A noite daquele dia conspirava para que os planos de Eugênio dessem certo, o céu estava limpo e estrelado, o clima estava ameno e com pouco vento, o que permitia que ambos ficassem com roupas confortáveis sem sentirem frio.
Durante todo o percurso Violeta questionava Eugênio aonde eles estavam indo, o homem havia feito um caminho que ela não conhecia, a deixando perdida entre as ruas que eles entravam, e a mulher só percebeu onde estavam quando ele começou a subir uma rua bem inclinada, ela sabia muito bem onde terminava aquela linha de asfalto.
As árvores que ali havia estavam com poucas flores em seus galhos, deixando o restante espalhado no grande gramado, onde Eugênio estacionou o carro. Aquele era o local onde o gerente confessou que a presença dela o acalmava, local também onde ela tomou a decisão que o pediria em casamento e agora estavam novamente ali, juntos, ela só não conseguia entender o porquê.
O observou descer do carro e abrir a porta para ela, ação essa que Eugênio nunca deixava de fazer desde quando começaram a se envolver, era como um ritual, ele não ficava feliz se não abrisse a porta para ela. Segurando na mão dele, Violeta sentiu os dedos entrelaçarem assim que a porta foi fechada, logo Eugênio estava a guiando para perto da árvore onde tinha a melhor visão para a paisagem lá embaixo.
O silêncio entre eles era confortável, mesmo que a mulher não compreendesse o motivo de estarem ali, se sentia à vontade naquele ambiente, um lugar deles, onde muitas coisas aconteceram. A primeira declaração por parte dele foi ali, Violeta ainda podia sentir o coração disparado ao lembrar dos momentos que viveram naquele local e naquele carro.
Ela sempre sentia a mesma sensação quando recordava das declarações dele, independente de qual foi e de que ocasião estavam. Sempre surtiria o mesmo efeito, como se ela nunca tivesse sido tão amada quanto naquele momento.
Eugênio por sua vez estava nervoso, haviam inúmeras palavras em sua mente mas sentia que não conseguia pronunciar nenhuma. Como se não houvesse a conexão dos comandos do seu cérebro para a sua fala. Ele queria comentar sobre o pedido, mas não sabia como. Desejava falar sobre a discussão e colocar um pouco final naquela situação, mas também não sabia como.
O homem desejava muitas coisas, havia planejado tudo em sua mente mas estar ao lado da mulher o deixava tão vulnerável, que parecia que qualquer coisa que pensava não era boa o suficiente. Se sentia como um adolescente.
- Se lembra que foi aqui a primeira vez que confessei meus sentimentos para você? - Ele perguntou nostálgico se encostando na árvore.
O olhando de maneira detalhista, Violeta tentava entender onde ele desejava chegar e porque parecia tão distante em seus pensamentos. Conhecia ele o suficiente para saber que havia muita coisa se passando na cabeça de Eugênio, mas por hora decidiu entrar na onda dele e ver até onde iria aquela conversa.
- Disse que se lembrou de mim quando parou aqui... Calmo e iluminado - Relembrou a fala dele, sentindo o coração palpitar como da primeira vez.
- Me lembro como se fosse hoje como você me questionou o porque que senti isso - Sorriu a encarando - Me arrisco dizer que foi a primeira vez que consegui te tirar do seu eixo.
O tom de voz que Eugênio usava deixava a mulher ainda mais mexida, reviver aquele momento sempre a tocava demais, foi ali que se permitiu entregar a ele, e estar relembrando aquele momento a deixava agitada de certa forma. Como se voltasse para a antiga Violeta, aquela antes de Eugênio.
- Foi aquela sua frase que me fez perceber que eu sentia exatamente a mesma coisa! Que não adiantava mais renegar todas as sensações que você me despertava - Confessou se perdendo nos traços do seu rosto.
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Peças do Destino
Roman d'amour{ Essa fic se passa nos dias atuais} Até a onde o destino nos prega peças? Nós mostrando de uma maneira diferente que nada, absolutamente nada, é como planejamos. Violeta Camargo, uma mulher bem sucedida que vive apenas pela fábrica que foi criado...