O conto dos afogados

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Escrito por: LuhDramaLS 

Notas Iniciais: Estamos chegando na reta final. 

Preparados para descobrirem o que tem causado tanta confusão? 

Boa leitura!


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— Por onde esteve no tempo em que ficou fora? — Jimin não se conteve em perguntar ao deixar o corpo pesar sobre as escadas na porta de entrada, enquanto segurava uma manta contra seu corpo para reduzir o frio.

Quando desistiram de procurar algo, Yoongi pediu que Jungwon voltasse para a casa no alto do morro e avisasse sobre a trégua temporária entre as gangues enquanto tentavam desvendar o constante aparecimento de vítimas. Algo precisava ser feito antes que a população achasse ser uma boa ideia atear fogo em suas casas como era feito antigamente.

— Na cidade grande. Conversando com fornecedores e fazendo contratos para os meus pais.

— Não odiava os negócios da família? — Jimin se lembrava bem do garoto rebelde que detestava ouvir sobre tabela de custos e controle do que era vendido ou qualquer coisa que envolvesse o comércio de seus pais.

— Ainda odeio, mas não é como se eu pudesse largar tudo. Eles precisam de mim, e eu devo isso a eles, mesmo que agora eu seja uma decepção como filho por ter criado a gangue e ainda pensar em você.

Não era desconhecido, para nenhum dos dois, que o relacionamento deles não era bem visto e por isso ele foi sempre uma incógnita em meio à amizade deles. Andarem juntos poderia não ser um completo problema, desde que não fossem pegos com suas mãos dentro dos shorts, buscando pelo proibido.

— Pense pelo lado bom — Jimin desviou o assunto, tentando parecer imparcial diante da confissão. — Não tem mais que se preocupar com a sua pistola de estimação, já que a polícia confiscou.

— Muito obrigado por nada — resmungou, recebendo uma risadinha culpada em resposta. — Foi com ela que consegui voltar à Sunny Hell. As pessoas fora daqui utilizam qualquer método para terem o que querem... Uns caras descobriram que eu sou responsável pelo maior comércio daqui e a minha tatuagem fez com que me identificassem.

Seus dedos, inconscientemente, traçaram as linhas da barbatana em seu antebraço, e o Park percebeu que havia cicatrizes próximas, causadas por brigas, todas já esbranquiçadas pelo tempo que tinham sido feitas.

— Hoseok já me contou das máfias... — Jimin comentou, encolhendo-se um pouco mais quando o vento tornou-se um pouco mais forte. — Ele é deslumbrado pelo quanto podemos crescer se formos como eles.

— É bobagem — o Min garantiu. — Sem nada disso já derramamos sangue, acrescente armas e comércio ilegal e tudo se tornará ainda pior. Esses garotos não merecem uma vida assim, nem mesmo nós.

Os olhos domados por pura curiosidade pela visão de mundo de Yoongi era algo que o outro não escondia, nem mesmo do próprio Min. Mesmo com toda a postura que deveria manter como líder, Jimin ainda era jovem, tinha uma fagulha de esperança de que tudo uma hora pudesse melhorar e se deslumbrava por opiniões bonitas.

E ele sempre gostou da maneira como Yoongi se expressava.

— Acho que já perdemos o nosso verdadeiro objetivo de qualquer forma. Olhe para nós agora. — Jimin abriu os braços junto à manta amarela, como se mostrasse um todo com a largura de seus braços. — Continuamos presos neste inferno ensolarado e a única liberdade que conseguimos foi a de termos licença para bater em alguém que gosta de fazer o mesmo.

Afogados | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora