- acho que eu já vou. - a Bea fala deitada na cama do Miguel. - já tá tarde.- espera meus pais chegarem amiga. - eu falo deitada do lado dela mechendo no celular, com os pés nas costas do meu irmão.
- GANHEI. - ele comemora sentado na beira da cama, com o controle do video game em uma das mãos, e olhando pra TV.
- até que enfim néh. Só sabe perder. - eu provoco ele.
- e você sabe fazer melhor? - ele pergunta com cara de deboche.
- eu garanto que melhor que você. - faço a mesma cara.
- vocês brigam por tudo gente.
- mas é verdade, ele já tá jogando à uma hora, e agora que ele veio ganhar uma partida.
Ele me olha bravo.
Na hora que ele ia vim pra cima de mim a gente escuta a porta lá de baixo abrir.
- o papai chegou. - eu pulo da cama e saio do quarto.
Não é dessa vez que ele me deixa careca.
- boa noite filha. - meu pai fala vendo eu descer as escadas.
- boa noite pai. - falo indo até ele.
- tudo bem?
- sim, graças ao senhor. - eu falo e ele ri.
- cadê seu irmão?
- tá lá em cima jogando.
- atá, a Bea ainda tá aí? - ele pergunta pondo as coisas dele no balcão.
- sim, ela só vai depois.
- eu vou tomar um banho, e já faço algo pra gente jantar.
- bora pedir alguma coisa, o senhor já ficou o dia todo cozinhando. Eu sei que você gosta, mas às vezes cansa néh?!
- tem certeza que você vai aguentar ficar sem a minha comida? - ele pergunta sorrindo.
- vou tentar. - eu falo com uma cara engraçada.
- deixa sua mãe chegar então, aí a gente pede.
- beleza.
Ele sobe, e eu vou pro meu quarto.
Entrando no mesmo vejo a bagunça que tá, e decido arrumar. Coloco minha playlist, e começo primeiro pela cama, depois o meu guarda roupas, que parece mais com a cara de algumas pessoas, mas tudo bem.
Depois de alguns minutos eu termino.
É impressionante o poder que a música tem de fazer o tempo voar...e os nossos pensamentos também.
Vejo no relógio e são 19:47.
Olho pra janela que fica bem em cima da minha escrivania, e vejo que o Sol já tá se pondo, formando uma mistura de laranja, rosa, azul e algumas outras cores bem suaves no céu.
Em fim, um degradê lindo.
Olhando agora pra esse Sol perfeito indo embora bem na minha frente, eu me pergunto: será que vale a pena ele ir embora só pra deixar a Lua aparecer? Sendo que ela nem brilha tanto quanto ele?
E eu tiro minhas conclusões de que sim, vale, porque ele precisa disso, ele precisa do seu diurno pra se renovar a cada dia. Ele precisa deixar a Lua aparecer pra fazer o seu papel, mesmo que ela não tenha a mesma potência que ele, o papel dela também é importante.
E no fim ele sempre volta, no outro dia ele aparece de novo com seu brilho ainda maior e mais renovado que antes...
Tá! Eu sou estranha!
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No Lugar e na Hora certa
Teen FictionValentina, uma adolescente determinada e bem teimosa. Ela nunca está satisfeita com as coisas que faz, e tudo pra ela pode ficar ainda melhor, se esforçando muito pra que isso aconteça. Mora com os pais, que faz de tudo pra ser não decepcionar os m...