem sombra de dúvidas.

— A maleta é bem reforçada, mas, eu sou inteligente, não foi tão difícil abrir! — Franklin abre a boca, mas, não diz nada — Por isso você quis trocar minha vida naquele cativeiro, você nunca me amou — suspiro — Estava me estudando, se aproximou, ganhou minha confiança e no fim me apunhalou. Ia realmente usar as informações que confidenciei a você após transarmos, para me derrubar? — pergunto baixinho. Franklin olha para o outro lado. Não parece estar arrependido, nem um tiquinho

— É apenas trabalho! — fala entre risos — Você sabia que não iriamos longe!

— Então, éramos apenas trabalho — seguro um sorriso indignado — Deviam ter me avisado! — digo entre risos — Olha Franklin, o que você fez foi um marco e tanto, só namorei três pessoas em minha vida toda. Duas dessas pessoas esmagaram meu orgulho e acabaram com meu coração. O interessante é que, uma foi mulher e agora, você que eu nem sei se pode ser considerado homem. Ser homem vai além de ter um pau!

— OLHA COMO FALA! — berra e se aproxima. Todos são iguais, é só insinuar que ele não é homem e pronto — Petra! — controla o tom — Sei que está chateada, mas, se não me entregar os documentos eu morrerei!

— Franklin, pede com jeitinho e talvez eu te deixe sair da minha propriedade com vida! — sussurro entre dentes. Lentamente Rick se aproxima com mais sete seguranças

— Você não sabe o que está em jogo! — diz quase que desesperado — EU SEI O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO! — ele muda de assunto — SEI QUEM ESTÁ LÁ DENTRO QUASE QUE EM CARCERE! — berra — SE NÃO EM ENTREGAR A MALETA EU VOU CONTAR AO MUNDO E VOCÊS DUAS VÃO SER ODIADAS! — se aproxima mais — Eu sei que você não se importa, que pra você tanto faz ser odiada ou não mas, a esposinha do Michael Jackson não vai saber lidar com ódio de ninguém! — ele sorri.

Abine Akello Jackson
Manhattan, Nova York
12 de junho de 1995, 08:23

 Completamente congelada pela maneira que ela gritou eu apenas encaro a porta branca com dourado. Desço meu olhar até o tapete de "bem-vindo". Sangue. Um sangue denso escorre por de baixo da porta. A maçaneta gira. A porta de abre lentamente. O corpo de Marjorie está ao lado direito. Desacordada. Ela levou uma baita pancada na cabeça e agora está sangrando muito. Devagar levanto meu rosto. Deus. Não pode ser

— Olá Abine, não pensou que eu deixaria você o prejudicar, não é? — fala e em seguida deixa a fita de vídeo que é sem dúvida a prova da infidelidade do meu marido, cair ao chão. Pisa fortemente deixando tudo em pedaços.

Inimigos DeclaradosOnde histórias criam vida. Descubra agora