𝒞𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝗈𝗇𝖾

408 39 29
                                    

Lua Conklin       

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lua Conklin       


﹗𓄹 . ࣪ ☾  . ⸃

Estávamos viajando há uns sete mil anos. Ou pelo menos era o que parecia. Meu irmão, Steven, dirigia mais devagar do que a minha avó. Eu estava a seu lado, no banco do passageiro, com os pés apoiados no painel. Minha mãe estava deitada no banco traseiro junto a Belly. Mesmo enquanto minha mãe dormia, parecia alerta, como se a qualquer momento pudesse acordar e começar a organizar o tráfego.

― Vá mais depressa — Belly suplicou a Steven, cutucando seu ombro. — Vamos ultrapassar aquele menino de bicicleta. — Steven se sacudiu, para se livrar de Belly.

― Nunca encoste no motorista — disse ele. — E tire seus pés sujos do meu painel

Mexi os dedos do pé para a frente e para trás. Eles me pareciam bem limpinhos

— O painel não é seu. O carro vai ser meu logo, você sabe. — Retruquei

— Se conseguir tirar a carteira — zombou ele. — Gente como você e Belly nem deviam ter permissão para dirigir

— Ei, olha — falei, apontando pela janela. —Aquele cara de cadeira de rodas está uma volta à nossa frente

Steven me ignorou, e comecei a mexer no rádio. Uma das coisas que mais gostava nas viagens para a praia eram as estações de rádio. Eu conhecia as rádios daqui de cor. Encontrei minha estação predileta, a que tocava de tudo, desde música pop até hits antigos e também hip-hop. Taylor Swift estava cantando "Cruel Summer"' e eu cantei com ela

"Oh, it's new, the shape of your body
It's blue, the feeling I've got
And it's ooh, whoa, oh
It's a cruel summer."

Steven estendeu a mão para mudar de estação, e dei um tapa nele.

— Lua, sua voz me dá vontade de jogar o carro no mar — e fingiu que ia fazer uma curva brusca à direita.

Cantei mais alto ainda, o que acordou minha mãe, que também começou a cantar, juntamente com Belly.

"It's cool, that's what I tell 'em
No rules in breakable heaven
But ooh, whoa, oh
It's a cruel summer
With you."

Nós três tinhamos vozes horríveis quando cantadas juntas, e Steven balançou a cabeça daquele jeito típico irritado. Passamos pela cidade devagar e, embora eu e Belly tivéssemos acabado de provocar Steven sobre isso, sobre como ele era lento, não nos importavamos, adoravamos aquele caminho, aquele momento, aquela cidade.

Quando finalmente estacionamos diante da casa, Jeremiah e Conrad estavam sentados na varanda da frente. Debruçando-se sobre Steven, Belly buzinou duas vezes, o que na nossa linguagem de verão queria dizer: Venham ajudar com as malas, agora!

Jeremiah levou as mãos à boca, e gritou:

— Steveeen!

Sentada no carro, vi Steven ir até onde eles estavam e abraçá-los daquele jeito estranho dos garotos. Soprava uma brisa úmida de maresia, como se talvez chovesse água do mar a qualquer momento. Belly saiu do carro logo em seguida, vi Jeremiah a girar de tal modo que ambos deveriam ter ficado tontos, o próximo foi Conrad, Conrad apenas disserá algo a garota, que rebateu e em seguida ele bagunçou o cabelo da mesma.
Fingi estar amarrando os cadarços dos tênis, mas na verdade só queria ficar sozinha ali mais um pouco, olhando para eles e para a casa por um tempinho. A casa era grande, cinza e branca, e se parecia com quase todas as outras casas naquela rua, mas era melhor. Era exatamente do jeito que eu achava que uma casa de praia devia ser. Parecia um lar.
Nesse momento minha mãe também saiu do carro.

(𝒲 )ILDEST DREAMS ; 𝒞𝗈𝗇𝗋𝖺𝖽 𝗳𝗶𝘀𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora