Darling, you are my lover. - Supercorp

3%

Nota da Autora: Vocês já viram as respostas da Alex no capítulo anterior, mas a Kara não viu ainda. Está narração começa assim que ela termina de enviar as mensagens. Então ela desliga o celular e volta a focar no date.

— — —

— Então. — Desliguei o celular e o encarei por alguns segundos. Respirei fundo. — Clima romântico, huh?

— É... — Ela sorriu fraco, seus dedos ainda dançando entre si. Me dói toda vez que os vejo assim, porque não costuma significar algo bom. — Desculpa.

— Pelo quê? — Franzi as sobrancelhas.

— Bom, por tudo? Não sei... Não quero que fique nada estranho entre a gente, — Lena olhou para as próprias mãos. — e não foi minha intenção causar incômodo quando te convidei. Na verdade, eu devia ter te avisado que não precisava vir mesmo.

— Lena... —  Ela não me olhou. Seu queixo tinha a sombra de um leve tremor e meu peito estava dolorido só de imaginá-la chorando. — Olha pra mim, por favor. — Ela negou com um balançar de cabeça. Arrastei minha cadeira com cuidado para ficar mais próxima dela, do outro lado da mesa, sem fazer barulho. Minha mão estava em sua bochecha, quase no queixo, e eu alisei com a maior delicadeza que podia. — Eu aceitei porque quis vir, de verdade. Qualquer desculpa de sair contigo, eu estou aceitando com a maior euforia que pode haver em mim. Quer saber se estou sendo sincera? — Uma batida, duas... — Olha pra mim, vai. Deixe seus lindos olhos de bruxinha escanear os meus. — Ela negou novamente, mas dessa vez com a sombra de um sorriso nos lábios. — Le. — Pedi uma última vez. E ela olhou, por fim. Seus verdes estavam a um passo de transbordar, mas ela os segurava com todas as forças. — Qual o veredito? Estou mentindo? Vou ser transformada em um Golden Retriever como punição?

— Você é uma idiota. — Ela girou os olhos, prendendo um sorriso, mas deixando as covinhas escaparem.

— Uma idiota que ama você e que não gosta de mentir para quem ama. — Talvez só para si mesma... — Nada, absolutamente nada, se compara a ti, Le. Eu não trocaria um momento com você por nada, nem mesmo a maior quantidade gratuita de potstickers. Não estou aqui pela comida. Estou aqui por você. — Ela olhava entre meus olhos, intercalando.

— Nem por potstickers?

— Nem por eles!

— Meus olhos de bruxa não acreditam em você.

— Seus lindos olhos de bruxa. — Corrigi.

Lena girou os olhos, sorrindo.

— Certo. Meus lindos olhos de bruxa não encontraram verdades nisso aí não.

— Por que eu mentiria?

— Nem 15% de você, Kara?

— Nada.

— 10?

— Ok, talvez uns 3%, — Ela riu, pronunciando um "AH HA!" — mas, Lena, — arrastei seu nome na língua — esse não é o ponto. Eu realmente estou aqui por você. Você é o meu lar, poxa, e eu amo estar em casa. Eu amo você.

Ela demorou dois segundos para responder:

— E eu te odeio.

— Odeia nada.

— Odeio sim.

— Lena, por favor, eu sou o prego que falta na tua havaiana, se ligue.

— Meu Deus! — Ela riu. — Você não disse isso... Tá vendo? É por isso que eu não gosto de você.

— Saímos do "odeio" para o "não gosto". Quando você vai dizer que me ama? — Fiz biquinho. — Qual é, eu fui fofa!

— Mas depois estragou tudo.