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Loren:

Mamãe?

Fico uns minutos ali, só observando o Paulinho, ele me chamou de mãe, não sei qual é a minha reação, se eu gostei ou não, só sei que meu coração está disparado.

- Por que está aí parada? -Harry encosta na porta e sussurra.

- Paulinho me chamou de mãe -Sussurro sem reação e olho para trás e vejo Harry com um sorriso - Por que está sorrindo?

- O que? Você ainda pergunta, para ele ter te chamado de mãe é porque ele gosta de você! -Ele se aproxima de mim e me abraça.

- Mas, não está tudo muito rápido? -Fico apreensiva e ele me encara.

- Você acha que está tudo muito rápido?

- Não, não é isso, é que você é o pai dele, não sei se você concorda com isso! -Suspiro e Harry nega.

- Para de graça linda, é lógico que eu concordo, até prefiro, nas vezes que ele ficou doente você que cuidou dele, alimentou, cuidou, deu banho, carinho e atenção, a Lorenza não fez nada disso, você tem sim todo o direito de ser a mãe dele -Ele acaricia o meu rosto e eu sorrio.

- Obrigada lindo -Digo e ele me dá um selinho demorado.

Logo fomos até o "nosso" quarto e deitamos juntos, deitei no peito dele e ficamos conversando, aliás, nesse meio tempo eu fui promovida, agora eu sou gerente da sorveteria, Seu Joaquim meteu o pé, depois passou dois meses e ele decidiu colocar alguém no comando por lá, essa pessoa foi eu.

Karina continua trabalhando lá junto com o pessoal, eu tava pensando em contratar mais uma pessoa, só que não sei ainda, irei pensar.

Todo dia eu preciso tirar 2 horinhas do meu dia para ir ver a sorveteria, meu salário aumentou, recebo um pouco mais do que um salário mínimo e ainda tenho plano de saúde.

Enfim, o trabalho perfeito.

Meu pai diz que eu só vou comandar a empresa Miller quando eu completar 18 anos, então, ano que vem, enquanto isso eu sobrevivo na sorveteria mesmo.

(...)

- O café está bom Paulinho? -Pergunto pegando a mochila dele.

- Está sim -Ele diz um pouco tímido.

- O que houve? -Me sento ao seu lado e ele me olha.

- Eu te chamei de mamãe ontem sem querer, desculpa se te deixei brava com isso -Ele diz triste e eu sorrio de lado o abraçando.

- Pode me chamar de mamãe quantas vezes você quiser Paulinho, eu não tenho nenhum problema com isso! -Digo e ele se anima.

- De verdade?

- Sim, de verdade -Passo minha mão em seus cabelos e ele termina de comer rápido.

- Já estou pronto mamãe -Ele pega a mochila e eu o entrego a lancheira.

- Vai até a garagem que o seu pai está te esperando lá, tenha um bom dia -Digo e depósito um beijo em sua bochecha.

- Tchau mãe -Me abraça e corre até a garagem.

Meu deus, é tão estranho esse "mamãe" e "mãe"

Pode ser que eu seja muito nova ainda para ser chamada assim, mas...Eu considero ele como um filho já pra mim e eu não iria conseguir negar o mamãe dele, ele já tem um trauma por conta disso, Lorenza acabou com o psicológico do menino.

Não consigo negar nada a ele.

E enquanto ele estiver comigo, não irei negar nada, se eu ver que será necessário para a vida dele, eu com certeza irei concordar e autorizar.

Suspiro parando de pensar um pouco e arrumo tudo o que eu baguncei, logo depois eu fui até a minha casa.

- Aaah lembrou que tem casa e uma cama pra dormir? -Minha mãe pergunta com um livro na mão e tirando o óculos.

- Desculpa mãe, eu me apeguei tanto a eles -Eu digo me sentando ao lado dela e ela sorri.

- Tudo bem querida, mas você e Harry ainda não tem nada, nada sério, nem um namoro! -Ela exclama. - Você deveria cobra-lo disso.

- Eu sei -Coloco minha mão em minha cabeça - Eu só quero que tudo aconteça com calma -Olho pra ela - Paulinho tá me chamando de mãe -Digo e ela pisca por algumas vezes.

- E você gostou? -Pergunta sem nenhuma reação.

- Eu autorizei ele me chamar de mãe por Lorenza proibir ele, mas é tudo estranho, sou tão nova -Digo e ela concorda.

- Realmente filha, você só tem 17 anos e já tá praticamente com uma família, você vive lá, só sai pra ir pra escola e trabalho e raro as vezes que você vem pra cá! -Ela diz pegando em minha mão - Se você quer continuar assim, precisa falar com Harry, ele precisa oficializar as coisas entre vocês e vim falar com nós! -Ela diz séria e eu balanço a cabeça em concordância.

- Pode deixar mamãe, vou resolver isso -Digo.

Minha mãe tá certa, tudo aconteceu tão rápido, mas olha, eu não me arrependo de nada, sabe quando você está com as pessoas que você mais gosta e ama estar com elas? Que quando você está com elas tudo parece estar no lugar e nada e nem ninguém vai estragar o seu dia.

Então.

É assim que eu me sinto quando estou com Harry e Paulinho, eles são meus meninos, quero continuar com eles, mas Harry precisa me ajudar a continuar.

(...)

O MEU VIZINHO IRRITANTE Onde histórias criam vida. Descubra agora