CAPÍTULO 4 - SURPRESA

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Me joguei nos braços do meu irmão assim que ele abriu a porta. A saudade dele me sufocava as vezes e mesmo ele indo me visitar no orfanato não era a mesma coisa. Ele não era mais um pirralho fedido, Ahren tinha cheiro de perfume de marca e parecia um playboyzinho graças ao jeito de se vestir, esse branquelo de olhos azuis parecia um cara rico.

Mas só parecia, a casa não era luxuosa e apesar de ser bonita e aconchegante era bem simples. Mas eu estava feliz por ter um lugar nosso, nos dias que se passaram descobri algumas coisas, a primeira delas era que Ahren fazia sucesso com as mulheres e que elas batiam lá em casa procurando ele de vez em quando.

A segunda era que Ahren cozinhava horrivelmente, mas estava se virando. A terceira era que meu irmão tinha conseguido um bom emprego trabalhando com produção de eventos e que, apesar de trabalhar finais de semana e a noite na maioria das vezes, ele conseguia tirar um bom dinheiro com isso.

E a última, mas não menos importante, era que ele tinha conseguido convencer a senhoria a lhe vender o imóvel e que agora, o que estava sendo pago mensalmente eram as parcelas da compra e não o aluguel como ele tinha dito uns meses antes.

Aquela era uma ótima notícia, embora teríamos uma casa própria para morar e depois podíamos reformá-la do nosso jeito.

Em uma noite de quinta feira eu fiz o jantar, cozinhei o prato preferido de Ahren e esperei que ele comesse tudo e abrisse o botão da calça depois de já estar satisfeito para tocar no assunto de Alex. Eu precisava comer pelas beiradas.

— Semana que vem vai ser minha formatura do ensino médio. – Comecei, encarando a toalha de mesa antes de olhá-lo.

— De quanto precisa? – Perguntou bebendo o suco, juntei as sobrancelhas.

— O que?

— Deve querer dinheiro para se arrumar e essas coisas que as garotas fazem. – Ahren explicou, seus ombros subiram e desceram.

Dei de ombros. Na verdade em tinha pensado nisso.

— Acho que só preciso de um vestido e talvez uma graninha para contribuir com a festa. A formatura vai ser simples.

— Te dou o dinheiro na segunda.

— Certo. Mas na verdade eu estava pensando se você vai poder ir já que vai ser a noite.

— É claro que eu vou, você foi na minha. A gente só tem ao outro, Lili. – Lhe mostrei um sorriso enquanto empurrava os óculos para trás.

Meu irmão era o único que me chamava assim.

Mamãe costumava me chamar de Angel, por um momento pensei onde ela estaria e se estaria orgulhosa de mim por estar me formando com um ótimo histórico de notas, mas tratei de deixar isso para lá. Nunca entendi o motivo de sermos deixados e para dizer a verdade não queria entender. Talvez eu tivesse sido uma criança chata, resmungona e feia desde sempre, mas isso não justificava o abandono de Ahren já que ele sempre foi bonito e esperto.

Preferi parar de me forçar a pensar demais nisso, nada mudaria o nosso passado e nem o nosso destino de qualquer maneira. Pelo menos era isso que eu pensava naquele momento.

— Eu tenho que te contar uma coisa. – Eu disse encolhendo os ombros, prestando atenção na expressão dele, Ahren me mostrou um sorriso simples. — Vai querer me matar.

A CEO E O FAXINEIRO: Livro 1 da Série "As donas do poder" (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora