No dia seguinte, Marília acordou determinada, tinha em mente fazer a vizinha falar. Tomou banho, colocou uma roupa confortável e almoçou com sua mãe, seu padrasto e seus irmãos. Todos notavam que a garota estava meio calada, mas ninguém comentou nada a respeito e quando terminaram de comer, até livraram de lavar a louça, passaram a vez pro Gustavo.
-Mãe, o que acha de convidar os vizinhos para almoçar aqui qualquer dia?- falou sentando no sofá, ao lado da sua mãe.
-Eles são donos do Henrique's Restaurant.-Você quer ver é a vizinha.- Gustavo falou aparecendo na sala, fazendo a garota ignora-ló.
-Não é uma má ideia, precisamos de amigos novos no bairro. -sua mãe falou, também ignorando o filho.
-E tenho que entregar a cesta que a menina ignorou. Ela é meio triste...-Marília falou encostando a cabeça no sofá.- Mas ela é tão bonita.
-Você já falou noventa vezes que ela é bonita. -sua mãe disse rindo, fazendo sua filha rir também. -Então vamos la. -falou olhando Marília. - Já deixo a cesta e você vê a "menina bonita"- Marília não poderia ficar mais feliz, foi correndo até a cozinha, pegou a cesta negada pela vizinha e entregou a mãe.
As duas saíram de casa em direção a casa ao lado.
-Oi, me chamo Ruth, sou a vizinha da casa ao lado.
-Oi - estendeu a mão, comprimentando ela. - Prazer, sou o Marco, sejam bem vindos ao bairro.
-Vim deixar essa cesta, passamos aqui ontem, mas a Marília disse que não foi recebida muito bem.
-Nossa filha deve ter atendido- Marco falou pensativo.- mas obrigado e podem entrar,vou chamar minha esposa.
Marília só faltou empurrar sua mãe pra entrar logo dentro da casa da vizinha e quando entraram, ela se decepcionou um pouco ao não ver a "menina bonita" ali, mas seus olhos gostaram da bela casa, era enorme e extremamente arrumada.
Marco desceu as escadas com Almira que foi super simpática com as duas.
Agradeceu pela sexta e chamou elas para tomar um chá na cozinha.
-Tenho uma filha da sua idade- falou olhando Marília.
-E onde ela está? - perguntou curiosa, fazendo sua mãe dar um pequeno chute por baixo da mesa.
Marília encolheu os ombros e sorriu inocente.
-Maiara não é muito de sair do quarto. -marília gostou do nome que ouviu, percebeu que a "menina bonita" também tem nome bonito.
-Eu posso ver ela? -Marco pensou bem antes de dar a resposta, mas percebeu que sua filha precisava de amigos e Marília parecia uma boa garota.
-Claro!- sorriu amigável.- Só não se assuste se ela não for muito receptiva. É o primeiro quarto a esquerda, após a escada.
-Obrigada- Marília levantou em êxtase, queria muito ver a ruiva de novo.
Respirou fundo enquanto subia a escada. "Seja legal comigo Maiara, por favor." Era a única coisa que se passava na cabeça até o último degrau. Encheu o peito de coragem ao bater na porta do quarto, mas não ouviu nada. Ao bater de leve mais uma vez, a porta abriu lentamente e com um pequeno impacto. Marília colocou a mão na maçaneta e pensou duas vezes antes de empurrar a porta vagarosamente. E assim que abriu, se deparou com um quarto completamente escuro, a única luz que deixa ver um pouco no cômodo, era a janela que invadia. A verdade é que Maiara ouvia as batidas na porta e estava de olhos fechados deitada na cama. Ela não queria abrir a porta, pois "sabia" que era a mãe dela perturbando seus pensamentos.
-Maiara? -ouviu uma voz diferente e ao mesmo tempo sabia de quem era, abriu os olhos, mas não quis se mecher. - Você está acordada? - Marília encostou na parede e sem querer a cabeça dela encostou no interrupitor, acendendo a luz.
Ela percebeu duas camas no quarto e deduziu que Maiara tinha um irmão. Olhou pra cama da ruiva e ela estava deitada de olhos abertos. Marília achou estranho a menina nem se quer olhar pra ela.
-Desculpa entrar assim. -falou envergonhada. - Queria ver você. - Maiara sem querer olhou para Marília e a garota de cabelos loiros sentiu seu corpo tremer, era a primeira vez que a ruiva olhou para ela. - Se você quiser posso sair...- sorriu quadrado.
Ela queria que Maiara falasse com ela, nem que fosse para xingar.
-Você ainda está triste?- perguntou se aproximando da cama.-Otem você estava pra baixo.- Marília notou que Maiara estava meio magra demais.
Seu rosto pálido e com olheiras não deixaram a loira deixar de pensar o quanto a ruiva era linda.
-Porque você não fala comigo?- perguntou cruzando os braços.
Maiara queria falar com Marília, mas ao mesmo tempo não estava afim de fazer amizade.
-Eu vou sentar e esperar você falar alguma coisa. -Marília não ia desistir de ouvir a voz da ruiva.
Olhou pro quarto em busca de uma cadeira mais não achou, então sentou na cama ao lado e Maiara levantou na mesma hora pra empurrar a loira no chão.
-Você é louca? - Marília perguntou incrédula levantando do chão. - Porque diabos me empurrou? - a ruiva estava com raiva no olhar, seu pulso fechado e sua respiração ofegante.
O que Marília não sabe, é que sentou na cama de Marco filho e aquilo mecheu com Maiara de todos os jeitos. A ruiva colocou suas mãos no rosto e começou a chorar desesperadamente, ela era muito sensivel em relação as coisas do seu irmão. Apenas almira pode tocar nas coisas dele e ver Marília sentando naquela cama fez seu sangue ferver. Marília não estava entendendo nada. Não sabia o que fazer ao ver Maiara chorando daquele jeito, percebeu que ela não sofre desde ontem a noite. Percebeu que ela estava sendo machucada a muito tempo. Em uma tentativa de tentar abraçar Maiara, levou outro empurrão. Não sabia que nesse momento, a ruiva a odiava.
-Fica ai chorando então, foda-se! -falou irritada, saindo do quarto. -Eu em, garota estranha.
Oooooi gente,acho que vou voltar!!! Tava com saudades daqui e de fazer minhas bobagens.❣

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trust me | mailila
Hayran KurguMaiara Carla entra em depressão profunda depois de perder sua irmão gêmeo em um acidente de carro. Não fala, não sai de casa, não quer comer e não quer viver há sete meses. Os pais da garota não sabem o que fazer. Depois de tantos psicólogos em que...