Capítulo 4

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Acordo com a luz do sol em meu rosto, abro com dificuldade meus olhos e vejo Sofi e Mari abrindo as longas cortinas, me possibilitando de ver a bela vista de todo o reino de Aster. O dia é feliz e calmo lá fora como sempre, crianças brincando na rua, adultos indo trabalhar e as velhinhas fofocando e dando risada dos outros.

Será que continuará assim daqui um tempo?

-Vamos logo Ignis, está quase na hora do café da manhã.- Mari diz puxando as cobertas de cima de mim me fazendo resmungar um pouco, mas logo estou de pé. Fico curiosa de como ela sabe de meu novo nome sendo que apenas o príncipe e a Tormenta sabem.

-Bom dia para vocês também.- digo em um tom de deboche coçando meus olhos.- E como que você sabe meu nome?

-O pequeno príncipe disse, ele disse também que o nome combina muito com você.- pequeno? de pequeno ele não tem nada, mas devo concordar que esse nome ficou foda em mim.

Confesso que eu achei que o príncipe seria um riquinho mimado, arrogante que se acha superior a todos e que só se fazia de humilde na frente das câmeras, mas, até que ele não é tão ruim assim, apenas é um pouco sarcástico.

Vou ao banheiro grande e luxuoso que tem em meu quarto, me olho no espelho e quase me assusto com a situação de meus cabelos, parece que passou um furacão. Lavo meu rosto com água gelada para me fazer acordar um pouco e tirar minha cara amassada de sono. Termino o que eu tinha que fazer no banheiro e volto para o meu quarto vendo Sofi e Mari me esperando e percebo que a cama já está toda arrumada.

Elas me entregam um traje todo de couro, uma calça preta de couro e a parte de cima do traje é de manga bem curta para cima dos ombros. Visto meu traje sem dificuldades, pego as cintas que estão em cima da cama, elas me ajudam a prender uma cinta na minha coxa direita, outra na coxa esquerda e uma na minha cintura. Sofi traz da penteadeira uma caixa de madeira, quando ela a abre, enxergo diversas adagas uma mais linda que a outra. Pego uma delas na mão a observando, são tão brilhantes que consigo claramente enxergar meu próprio reflexo nela, passo meus dedos pelo o fio analisando se está bem afiada. Não adianta ser linda, se não serve para nada. Corto levemente meu dedo, o que responde a minha dúvida.

-São magníficas, me ajudem a prender elas na cinta.- peço e elas começam a prender as adagas nas cintas em minhas coxas, duas cada coxa.- Esperem um pouco.- digo e vou até a gaveta da escrivaninha do lado da minha cama, abro a mesma e pego um frasco de veneno imobilizador que eu trouxe de minha casa.

Esse veneno fui eu mesma que fiz, ele não pode matar uma pessoa mas deixa ela por um certo tempo imobilizada se houver o mais pequeno corte que seja. Tenho vários outros tipos de venenos que eu fiz, mas não precisarei usar nessa ocasião.

-O que é isso Ignis?- Mari pergunta e Sofi chega mais perto com curiosidade estampada em seus olhos verdes.

-Veneno imobilizador, vou jogar nas minhas adagas. Esse veneno pode imobilizar uma pessoa por cerca de cinco minutos.- digo e elas me olham com surpresa.

Vou até a cama e pego mais três adagas, abro o frasco com cuidado e pingo umas gotas do veneno nas adagas, fazendo o veneno escorrer até o cabo. Depois de passar o veneno, prendo elas com cuidado na minha cinta da cintura, prendo de uma forma que não cairá e que eu consiga pega-la sem dificuldade.

Mari e Sofi me mandam sentar na cadeira de frente para a penteadeira que tem um espelho grande, elas começam a escovar meus cabelos e fazem uma trança que começa do topo da minha cabeça e vai até o fim do cabelo. Levanto, pego minhas botas de couro e coloco minha mascara.

-Você irá tomar seu café da manhã agora e o príncipe  vai explicar como será o primeiro teste que vai ser logo após o café da manhã.- Mari explica curta e objetiva, passando suas mãos nos cabelos que acredito que eram  castanhos claros, mas agora estão quase completamente grisalho, como o de Sofi.

Os Guardiões do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora