Poder

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A música do salão era abafada pelas paredes.

O vestido preto, com uma longa calça era o que destacava os corredores do Palácio.

Junto do vestido, uma blusa azul. De tamanho médio, se escondia entre os panos do vestido.

Seus cabelos escuros e longos escondiam seu rosto, a vergonha era inevitável quando se tratava de ser um membro da família mais nobre do país.

Andando mais para frente, o fim do corredor dava para uma longa escadaria, que era o salão principal.

Várias pessoas, diversos vestidos coloridos.

Muito brilho, muita riqueza.

A família Dostoievski era o centro das atenções, claro, essa era mais uma de suas grandes festas.

Fyodor olhou para toda aquela gente lá embaixo e deu um passo para trás, se escondendo ainda mais da multidão entre os panos do vestido de sua mãe, a imperadora.

Porém, não durou muito tempo para que seu pai chamasse sua atenção com sua voz grossa, isso fazia ele se arrepiar de medo.

Andou mais para frente, ficando mais amostra para as pessoas. Nos pensamentos do pequeno, ele descia as escadas correndo e ultrapassava a porta, indo para bem longe dali e recomeçando sua vida. Porém, era só um sonho.

Logo, a música parou e a atenção foi para a família na escada.

- Estamos honrados em recebê-los em nosso Palácio, todos sabem que é a música que nos guia e que continuará nos guiando. Não importa de onde vocês vem, sempre será um prazer em ver os seus rostos que já são familiares aqui. Saibam que sempre serão bem-vindos! Aproveitem a festa senhoras e senhores! - disse o imperador com sua voz grossa.

Fyodor sabe que todas as palavras ditas eram mentira, ele era o único que percebia que seus pais eram outras pessoas atrás desse teatro.

Ele, sua mãe, e seu pai desceram as escadas até chegarem ao chão. Os dois seguiram caminhos diferentes, sua mãe foi até as suas companheiras e seu pai até seu trono. Sem sair do lado de sua mãe, acabou caindo em um roda de mulheres chiques e bem vestidas, mas não havia nenhum problema. Aquelas moças conheciam o filho da vossa majestade, nunca iriam fazer mal ao mesmo.

A imperadora estava tendo altos papos com suas companheiras, conversavam sobre o casamento de outras famílias e alianças entre países vizinhos.

Não durou muito tempo para que Fyodor se entediado e começasse a olhar para os cantos da festa, na procura de um lugar isolado e seguro.

Fyodor, mais uma vez teria que tocar violino na frente de todos. Ele era muito bom nisso, mas não tinha a menor vontade de continuar a tocar.

Fyodor achou uma brecha de uma janela, ela estava aberta e por sorte, dava para um lindo gramado florido. Era primavera, então tinha flores de todas as cores. Além disso, a grama estava alta, então se ele ficasse ali no meio ninguém o veria.

Esperou o momento certo, no meio das risadas de sua mãe ele soltou a mão da mesma e seguiu caminho, na esperança de que ninguém o visse.

Ele se aproximou, sentiu o vento entrar. Se sentindo quase livre, escutou a voz de um homem.

- Majestade! Quanto tempo, lembra de mim? - era um homem muito bem vestido e simpático, Fyodor se lembra dele.

Ele não respondeu, apenas acenou coma cabeça.

-Nossa como você cresceu! Está muito bonito também.- ele disse olhando fixamente para Fyodor.

Ele apenas dá um sorriso maroto e encosta na parede.

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2022 ⏰

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