09:13 PM.
Com os pés sobre a mesa e o copo na mão, Frankie degusta do seu whisky preferido entre os tantos na adega posicionada no lado esquerdo do escritório. A lâmpada mais fraca das três no lustre ilumina a sala deixando os olhos confortáveis com a claridade. Em momentos como esse, em que está sozinho, gosta de pensar em como sua vida era antes dos mortos vagarem sobre a terra. O luxo é a parte que mais sente falta, embora ainda consiga levar uma vida confortável dentro de Liptol, graças ao seu carisma para convencer alguns de seus seguranças pessoais - entre eles Logan. - e os demais que trabalhavam no Congresso a se unirem a ele e criarem um ponto seguro no condomínio.
Contando apenas com os que moram no local, são quase quarenta pessoas. As residências foram divididas em zonas de interesse. As posicionadas ao norte, de frente para o portão principal, pertencem aos que têm melhores condições. A leste, fica a classe média e a oeste os paramilitares. Já os fundos, a parte sul, é onde estão alojados os mais humildes. Com exceção de alguns que chegaram ao ficar sabendo que Frankie havia aberto as portas de seu empreendimento para receber pessoas, quando os meios de comunicação ainda funcionavam, os demais foram sendo levados para o condomínio ao serem encontrados nas ruas.
A necessidade de finalizar as obras do condomínio fez o político montar um sistema de gestão, principalmente de recursos. Paramilitares foram a todos os mercados da região e conseguiram o máximo possível de suprimentos logo nas primeiras semanas, resultando em um estoque considerável. A classe média recebeu trabalhos como pintura das casas ainda inacabadas ou até mesmo serviços domésticos na casa dos mais privilegiados, enquanto para os mais pobres foi destinado o trabalho externo, no canteiro de obras não muito distante dali.
O controle dentro das grades do condomínio é rígido. Ninguém, exceto os paramilitares ou pessoas autorizadas (o que nunca aconteceu), pode deixar o local. O motivo nunca foi claro, mas também jamais foi alvo de questionamentos, pois todos sabem que ir lá fora é um grande risco. Dentro das dificuldades esperadas, as coisas vão saindo conforme se esperava.
Após outro gole na bebida Frankie foge de seus pensamentos e volta a realidade com as batidas na porta que antecedem a entrada do seu único filho. Liam puxa a cadeira e se senta de frente para o pai. A cara do rapaz não é das melhores.
— O que aconteceu? - Frankie questiona.
— Molly e Madison. Querem saber sobre Gustavo. - Liam relaxa na cadeira e solta um longo suspiro. — Elas não acreditam que ele ainda não tenha sido encontrado e duvidam da versão que seus homens deram.
— O que elas pensam? Que deixaram ele para trás? Que o mataram? - Frankie sugere com uma mistura de cinismo e desdém. — Ele se precipitou, correu e acabou se perdendo. Não é fácil encontrá-lo no meio dessas criaturas.
— É o que eu tentei explicar. - Liam levanta. Caminha até a adega e serve uma dose do whisky para si. — E o pessoal que Logan interceptou na estrada?
— Duas pessoas. Um homem e uma garota. A menina está na enfermaria e Logan está tendo uma conversa com o sujeito. - Frankie informa.
— E a fugitiva?
— Nada. Percorremos quilômetros atrás da desgraçada e ela parece simplesmente ter evaporado. - Frankie bufa, descontente. — Espero que tenha sido estripada pelos mortos.
Liam arqueia as sobrancelhas como resposta e vira a bebida no copo de uma vez surpreendendo o pai.
— Tem mais alguma coisa te preocupando?
— Não, não. - ele nega. — Apenas a situação lá em casa. Molly já estava um saco por conta da reta final da gravidez e com o desaparecimento do pai parece que piorou mil vezes.
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Zumbis: O Começo do Fim
TerrorA Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito bélico da história, responsável por promover uma avalanche de mortes e unir países com interesses até então distintos em prol de um objetivo comum: derrotar os regimes ditatoriais propagadores de ideolog...