Capítulo 4

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Neste capítulo, o Tobias vai finalmente agir. Leiam.

[Beatrice]
-- novo dia, 21:38h, treino --

O treino só começa às 22 horas, cheguei mais cedo.
A porta estava entreaberta, ouvi grunhidos de raiva. Permaneci atrás da porta, os meus olhos pararam no corpo semi-nu a descarregar a raiva no saco de boxe. Os seus músculos estavam contraídos e era notável a sua fúria. Eu nunca o tinha visto sem aquelas roupas pretaa, o seu corpo é sensivelmente coberto de tatuagens, o seu corpo é simplesmente lindo e apetecível. Eu precisava de tocar naquele corpo.

[Tobias]
Sentia a raiva crescer cada vez mais à medida que esmurrava o saco de boxe. O meu corpo já se queixava do esforço e eu ainda tinha de treinar a Tris... Mas eu simplesmente não conseguia parar. Tinha demasiada fúria dentro de mim! Mas fúria de quem? Do quê? De mim próprio, suponho.
Mandei um último murro ao saco de boxe.
Olhei para trás e só aí é que reparei na Tris, parada, com os olhos fixos em mim.
A respiração falhou-me, mas apesar de tudo, tudo o que eu queria era agarrá-la ali mesmo.

[Beatrice]
Entrei, o clima naquele 'ginásio' estava constrangedor, os olhos dele estavam em mim e os meus estavam no seu corpo. Caminhei firme até ao saco de boxe e pus as ligaduras nos punhos, olhei-o. Respirei fundo e foquei-me no saco de boxe. A raiva começou a surgir, comecei a esmurrar o saco pouco me fodendo para o Quatro. As emoções estavam a tomar controlo de novo, ele agarrou a minha barriga, virei me para ele e ficamos perto, demasiado perto. Os meus olhos encontraram os seus e senti um arrepio na espinha.

[Tobias]
Desci o meu olhar para os seus lábios, querendo mais do que nunca beijá-los. Conseguia sentir a sua respiração contra o meu peito nu e senti a minha respiração falhar.
Fechei os olhos, tentando concentrar-me. Eu não podia ceder, era errado. Mas talvez o melhor erro que eu poderia alguma vez fazer ...
Afastei-me dela, virando-a de novo para o saco de boxe e murmurando um "concentra-te" , ela parecia confusa, mas bufou e começou a esmurrar o saco novamente.
Respirei fundo. Foda-se. A vida era cheia de erros mesmo.
Agarrei-a pelo braço, puxando-a para mim. O seu corpo colou-se ao meu e os seus olhos confusos fitaram-me. Meti uma mão na sua cintura e a outra agarrou-a pela nuca.
Ela respirava pesadamente e tinha os lábios entreabertos. Eu não conseguia evitar mais! Aproximei-me rapidamente e colei os meus lábios aos dela, que deu passagem à minha língua para aprofundar o beijo, que logo se traduziu na necessidade desesperada que tinhamos um do outro.

[Beatrice]
Pus uma mão no seu peito nu, ofegante. Com a outra mão agarrei o seu maxilar. Retribui o beijo mostrando a necessidade louca de o ter. Paramos o beijo pela necessidade de renovar o ar nos pulmões. Fiz carícias no seu maxilar o olhando nos olhos ainda a poucos milímetros dos seus lábios. Voltei a beijá-lo da mesma maneira.

[Tobias]
Fui dando passos meio desnorteados até chegar à parede mais próxima.
Deixei as minhas mãos passearem pelas suas costas, enquanto a puxava mais para mim.
Partimos o beijo quando já estavamos a ficar sem ar. Olhei-a significativamente. Ela sorriu mordendo o lábio e baixando o olhar, como se tivesse ficado envergonhada.
Sorri também, respirando profundamente.

[Beatrice]
Olhei-o e vi-o sorrir, coisa que nunca tinha visto antes, lambi os lábios e corri até ao meu saco, um sorriso bobo estava no meu rosto. Saí do complexo de treino a correr e fui para casa.
--
Deixei a água cair pelo meu corpo. O meu beijo com o Tobias não me saía da cabeça. Ainda conseguia sentir o sabor dos seus lábios, a sua respiração ofegante misturada com a minha, conseguia sentir a sua presença ali.
Pára Beatrice, não podes pensar nele.
Passei-me por água fria.
--
Acabei por adormecer com os pensamentos perdidos no Tobias.

[Tobias]
Fiquei até as 02 horas a treinar. Eu não dizia treinar, apenas passar tempo... tentar desviar os meus pensamentos dela. Mas isso era impossível, tudo o que vagueava na minha mente era ela. A forma como a sua boca completou a minha tão perfeitamente e a maneira dos seus lábios transmitirem o mesmo desespero que habitava em mim... ela era demasiado perfeita. E aquele beijo, só me fazia querer ir atrás dela, apenas isso. Mas era errado. Eu era treinador dela e amigo do Paul, que era praticamente um pai para ela. Eu não podia fazer aquilo... Mas eu queria.

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