Ele costumava me chamar de Bokuto-san

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Pela primeira vez desde que visitou a casa dos Bokutos, a porta não foi aberta por Kaotami ou Kaori.

Tão pouco era seu namorado na porta.

Akaashi deu um passo para trás, um pouco confuso.

— Desculpe... é... O Koutarou está em casa?

O homem parado na porta parecia não ouvir o que ele perguntou. Estava parado nos degraus da entrada, a mão sob o queixo, analisando Keiji de cima a baixo. Até que a compreensão chegou aos seus olhos e ele estalou os dedos.

— Você é o tal do Keikei?

— Eu acho que sim?

— Pai, com quem você tá—Ah, Keikei! — Kaori apareceu atrás do homem, o empurrando para o lado para que pudesse puxar Akaashi pelo braço, arrastando-o para dentro de casa.

A cabeça do garoto estava prestes a explodir.

Espera — ele engasgou. — Aquele era seu pai?

— Sim, ele voltou hoje de manhã. Quer dizer, vai passar só alguns dias, veio só pra ver como a gente tava. Então vamos aproveitar a viagem e comemorar o aniversário dele.

— É realmente o aniversário dele?

— Tecnicamente, é segunda, mas ele vai partir no domingo, então estamos comemorando hoje —Nagisa, não coma isso, tá cru!

Kaori foi ao socorro da filha que estava comendo massa de bolo crua e largou Akaashi confuso no meio da sala. Ele não sabia que iriam comemorar o aniversário do pai do namorado. Quer dizer, ele sabia, mas não que realmente iriam comemorar.

Ele tinha achado que Koutarou estava voltando com seu antigo costume. No começo do relacionamento deles, Bokuto sempre mandava mensagem do tipo ''Hoje é aniversário da tartaruga de estimação da Kaotami, por que não vem?'' ou ''Viu como o dia está lindo? Isso pede uma comemoração!''

Keiji achava que era apenas uma desculpa para se encontrar com ele, era fofo, não estava reclamando. Até perceber o real motivo: Koutarou apenas queria comer bolo.

Ele olhou para as escadas, as sobrancelhas franzidas de irritação. Não podia acreditar que estava conhecendo seu sogro pela primeira vez, no seu aniversário. Koutarou não o preparou psicologicamente para isso!

Akaashi subiu as escadas, gritando:

— Koutarou!

— Oi, minha vida, razão do meu viver — Bokuto abriu a porta do quarto, com um sorriso tão grande que Keiji quase desistiu de brigar com ele, quase.

— Por que você não me falou que era aniversário do seu pai?

Koutarou piscou.

— Mas eu te avisei.

— Bem, sim, mas... eu achei que você só estava procurando uma desculpa pra comer bolo de novo — disse Keiji. — Como eu ia saber que estava falando sério? Você nem ao menos me contou que seu pai havia voltado!

— Ah, vamos, Keiji. Não é grande coisa, é só o meu pai.

— Como isso não pode ser grande coisa? É o seu pai! — Akaashi bateu em seu ombro. — Lembra como você se sentiu quando conheceu meus pais?

— Tem como esquecer? Eu não dormi por dois dias e vomitei na sua garagem, eu tava suando mais do que uma porca prenha— Ah, entendi o que você tá tentando dizer.

Akaashi escondeu o rosto nas mãos, sufocando um grito. Bokuto comprimiu os lábios, segurando a risada. Não queria irritar ainda mais o namorado ao tirar sarro dele.

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