Nossa Última Esperança

26

   Pegajosa. A cama parecia pegajosa, molhada ou algo assim. Meredith suspirou quando abriu os olhos, esticando-se ligeiramente enquanto passava as mãos pelos lençóis úmidos. O que era... estranho. Os lençóis definitivamente não estavam úmidos uma hora atrás quando ela finalmente conseguiu dormir, mas agora eles estavam encharcados sob seu toque, e cheiravam fortemente a suor.

Derek estava suando um pouco há  dias, mas nada parecido com isso. Isso não era normal. Ela até sentiu a viscosidade, onde seus corpos se encontravam. Algo definitivamente aconteceu para fazê-lo suar tanto, até  encharcar sua cama. Ele ainda estava dormindo profundamente, seus olhos parecendo pesados ​​mesmo enquanto respirava suavemente. Sua exaustão o mantinha dormindo o tempo todo, mesmo em uma cama pegajosa.

Ela se sentou, saindo de debaixo de seu corpo magro e suado, incapaz de parar o pensamento de que mais de um mês atrás, ela teria gostado dessa sensação. A sensação de seu corpo suado sobre o dela. Mas agora ela só queria se mexer para ter certeza de que ele estava bem, ter certeza de que algo não estava acontecendo.

"Derek," ela sussurrou, sacudindo-o suavemente enquanto se inclinava para pressionar seus lábios em sua testa, feliz por uma vez que seus lábios não encontraram a pele ardente.

"Hmmm", ele murmurou, ainda sem abrir os olhos.

"Eu sei que você está cansado", ela murmurou, seus olhos se movendo sobre suas feições pálidas, a pele vermelha e irritada ao redor de seus lábios, o suor brilhando em sua testa, "Mas você tem que acordar."

"Não quero", ele gemeu.

"Eu sei que não", ela suspirou. "Mas sua febre passou e os lençóis estão encharcados."

"O que?" ele perguntou, seus olhos se abrindo ligeiramente e ela não pôde deixar de sorrir com a falta de brilho febril que estava lá.

"Sua febre passou", ela murmurou, sorrindo suavemente para ele enquanto passava a mão delicadamente sobre seus cachos. 

"Oh," ele sorriu levemente enquanto ficava mais desperto. "Bom."

"É bom. Mas os lençóis estão encharcados. E eles meio que fedem."

"Eles estão pegajosos," ele franziu a testa ligeiramente. "Mas... a febre
acabou."

"Acabou", ela sussurrou, dando um beijo na testa dele novamente. "E isso é bom. Significa coisas."

"Coisas?"

"Os antibióticos estão funcionando."

"Ah, sim" ele assentiu. "Eu te amo."

"Eu também te amo."

"Não fui capaz de dizer isso ontem", ele suspirou, puxando o rosto dela de volta para ele e roçando o nariz contra o dela. "Eu te amo."

"Eu também te amo", ela riu. "Como está sua boca?"

"Melhor", ele suspirou. "Um pouco dolorida, mas não tão ruim. Eu posso falar."

"Bom", ela sorriu. "Você precisa se levantar, Der."

"Eu sei," ele gemeu. "Só estou cansado."

"Eu sei que você está. Você pode sentar?"

"Talvez," ele acenou com a cabeça, mudando ligeiramente. "Acho que não", ele sussurrou.

"Oh, Der," Meredith suspirou, seu coração torcendo em seu peito enquanto ela envolvia seu braço ao redor de sua cintura, trazendo-o para uma posição sentada. "Você precisa mudar seu pijama também."