26| O Concierge

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Vocês já se apaixonaram alguma vez? Se sim, alguém poderia me dizer se é normal surtar só de ver uma foto da pessoa que você gosta? Porque é assim que eu estou agora. 

Eu estava deitada em minha cama depois de acordar. Maria já havia descido para tomar café da manhã, mas eu resolvi ficar no quarto, já que não estava com fome. Peguei meu celular e abri o aplicativo de mensagens. Eu abria e fechava a foto de perfil de Chan, aumentando o zoom com os dedos para ver melhor cada detalhe do rosto do garoto. E claro, eram todos perfeitos. Mudei para o Instagram e entrei no perfil de Christopher, vendo pela milésima vez as mesmas imagens postadas em seu feed. 

Me assustei quando meu celular vibrou com a chegada de uma ligação e acabei dando um coração em uma selfie de Chan publicada a três anos atrás.

Ele vai pensar que eu sou uma stalker!

Apertei desesperadamente para remover o coração e suspirei de alívio. Voltei meu olhar para a notificação da chamada no topo da tela e atendi. 

— Você quase me ferrou, Lix! — resmungo de cara. 

— O que? O que eu fiz agora? 

— Esquece, agora já foi — dou de ombros. — Você tá bem? 

Definitivamente não! Maya, eu não sei mais o que fazer! — Felix choramingava exasperado do outro lado da linha. 

— Ei, se acalma! Me conta, o que aconteceu? 

— Eu não sei o que tá acontecendo comigo, Maya! Meu coração acelera sem motivo, minhas mãos ficam suadas e eu sinto meu estômago revirar o tempo todo! 

— Sem motivo? — semicerro os olhos — No que você pensa quando se sente assim? 

Escuto seu silêncio em resposta. 

— Ou eu devia perguntar em quem você pensa quando se sente assim? — rio soprado.

O garoto continua quieto enquanto ouço apenas sua respiração pesada vindo do celular. 

— Lix, isso não tá dando certo, vamos conversar pessoalmente. Me encontra na piscina daqui dez minutos — dito, já me levantando da cama. — Um mergulho vai fazer bem pra você. 

Ele assente e desliga o telefone. Visto meu biquíni e uma roupa leve por cima e desço para as piscinas do prédio. Olho ao redor, mas não vejo nenhum sinal de Felix, então me deito em uma das espreguiçadeiras para tomar um pouco de sol. Era meio de semana, então os lugares de convivência do hotel estavam praticamente vazios. Aproveitei a brisa fresca que passava de vez em quando e fechei meus olhos por um tempo. 

Sinto uma sombra em cima de mim e abro os olhos vendo Felix parado em minha frente. Ele parecia preocupado, mas a bermuda azul com estampa de rosquinhas me fez esquecer desse fato. 

— Adorei a bermuda — elogiei, estendendo minha mão para que ele fizesse um high-five. 

— Obrigado, May... — ele responde, tocando fraco em minha mão. 

— Você não tá muito bem, né? — tiro meus óculos escuros para mirá-lo — Vem, senta aqui. 

Ergo meu tronco e o garoto se senta na espreguiçadeira ao lado da minha. Ele respirou fundo antes de começar.

— Eu tentei contar pra Maria que gosto dela... — Felix encarava o chão — Como você já deve ter notado, não deu muito certo. 

— O que aconteceu? 

— Nós estávamos conversando sobre características que gostamos nas outras pessoas e eu estava prestes a contar o que sinto — o garoto suspirou antes de continuar —, quando ela disse que gosta de homens maduros que possam dar segurança à ela.

I Want You ☆ Bang ChanOnde histórias criam vida. Descubra agora