Quando até mesmo você se incomoda com sua companhia
E cada ato o irrita
A sua voz não irá ser ouvida
Não espere que irão se importar
Pois você irá se martirizar por cada sílaba
Reprisando de forma torturante
O que crê ter sido humilhante
E você não conseguira sair desse transe
Você suspira
E se questiona
Quanto tempo até tudo isso acabar?
O relógio em seu pulso
Marca a hora do remédio que por impulso passou a tomar
Nem sequer sabia se seria necessário
Um passo em falso
Nada como um longo banho Uma longa noite de sono
E uma música para relaxar
Mas de onde tirar conforto?
Em que momento?
Se a todo instante deve se deslocar
O medo cresce
A angústia logo aparece
E você se esconde
Novamente
É mais fácil encobrir o que te abala
Mas ainda que tente se esquivar
Alguém sempre aparece e diz
"As horas podem passar de forma torturante
mas elas se vão em algum instante
então não é o bastante deixa-las ir sem pressa?"
"Do que adianta se afastar do que te incomoda
Se isso permanecerá em sua porta?
Não seria mais fácil deixá-lo entrar?
Impor que você é sua casa
E você não deixará nada te abalar"
"E se não se sentir seguro
Eu estarei ao seu lado
Não hesite em me chamar"
E nessas horas você entende
Que há alguém
Em algum lugar
Que está disposto a te ajudar
Mas a insegurança é grande
Você espera que entendam
Que levará um tempo até se sentir seguro
Para enfim confiar.
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Resquícios de uma madrugada
PoetryUm compilado de poesias sem qualquer ordem cronológica, escritas em madrugadas de insônia. (: