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Era segunda feira, dia em que Marco iria voltar a abrir o restaurante da família. Henrique's Restaurant é um dos mais famosos restaurantes de Nova York, e devido a morte de seu filho Marco César , o restaurante esteve fechado por 7 meses. A família Henrique não estava totalmente recuperada, mas Almira falava que todos precisavam seguir em frente. Ela iria voltar ao escritório de advocacia e Marco iria abrir o restaurante novamente. Eles estavam precisando disso, queriam pensar em outra coisa a não ser a morte do filho e a profunda depressão de Maiara.

-Bom dia! -Almira falou abrindo a porta do quarto de Maiara, que abriu os olhos e continuou deitada.

A garota não tinha expressão alguma.
Nunca.

-Hoje seu pai vai abrir as portas do restaurante de novo. -Apesar da sua filha não falar, Almira conversa com ela do mesmo jeito, sabia que ela ouvia e tinha esperança que Maiara a respondesse.

Almira abriu as cortinas e a garota colocou as mãos nos olhos, em seu pensamento, só queria mandar a mãe dela sair logo dali. Ela queria ficar deitada, e não queria sair nunca do quarto.

-Você vai junto!- Maiara a olhou - Precisa sair de casa, você sabe que não está bem. Ao menos, fique ao lado do caixa.- Suspirou e sentou na ponta da cama.- Lembra quando você trabalhava de garçonete? - Sorriu de lado.

Maiara lembrou e automaticamente seu irmão  veio em sua mente. Eles eram próximaos demais e tinham a mesma aparência, o mesmo jeito. Mesmo tudo. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas  e não aguentou. Era sempre assim. Qualquer palavra já fazia ela lembrar do irmão.

-Não chore filha.- Almira foi até Maiara, que chorava e parecia que não tinha fim.

Na tentativa de um abraço da mãe, a ruiva levantou correndo da cama e se trancou no banheiro. Respirou fundo e passou água no rosto.

Eu sou detestável, eu deveria ter ido no seu lugar, César. -pensou

Maiara se culpava todo dia por a morte de César , pensava que a culpa era sua por ter emplorado para desviar do cachorro na curva. Ela ficou com o braço e a perna quebrada, levou alguns pontos na barriga e na nuca. Se recuperou umas semanas depois, mas César estava sem cinto e foi jogado para longe na tentativa de freiar o carro.

-Sai do banheiro. -Almira falava quase desperada batendo um pouco na porta.

Maiara suspirou e passou água no rosto, abriu a porta e sua mãe respirou aliviada.

-Tome banho e coloque uma roupa,ta bom? Quero você lá em baixo o quanto antes. - a ruiva ouviu e fechou a porta do banheiro de novo, se despiu e entrou no chuveiro.

Ela não queria ir na inauguração do restaurante, não estava pronta para ver pessoas e sair de casa. Tudo que ela queria era ver sua irmã de novo. Quando colocou a roupa, respirou fundo e girou a maçaneta. Maiara não queria sair daquele quarto, mas sabia que era preciso.

-Você está tão bonita.- Marco falou para sua filha, na esperança de ver um sorriso assim que a ruiva desceu lentamente as escadas, como antigamente.

Ela ouviu e sentou no sofá, sentia o cheiro da comida, mas não estava afim de ir na cozinha.

-Vai na inauguração? - Ele perguntou e Maiara seguiu observando a TV desligada. - Vou levar isso como um sim. - Marco desistiu de tentar falar com ela, aos poucos se irritava e então decidiu ir até a cozinha.

Ele não conseguia acostumar com o fato da filha não falar nada. Depois que os Henriques almoçaram, Maiara deitou no sofá e apagou até chegar a noite. Enquanto ela dormia, seus pais conversavam na cozinha sobre o que fazer com ela.

-Devemos internar.- Almira falava com receio.

Ela não queria aquilo.

-Você acha?- Marco falou depois de pensar sobre.

-Eu não quero isso, mas parece que é a única lternativa. Já se passaram 7 meses, psicólogo não adiantou. Eu quero a minha filha de volta.- Seus olhos estavm cheios de lágrimas, queria tudo, menos aquilo para sua filha.- Ela não fala, não quer comer. Você viu hoje? Não tocou na lasanha e ela amava lasanha.

-Todos sentimos falta do César , mas parece que a Maiara nunca vai superar.-Marco respirou fundo para segurar o choro.- Mas quem sabe não internamos, deixamos mais alguns meses pra ver se ela ao menos da um sorriso.

-Eu acho que não tão cedo isso vai acontecer..

-Presisamos levar em consideração que antes ela não saia da cama, agora sai, quase sendo puxada a força, mas sai.- Depois da conversa eles dão um abraço apertado.

Almira não segurou o choro, sentia saudades da velha Maiara doce e sorridente ao lado do irmão que adorava provocar ela. Marco tentava ser forte, mas ao ver a esposa chorando, não aguentava. Após sairem da cozinha, olharam Maiara no sofá e Almira da um sorriso de lado ao ver o rosto angelical da sua filha. Marco precisava resolver uns assuntos do salão, em menos de 2 horas ia inaugurar e ele precisava saber se estava tudo em seu devido lugar.

- Você quer ir comigo? Maiara não vai acordar tão cedo. -perguntou pegando as chaves do carro.

Almira apenas assentiu e eles foram até o restaurante. Maiara acordou com uma forte batida na porta de casa, mas ignorou e seguiu deitada. Colocou a mão no rosto e suspirou, ela queria levantar, mas o seu corpo não deixava.

-Tem alguém em casa?- Ouviu e respirou fundo antes de revirar os olhos e levantar com toda calma do mundo.

Colocou o tênis de qualquer jeito. Abriu a porta e avia uma menina dos cabelos loiros e longos, com um sorriso amigável. Em suas mãos, estava uma enorme sexta de café da manhã.

-Oi, tudo bem? Me chamo Marília. - Falou sorridente.

Maiara continuava com sua expressão séria, isso deixava Marília desconfortável.

-Han...eu moro aqui do lado agora.- Apontou para a casa branca e marrom, mas a ruiva não se deu o trabalho de olhar, só queria fechar a porta na cara da garota.- E meus pais pediram para trazer essa cesta. Nos mudamos para esse bairro e eles querem um relacionamento amigável com a vizinhança. - Maiara ignorou a cesta e fechou a porta, deixando Marília totalmente confusa e irritada do outro lado.

Marília respirou fundo e tentou deixar de lado a falta de edução da nova vizinha, segurou firme a cesta e foi em direção a sua casa.

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Uma adaptação para vocês!! Não sei de quem é a fanfic, pois vi so as adaptações. Mas ela é muito perfeita, espero que gostem!!

trust me | maililaOnde histórias criam vida. Descubra agora