Os Guardiões do Rei

Capítulo 6

A barreira de proteção que nos cercava foi desfeita e o garoto Nick foi levado pelos guardas ainda paralisado pela minha adaga venenosa. Vejo alguns cavalos que não estavam ali antes. Devem ter trazido durante a nossa longa luta. Eles colocam alguns feridos em cima dos cavalos e os participantes com um estado um pouco mais grave são levados até a enfermaria do batalhão mesmo. Eu e os outros participantes ganhadores subimos nos cavalos grandes sozinhos, enquanto os  feridos eram acompanhados por um guarda sentado na frente comandando os cavalos. Zayn termina sua breve conversa com os generais e logo monta em um cavalo negro que entra em contraste com sua pele pálida e seus cabelos pretos como o carvão.       O príncipe vai na frente de nós trotando com seu cavalo negro em direção ao castelo novamente. Alguns guardas estão estão nos acompanhando a pé para se certificarem que nós estamos em segurança de qualquer tentativa de assassinato ou até mesmo um massacre ou um atentado do reino inimigo.

Para ter toda essa proteção, o negócio deve estar feio pra cacete. 

Seguimos calmamente durante uns dez minutos e quando chegamos em frente a porta de madeira que vai para o jardim do castelo e descemos dos cavalos já que eles não passam na porta.

-Deem os cavalos para os guardas que eles vão levá-los para o lugar deles, e quero que os outros guardas ajudem os feridos até as curandeiras.- Zayn anuncia com seus olhos azuis penetrantes em mim e logo continua.- Os que estão capacitados de andar podem voltar para seus aposentos que mandarei as curandeiras irem curar vocês.- ele me analisa de cima abaixo e para seu olhar em minha mão que está com uma adaga encravada nela e ele franze a testa. Aquele desgraçado. Penso lembrando do homem que fez isso e logo o príncipe desvia seu olhar de mim.

Dou a corda de meu cavalo para um dos guardas e os outros fazem o mesmo, os guardas carregam os feridos incapacitados e os que conseguem se manter de pé vão sem nenhuma ajuda atravessando a porta e encontrando o extenso jardim.

-Esse corte em sua mão ai vai deixar uma cicatriz.- tomo um susto quando Zayn sussurra em meu ouvido me fazendo arrepiar de cima a baixo.

-Uma lembrança da minha vitória.

-Você não pode ter certeza que irá ter outras.- ele zomba de um modo sínico.

-Mas eu vou.- digo determinada parando para encarar no fundo de seus olhos.

-Para uma nanica você é bem forte.- ele brinca e volta a andar com as mãos para trás e uma postura impecável.

Reviro os olhos bufando. Ele deve ter quase dois metros de altura.

Tormenta agarra meu braço e eu reclamo por conta das feridas e ela logo se afasta pedindo desculpas. Não consigo ver o rosto dela mas é claro que ela é incrivelmente linda, o sol ilumina sua pele escura e reflete em seus braceletes, suas tranças compridas se esparramam em seus braços definidos e musculosos.

-Viu amiga, falei que iriamos conseguir.- ela diz de uma forma animadora e batendo palminhas.

Conseguimos o primeiro teste, não sabemos como será os outros, como nos sairemos nos outros. Mas de uma coisa todos sabem, a pressão aumentará a cada teste e o número de participantes diminuirá, fazendo tudo ficar mais difícil. Mas o que realmente vai ser complicado e nós lutarmos contra nosso próprios pensamentos, angústias e ansiedade até finalmente conseguirmos passar em todos os testes. Nosso pensamento é o pior inimigo quando estamos sob pressão. Dizem que nossas falas tem força, mas nossos pensamentos também.

-Nós somos fodas.- falo sorrindo e passando meu braço pelo o seu pescoço.

-Cacete que mão feia.- Tormenta arregala os olhos para minha mão com uma adaga enfiada no meio dela e pingando sangue.