PRÓLOGO, PARTE 1

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TRÊS MESES ANTES

CLARA DIAS

Era uma tarde de sexta feira quando eu senti alguém batendo no meu rosto de leve, ouço alguém falar: Senhora, senhora, abri meus olhos e vejo que estou deitada no chão de uma cafeteria, uma atendente estava dando tapinhas no meu rosto, pois segundo ela eu desmaiei do nada, quando eu olho em volta tinha algumas pessoas ao meu redor me olhando com olhos preocupados! Eu tento me levantar, mas por estar ainda tonta e fraca, não consigo! Então do nada um homem mais ou menos uns 40 anos, alto e bem forte se aproxima, me pegando em seus braços me levantando com tanta facilidade que me deixou constrangida por ser uma mulher tão leve, ele me levou para uma sala que parecia ser dele, me colocou deitada em um confortável sofá, em seguida falou: não se mova a ambulância já está a caminho! Eu falo: como assim! Não há necessidade, eu estou bem! Só foi uma indisposição...Nesse momento a atendente que nos seguiu falou: Como não a senhora desmaiou do nada então nós chamamos a ambulância! Eles já estão chegando! Logo todos ouvimos a sirene da ambulância chegando! E assim eu fui obrigada a ir pro hospital.
Já no hospital eu fui para a sala de emergência, fui atendida e fizeram vários exames! Depois de alguns minutos entrou um médico de meia idade e me perguntou: Oi, Clara, e aí como você está se sentindo? Eu estou me sentindo um pouco fraca! Dr, o que exatamente eu tive?
Porque, eu desmaiei assim do nada?
Me olhando ele falou: Bom Clara, você desmaiou por estar com a pressão muito baixa, mas só depois dos resultados dos exames, que vamos saber exatamente! o que houve com você! Então eu vou poder te falar com clareza.
Logo depois entrou uma enfermeira com uns papéis nas mãos e o entregou dizendo: Doutor, aqui estão os resultados dos exames.
Depois que o Dr abriu e leu os resultados! Ele me olhou com uma expressão bem séria, eu desesperada logo falo, me fala a verdade seja lá oque for, eu quero saber, Eu tenho alguma doença grave?
Não Clara, ao contrário, você está bem saudável! Tanto que tem outra vida aí dentro dependendo totalmente de você! Ele falou apontando pra minha barriga, eu levei as mãos no meu ventre imediatamente me tremendo falando: O QUE! O que o senhor está me dizendo, Dr, eu estou grávida! Sim, você está de 4 a 8 semanas de gestação! Ele confirmou e me deu os resultados pra que eu não tivesse nenhuma dúvida, eu levei minhas mãos ao meu rosto e comecei a chorar desesperadamente.
Calma, esse choro aí é de tristeza ou de felicidades? Não sei Dr, sinceramente eu não sei!
Depois que me acalmei um pouco e escutei todas as recomendações do Dr, eu me despedi e saí do hospital, eu estava chocada pensando, Como eu fui capaz de esquecer de me prevenir, mas aí me lembrei que com o falecimento da mamãe, eu acabei me descuidando! E agora como vai ser como eu vou falar...Bom, ah agora e como a mamãe sempre falou: não adianta reclamar sobre o leite derramado, agora é aceitar e vê como eu vou dar essa notícia ao Rael, como será que ele vai reagir pois nós sempre fizemos planos de formar uma família mas só depois do casamento e agora como será que ele reagirá? Pensando nisso voltei pra casa dos meus pais, me joguei na cama e chorei muito pois eu não tinha mais minha mãe comigo, eu estava desesperada me sentindo muito sozinha! Depois de um bom tempo e de ter me acalmado, tomei uma decisão, arrumei algumas coisas e resolvi antecipar a minha volta pra casa! Seguindo imediatamente pro aeroporto peguei o primeiro voo disponível, com muito entusiasmo eu planejei fazer uma surpresa pro Rael e lhe contar que nós vamos ter um bebê! Eu chegarei de manhã bem cedo lá! E já que será sábado, com certeza ele estará dormindo, vou tentar entrar sem que ninguém me veja.
E farei uma surpresa pra ele que estará dormindo tranquilamente! E quando ele acorda vai dar de cara comigo ao seu lado! E assim eu viajei o voo todo planejado como eu ia fazer.
Clara chegou e todos estavam dormindo como ela previa, a casa estava em total silêncio.
Ela entra em casa bem devagarinho! Pensando, na cara dele quando acordar e vê-la, ela já sabia que aquela hora todos ainda estaria dormindo, pois como era sábado e ainda era muito cedo e ele só a esperava na manhã do dia seguinte que seria Domingo então...Mas com a novidade que eu tenho pra contar pra ele, não pude esperar até amanhã então resolvi antecipar a minha volta e vir hoje mesmo, e sendo sábado é melhor ainda, pois ele estará em casa descansando e assim o nosso dia será perfeito curtiremos a novidade juntinhos.
Depois do que eu descobri não tinha como ficar lá, então... Com esse pensamento entrei bem devagarinho sem fazer nenhum barulho, nem os empregados estavam acordados já que era cinco e meia da manhã de sábado! Como ele não trabalha hoje, e gosta de dormir até mais tarde, então os empregados também têm mais duas horas para descansar! Subi as escadas bem devagarinho e segui pro nosso quarto em passos leves a idéia era me despir e me deitar ao seu lado pra quando ele acordasse me encontraria, mas ao abrir a porta do nosso quarto eu me deparei com aquela cena, espantada levei a mão na boca para abafar o som de horror, fiquei ali paralisada olhando aquela cena por alguns segundos que pra mim pareceu uma eternidade! Aquela maldita cena que até hoje não sai da minha cabeça. Rael e aquela mulher loira na nossa cama dormindo nus. Nossa quase caí pra trás! Mas depois de me recompor um pouco, consegui reunir forças e sair dali daquele quarto imundo que só em pensar naquela cena me dá náusea! Sai do mesmo jeito que entrei, bem devagarinho eu desci as escadas, peguei minha bolsa e a mala pequena, deixando a mala maior e a chave da casa, pois a casa é dele então como já diz o ditado, os incomodados que se mudem né então...Saí do mesmo jeito que cheguei sem ser vista por ninguém! Andei desnorteada pela rua até que vi um táxi logo fiz sinal e ele parou, entrei chorando! O taxista me perguntou: pra onde senhora? Eu chorando muito não falei o endereço eu só disse: segue rápido por favor, ele seguiu mas ele estava bem preocupado comigo, pois a todo momento ele me olhava pelo retrovisor. A senhora está bem? Eu estava olhando pela janela e do mesmo jeito fiquei, eu não respondi a sua pergunta! Mas eu disse: me leva pro aeroporto por favor, ele seguiu, logo que chegamos, paguei a corrida, saí do táxi, entrei no aeroporto andando depressa, fui direto pro balcão, bom dia, quero uma passagem para São Paulo por favor! Comprei uma passagem de volta para a casa dos meus pais, decidi voltar pra lá até eu ver o que fazer, Não demorou muito, O meu voo foi anunciado, eu segui, logo o avião decolou e eu fui pensando no que eu ia fazer a partir de agora, de uma coisa eu sei não quero ver Rael Domes nunca mais na minha frente.
Ao chegar lá no aeroporto de São Paulo e desembarcar, logo me lembrei que seria o primeiro lugar que ele iria me procurar, pensando nisso fiquei imaginando pra onde eu iria? Foi aí que me lembrei do chalé que minha mãe Clarice, me falou um pouco antes de falecer! o chalé da sua grande amiga! Aurora Amorim, sim nesse lugar ele não vai me encontrar pois ele nem conheceu a minha verdadeira identidade e nem a minha verdadeira história, ele nunca imaginou que existe uma Giulia Amorim, então fui até a casa dos meus pais, peguei algumas roupas coloquei em uma mala, peguei os meu documentos com o meu verdadeiro nome que leva o nome da minha mãe Biológica, pensando, como foi bom seguir os conselhos do advogado da minha família senhor Otto Vagas, que me aconselhou que mudasse meu nome porque assim eu poderia reivindicar tudo que me pertence, deixado pela minha mãe biológica, e pra isso eu teria que ter os meus verdadeiros documentos com o nome que ela escolheu pra mim, e assim eu fiz tudo que ele me aconselhou a fazer depois da morte da minha mãe adotiva Clarice Dias Lemos.
Chorando muito falo pra mim mesma, eu Clara Dias a partir de hoje me chamarei Giulia Amorim! Eu que não tenho mais ninguém nesse mundo agora com a herança deixada pelos meus pais adotivos e da minha família biológica! Eu posso refazer a minha vida e é isso que eu vou fazer! Vou escreve uma nova história pra minha vida, longe daquele idiota traidor, depois de pegar tudo que irei precisar, chamei um Uber para leva-me para Monte Verde. Enquanto aguardava o Uber fiquei ali pensando do momento que souber desse lugar, no qual eu nunca cheguei a ir, pois fiquei sabendo da existência dele uns dias antes do falecimento da minha mãe, quando minha mãe Clarice me chamou no seu leito de morte e me contou toda a história da vida dela com a minha mãe Biológica Aurora Amorim, que morreu quando eu nasci e como elas eram tão amigas e também do pedido da minha mãe Biológica para que ela me criasse e nunca me abandonasse em nenhum orfanato. Pois eu não tinha mais ninguém a não ser ela, Se por acaso o pior acontecesse como aconteceu!
Parecia que a minha mãe Aurora já estava pressentindo que ela não iria poder me ver crescer, então ela já tinha preparado tudo inclusive o pedido que era pra sua melhor amiga me criar e mais ninguém, e assim ela fez! Já dentro do Uber! Clara/Giulia vai pela estrada se lembrando da sua sofrida conversa com a sua mãe Clarice! No seu leito de morte, Clara/Giulia recorda da mãe lhe contando do seu pai Miguel Lemos o amor da sua vida que não desistiu de lutar por ela! E de como eles se conheceram e se apaixonaram, e como o seu pai adotivo Miguel Lemos, conquistou seu coração com a sua persistência de persegui-la e como eles foram muito felizes! Pensando no amor deles, ela me fez prometer que eu seria feliz também, e que não abaixaria a minha cabeça pra homem nenhum, ela e o meu pai Miguel foram muitos felizes apesar deles não poderem ter seus próprios filhos biológicos, pois meu pai Miguel era estéreo! Ele foi um pai de verdade pra mim, tanto que eu em nenhum momento desconfiei que eles não eram meus pais verdadeiros, ela deixou pra me contar no seu leito de morte, pois agora eu precisava saber que eu não era filha deles e sim de uma grande amiga dela, que engravidou de um rapaz que ela nem sabia quem era, pois foi um lance de uma noite de bebedeira! Elas moravam juntas e saíram pra se divertir e cada uma saiu com um rapaz depois de beberem muito, e no dia seguinte eles nem se viram mais! Dois meses depois minha mãe biológica descobriu que estava grávida e resolveu ter o bebê, minha mãe Clarice disse que foi uma gravidez bem complicada porque a minha mãe Aurora, vivia com a pressão muito alta, tendo que fazer muita dieta e repouso! Foi bem difícil pois ela não tinha mais ninguém, os pais dela tinham morrido quando ela era bem pequena, de acidente de carro! Ela tinha sido criada pela avó materna que morreu quando ela tinha 19 anos e estava cursando o seu primeiro ano de faculdade.
E no final do último ano de faculdade ela engravidou aos seus 23 anos. Mas como minha avó era bem de vida deixando tudo pra minha mãe Aurora! Ela não precisou trabalhar no período da gestação então as minhas duas mães viveram juntas, dividindo a mesma casa! A minha mãe Clarice cuidou da minha mãe Aurora, que mal saia de casa! Por está sempre muito inchada e de repouso, os nove meses se passou e em uma madrugada minha mãe Clarice, acordou com minha mãe Aurora gemendo muito, ela a levou pro hospital, ao chegar ela foi levada imediatamente para sala de emergência, e depois pro centro cirúrgico, a minha mãe Clarice me contou que foi um momento de muita agonia pois ela ficou ali na sala de espera sem nenhuma notícia até o amanhecer, quando o Dr veio e lhe falou que Aurora Amorim deu entrada com a pressão muito alta e eles tiveram que fazer uma cesariana de emergência para tirar o bebê e que logo em seguida ela veio a óbito! Me deixando ao seus cuidados, Como ela falava o tempo todo que se ela não sobrevivesse que era pra Clarice Dias criar o seu bebê, Aurora deixou tudo escrito junto com o testamento com o advogado da família que era totalmente confiável, mas que anos depois veio a falecer, foi quando o senhor Otto assumiu tudo a pedido do meu pai Miguel, Aurora Amorim disse também ao seu médico que se por acaso ela não sobrevivesse era pra ele entregar a sua bebê a amiga Clarice Dias, pois ela era a sua única família, e tinha a guarda legal da criança e assim aconteceu! Mas minha mãe Clarice não me falou nada até pouco tempo antes de morrer, me deixando a par de tudo só agora, ela também me entregou uma mala com tudo sobre a minha mãe biológica Aurora Amorim.

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