Forjado por um propósito

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Oito séculos atrás, apenas duzentos anos depois da queda do deus D, da maioria dos deuses antigos e de praticamente toda a Hidra, o reino das divindades, o autodeclarado deus da manipulção, o grande Senhor das Cordas, que havia feito um favor para uma das entidades universais mais poderosas que existe, cobrou esse tal favor com uma premonição. Essa entidade queria se livrar logo do fardo de dever algo a alguém tão peçonhento e aceitou. Com sua premonição lhe alertou sobre o surgimento de novos deuses, substitutos dos que cairam. Também disse que o poder dos deuses antigos não seria nada se comparado a grandiosidade do poder desses que ainda estavam para nascer. As cordas do Lord estremeceram no mesmo instante em que tais palavras chegaram a seus ouvidos, isso era ruim para os negócios pois quanto mais forte um ser é, mais resistente sua corda será, e quanto mais resistente é uma corda, menos influência o Senhor das Cordas tem sobre ela, é lógico. Era óbvio que ninguém daria uma dádiva como uma premonição, uma visão do futuro, para alguém como o Senhor das Cordas sem que isso ao menos o fizesse sofrer. E de fato ele estava furioso, precisava encontrar um jeito de impedir que esses seres nascessem, mas até mesmo um Lord estava sujeito as leis universais, impedir um nascimento é proibido e caso alguém o faça, terá seu nascimento e de toda sua descendência anulado. Sem poder apenas mover uns pausinhos ou cordas, por um momento o Lord ficou sem ideias, aflito e tremendo de medo. Mas ainda havia outra maneira, se não era permitido evitar que nascessem então era preciso criar um ser capaz de evitar sua ascensão, um ser com poder de manipulação parecido com o do Senhor das Cordas mas um pouco mais versátil e com menos limitações e danos colaterais, alguém como eu, o Lord deu saltos de alegria após ter essa ideia que segundo ele era genial e infalível.
Ao contrário do que acontece com Lord Qwark, o Senhor das Cordas, que utiliza de uma troca de favores para poder manipular as cordas e tem sua força vital sugada por elas no processo, eu não preciso ceder nada de mim para seduzir, manipular e destruir os pequenos deuses em formação, é meu dever, o problema seria se eu não os destruisse, e não só eles, eu posso manipular quem eu bem entender e uso muito bem das armas que possuo, arrisco dizer que até abuso um pouco delas as vezes.
Antigamente os deuses nasciam da divindade e deles a divindade nascia, eram descendentes de deuses e sua descendência herdaria a mesma divindade com a qual nasceram, mas os deuses novos não seriam assim, eles precisariam desenvolver a magnitude de seu poder e é aí que eu entro, com a minha manipulação eu os corrompo e os faço quebrar antes que desenvolvam resistência e poder, lhes proporciando uma morte precoce mas de muito bom grado para o meu pai, não que eu me importe. Eu sou O Assassino de Deuses, dizimando suas existências enquanto ainda são apenas fetos. Não é escolha minha, a união que me gerou, entre Lord Qwark e Loki, foi forjada por um propósito, eu deixaria de existir se negasse a ele.

O Destruidor de DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora